Domingo, 11 de novembro de 2018, às 11h43


A frase do poeta Vinícius de Moraes se encaixa bem nessa nova investida do futuro governador João Doria, nomeando Gilberto Kassab para a Casa Civil de São Paulo.

Depois de pregar um governo austero durante sua campanha para o Governo do Estado de São Paulo e oferecer apoio ao então candidato Bolsonaro, o governador eleito João Doria surpreende com a nomeação para a Casa Civil do ex-ministro do governo Dilma Roussef (PT) e atual ministro do governo Temer (MDB). Ocupando a pasta da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações Gilberto Kassab é fundador do PSD e está na mira da Lava Jato.

 

Novo chefe da Casa Civil de São Paulo no Plenário do Senado Federal durante sessão solene do Congresso Nacional: ministro de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab conversa com o presidente do Senado, senador Eunício Oliveira (MDB-CE). Foto: Pedro França/Agência Senado

 

O PSDB que já teve grande influência na política nacional é hoje um partido dividido. Parte apoia Doria que quer estar na base do governo Bolsonaro, mas uma outra ala do partido e o presidente de honra Fernando Henrique Cardoso é crítica do presidente eleito. Durante as votações do Rota 2030 e o aumento para o Judiciário os tucanos votaram em peso, a favor das medidas que comprometem o orçamento para o ano que vem e logicamente o impulso que pretende Bolsonaro.

A investigação do Ministério Público Federal quanto ao novo chefe da Casa Civil paulista, apura se Kassab esteve envolvido em corrupção passiva, caixa 2 e lavagem de dinheiro entre os anos de 2008 e 2014. O caso envolve supostos desvios de verbas de obras viárias quando ele era prefeito de São Paulo e a compra de apoio do seu partido ao PT, durante a campanha da ex-presidente Dilma Roussef em 2014. Segundo o G1, as investigações se baseiam na delação premiada de Wesley Batista e Ricardo Saud, executivos do grupo J&F e chegam a 20 milhões, pagos em parcelas de 350 mil durante seis anos, por aluguel de caminhões. No dia 3 de outubro, o STF concedeu mais 45 dias para que a Polícia Federal conclua o inquérito. A defesa do político nega as acusações.

Gerson Soares, com informações do G1 e Uol.

Cavalo de Troia: João Doria (PSDB), após encontro dos governadores eleitos em outubro com o futuro presidente Jair Bolsonaro (PSL): apoio às “boas propostas”. Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/Brasília

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