Quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017, às 19h45


Muitos pesquisadores defendem que se avalie por intensidade e incômodo, englobando o aspecto desagradável e o desconforto emocional. Leia a matéria sobre Saúde da SBED.

Conhecer a gravidade da dor e suas causas é fundamental para o ajuste da conduta terapêutica e, consequentemente, para uma boa evolução e recuperação do quadro clínico. O desconforto físico, sintoma associado ao risco real ou possível de uma lesão no corpo, deve ser investigado e avaliado em todos os âmbitos da assistência ao paciente, como domiciliar, ambulatorial, emergência, internação, pré e pós-cirúrgico, unidades de terapia intensiva e semi-intensiva.

 

Conhecer a gravidade da dor e suas causas é fundamental. Foto: divulgação / SBED

Conhecer a gravidade da dor e suas causas é fundamental. Foto: divulgação / SBED

 

Para medir a intensidade da dor, as escalas mais comuns são visual analógica, visual numérica e analgésica das faces. As duas primeiras são apresentadas visualmente para que o paciente indique o grau de sua manifestação dolorosa. A terceira é recomendada às crianças, que identificam por meio de desenhos faciais o que mais se aproxima de seu desconforto. No caso de situações em que o paciente não consegue medir a dor por estar desacordado, por exemplo, as frequências respiratória e cardíaca e a pressão arterial podem indicar alívio ou aumento do desconforto.

“Embora a avaliação da intensidade da dor seja representada por um número de zero a dez, seu valor deve considerar o contexto em que o paciente está inserido. Em relação à reavaliação, esta deve considerar os demais efeitos terapêuticos e colaterais que podem estar associados à medicação oferecida, como a sonolência induzida por alguns analgésicos”, informa Juliana Barcellos de Souza, fisioterapeuta no Hospital Universitário UFSC e membro da diretoria da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED).

Muitos pesquisadores defendem que se avalie por intensidade e incômodo, englobando o aspecto desagradável e o desconforto emocional. “Fazendo uma analogia simples, temos um rádio, por exemplo. A intensidade seria o volume do som, alto ou baixo. O incômodo seria a música, agradável ou desagradável, ou ainda se a estação de rádio está bem ou mal sintonizada. Se o ‘volume’ da dor for zero, não há mais incômodo”, explica a fisioterapeuta.

Nos hospitais, essa análise deve ser adaptada conforme a situação do paciente – se está acordado, sedado, lúcido ou confuso, por exemplo. “Há outra característica importante e, muitas vezes, negligenciada na assistência hospitalar. Majoritariamente, a internação ocorre devido a uma dor aguda, que exige um cuidado imediato. Contudo, uma parcela dos pacientes é hospitalizada com comorbidades de dores crônicas, que podem, inclusive, ser agravadas devido ao imobilismo durante a internação. Seria necessário associar, sempre que possível, o tratamento à dor crônica e aguda também no ambiente hospitalar”, conclui Juliana.

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