Sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015, às 08h18


Um dos primeiros departamentos de caráter científico no meio público paulista, a Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo foi criada em 1886, em meio ao declínio da economia cafeeira no Vale do Paraíba e à necessidade de expansão da lavoura para as terras férteis do oeste paulista.

Fundação Energia e Saneamento


 

Subida pela Cachoeira das Cruzes. Foto: acervo Fundação Energia e Saneamento

 

Nesse contexto, as pesquisas da CGG, que serviam para subsidiar a ocupação dos novos territórios, também mapeariam os possíveis caminhos para as zonas de exploração agrícola e para a construção de um sistema viário que permitisse o escoamento do café, integrando as ferrovias à navegação fluvial.

Ao longo de seus 45 anos de existência, a CGG reuniu uma equipe interdisciplinar que trabalhou no levantamento das cartas geográfica, geológica e topográfica do Estado, bem como na demarcação das fronteiras com Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.

A Comissão recebeu a colaboração de pesquisadores de prestígio como o engenheiro Theodoro Sampaio, o geólogo norte-americano Orville Adelbert Derby e o naturalista sueco Albert Löfgren. Extinta em 1931, a CGG deu origem a importantes instituições de pesquisa do Estado como o Instituto Florestal e o Museu Paulista.

 

Parada na Ilha do Saráu, no Rio Paraná, próximo da foz do Tietê. Foto: acervo Fundação Energia e Saneamento

 


“As águas do vale do Tietê já prestam uma valiosa contribuição para o desenvolvimento de nossas indústrias. Basta notar que na Capital e em muitas cidades do interior vemos instalações elétricas de força e luz, fábricas diversas, etc., que utilizam-se deste grande agente com que a natureza foi prodigiosa para conosco, em sua distribuição.”

João Pedro Cardoso, chefe da CGG,
Relatório "Exploração do Rio Tietê", 1905