Sexta-feira, 24 de abril de 2015, às 18h50


Da Agência Brasil* Edição: Marcos Chagas

A Igreja armênia canonizou ontem (23) 1,5 milhão de vítimas do genocídio armênio praticado pelos turcos otomanos na véspera da data oficial do centenário dos massacres, apesar das críticas da Turquia que rejeita a ocorrência de um genocídio.

 

Maior canonização da história da igreja cristã, em nome das vítimas do genocídio armênio, aconteceu ontem (23) em Etchmiadzin, próximo a Yerevan: Foto: Vahram Baghdasaryan/EPA

Maior canonização da história da igreja cristã, em nome das vítimas do genocídio armênio, aconteceu ontem (23) em Etchmiadzin, próximo a Yerevan: Foto: Vahram Baghdasaryan/EPA

 

“As almas das vítimas do genocídio vão, por fim, encontrar o repouso eterno”, disse Vardoukhi Chanakian, de 68 anos, empregado nos serviços sociais de Yerevan, a capital da Armênia.

Essa canonização, que ocorreu no final da tarde desta quinta-feira perto de Yerevan, será a mais importante em termos numéricos, jamais antes feita pela Igreja cristã.

Hoje (24), milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo diversos chefes de Estado e de Governo, prestam homenagem às vítimas dos massacres iniciados há 100 anos.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse hoje que a comunidade internacional deve impedir a repetição de um acontecimento como o genocídio armênio, “um dos mais trágicos da história da humanidade”.

O ofício da canonização foi celebrado pelo chefe da Igreja armênia, Karekin II, em Etchmiadzin, a cerca de 22 quilômetros de Yerevan, num edifício do século 4 considerado a mais antiga catedral cristã do mundo.

Ao canonizar essas vítimas “a Igreja limita-se a reconhecer os fatos, isto é, o genocídio”, declarou Karekin II.

“Para nós, armênios, é uma obrigação moral e um direito recordar-nos de 1,5 milhão dos nossos que foram mortos e centenas de milhares de pessoas que sofreram provações desumanas”, ressaltou por sua vez o presidente da Armênia, Serge Sarkissian.

O genocídio é reconhecido por cerca de 40 países, mas negado por dezenas de outros, incluindo a Turquia. A versão oficial turca reduz a 500 mil o número de armênios mortos entre 1915 e 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, e afirma que eles são vítimas de guerra, resultado de uma violência étnica exercida entre ambas as direções.

*Com informações da Agência Lusa

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