Segunda-feira, 10 de novembro de 2014, às 17h46

Mesmo conseguindo a proeza de se manter no poder com os votos do Norte e Nordeste do país, antes mesmo de iniciar o novo mandato o partido da presidente Dilma Roussef (PT) deixa outra mácula na história da corrupção no país, conforme o que foi apurado até agora sobre o escândalo da Petrobras na operação Lava-Jato da Polícia Federal.

Gerson Soares
Sobrefoto: aloart

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As denúncias de gastos e superfaturamento da Copa do Mundo ficaram para trás. O Mensalão é fichinha, mas espalha seus tentáculos. Já o escândalo da Petrobrás, nessas proporções é inédito e gigantesco. Segundo o comentarista Reinaldo Azevedo da rádio Jovem Pan, divulgou hoje, os “peixes médios” envolvidos querem devolver a quantia de 500 milhões de reais para amenizarem suas penas. “Imaginem os peixes grandes”. O comentarista ainda lembrou que os políticos envolvidos no Mensalão já cumprem penas domiciliares, enquanto os demais envolvidos estão na cadeia.

O caso já está sendo investigado criminalmente pelo departamento de Justiça dos EUA para saber se houve alguma violação da lei anticorrupção americana e no âmbito civil pelo Securities and Exchange Comission (SEC – órgão do governo norte-americano que regula o mercado de capitais), divulgou O Estado de São Paulo, com reportagem do jornal britânico Financial Times.

Até dezembro, o PSDB do candidato derrotado à presidência Aécio Neves, poderá apresentar um relatório paralelo ao da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da Petrobras. A informação foi dada nesta sexta-feira (7) pelo deputado Izalci (PSDB-DF), vice-líder do partido, informou a Agência Câmara.

“Já sabemos que houve cartel, superfaturamentos, vários aditivos maiores do que os contratos originais, notas emitidas por empresas fantasmas e desvios”, disse Izalci. Ele afirmou que ainda falta saber, no entanto, para onde foi o dinheiro e quais autoridades foram beneficiadas.

Existem coisas na política brasileira das quais qualquer um duvida. Como por exemplo, o relatório oficial da CPMI da Petrobras a ser votado em dezembro. O documento deverá ser elaborado pelo deputado Marco Maia do PT-RS, o partido sob o qual recaem as luzes da investigação. O relator disse na semana passada ter feito um acordo para focar o período restante de trabalho nas irregularidades da Petrobras relacionadas ao esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas investigado na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal.

Isso exclui depoimentos de políticos, tesoureiros e dirigentes partidários que possam estar citados nas delações premiadas de Costa e Youssef. “Foi um acordo político feito por todos os presentes, de todos os partidos”, disse Marco Maia ao repórter José Carlos Oliveira da Agência Câmara.

Segundo essa mesma reportagem, os líderes do PSDB, do DEM, do PPS e do Solidariedade (SD) anunciaram a coleta de assinaturas para a criação de uma nova CPMI da Petrobras, logo no início da próxima legislatura, em 2015.

Esses partidos divulgaram nota para esclarecer que não fizeram acordo para proteger políticos na CPMI. Em nota oficial, o PSDB afirma defender “a responsabilização de todos que cometeram eventuais crimes, independentemente da filiação partidária”.

 


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