Terça-feira, 9 de agosto de 2016, às 11h50


Em constante transformação, a cidade de São Paulo testemunha o surgimento e desaparecimento de diversas edificações.

Fundação Energia e Saneamento (FES)

O setor de energia, não imune a tais mudanças, também já construiu e desativou diversas estruturas na Capital. Na seção Memória deste mês do Boletim de Agosto da Fundação Energia e Saneamento que reproduzimos em parte (permissão concedida pela FES), conheça a história da Usina Termelétrica Paula Souza, erguida em 1912 pela companhia de energia Light próxima às margens do Rio Tamanduateí, no Centro.

 

Vista externa da casa das caldeiras da Usina Paula Souza. Dezembro, 1926. Foto: Acervo FES

Vista externa da casa das caldeiras da Usina Paula Souza na Rua Paula Souza. Dezembro, 1926. Foto: Acervo FES

 

Usina a Vapor: um obra emergencial da Light

Após inaugurar, em 1901, a Usina de Parnaíba - primeira hidrelétrica a abastecer a cidade de São Paulo, localizada em Santana de Parnaíba -, a Light encontrou, já na década seguinte, dificuldades para atender o rápido crescimento do consumo de eletricidade na Capital. Em 1912, pela primeira vez desde o ínicio de seus serviços, a empresa foi obrigada a racionar o fornecimento de energia por alguns dias.

Como solução emergencial, a companhia optou por instalar, no centro de São Paulo, uma usina a vapor como forma de complementar a eletricidade gerada em Parnaíba. A termelétrica foi construída em terreno anexo à Subestação Paula Souza, responsável por transformar e distribuir a energia vinda da hidrelétrica do interior pelas linhas de transmissão.

A usina a vapor foi inaugurada em 27 de setembro de 1912. A partir de maio de 1913, seus serviços foram utilizados quase que continuamente, produzindo cerca de 15% da energia total gerada para a cidade naquele período. Com o auxílio da termelétrica, foi possível à Light normalizar o serviço e auxiliar no fornecimento de energia nas horas de ponta de carga de Parnaíba.

A usina a vapor trabalhava, inicialmente, com dois grupos turbo-geradores, e teve sua capacidade de geração duplicada em 1924. A termelétrica funcionou até 1956, quando foi desativada e teve seu edifício demolido. A Subestação Paula Souza, localizada na rua homônima, funciona até hoje e é a mais antiga em operação pela AES Eletropaulo.

Obras das fundações da usina a vapor. Ao fundo, as edificações da Subestação Paula Souza. 1912. Foto: Guilherme Gaensly / Acervo FES

Vista interna da usina a vapor, com destaque para os turbo-geradores. Janeiro, 1915. Foto: Guilherme Gaensly / acervo FES

Descarregamento de óleo combustível para utilização na usina termelétrica. 30/1/1926. Foto: acervo FES

As instalações da termelétrica: sistema de refrigeração a água, casa de bombas e reservatório. 30/1/1926. Foto: acervo FES

Torre de resfriamento nº 2 da Usina Termelétrica Paula Souza. 3/7/1925. Foto: acervo FES

Galpão de postes de concreto do conjunto de edificações da Subestação Paula Souza, tendo ao fundo as chaminés da usina a vapor. Dezembro, 1926. Foto: acervo FES