Gerson Soares

Reportagem iniciada em 18/03/2014 (https://alotatuape.com.br/?p=2853)

Última atualização, hoje 24/03/2014 às 9h

Estamos acompanhando um dos casos em que a empresa Net causa transtornos a uma família com suas práticas nada convencionais de prestação de serviços. Essa família já perdeu horas ao telefone para cancelar uma assinatura de TV a cabo, e continua perdendo horas de trabalho e compromissos para recepcionar os técnicos da empresa Net Serviços, a fim de conseguir, 3 meses depois do cancelamento, que essa empresa pare de enviar cobranças indevidas ao seu endereço, sob pena de que se não forem pagos os valores irreais, o nome do assinante poderá ser inscrito em serviços de proteção ao crédito.

O cancelamento foi feito no dia 26 de dezembro de 2013 e por incrível que possa parecer continua causando transtornos e irritação, pois as faturas chegam com valores inexistentes, cobranças indevidas e por último, neste mês de março, uma fatura com a cobrança no valor total da assinatura. Algo impensado para essa família, já que nos meses de dezembro e janeiro, mesmo que indevidamente, a assinatura havia sido cobrada proporcionalmente aos dias utilizados. Portanto, uma prova cabal de que está cancelada.

Confusão, falta de respeito com o consumidor, entre outras práticas nocivas de mercado têm sido alvo dos Procons quanto à empresa Net que recebe multas milionárias e continua operando e divulgando seu trabalho como o melhor do país. O grupo ao qual está ligada chegou ao ápice da lista do Procon de São Paulo com 5.500 reclamações entre 2012 e 2013. São 80 reclamações por dia em média nos últimos dois anos. Façamos as contas e veremos quanto São Paulo gasta só para atender as reclamações da Net, em tempo e dinheiro.

Na última quinta-feira (21), como mostra a última atualização desta reportagem (https://alotatuape.com.br/?p=2853), ficou agendada para sexta-feira (21) a visita de um técnico a fim de inspecionar a casa do assinante e verificar se ele não estaria usando um dos aparelhos que outro técnico, enviado em 4 de janeiro, se recusou a retirar, alegando que um outro o faria. Lembramos que o assinante mantinha dois pontos na residência. Um dos aparelhos foi levado e um ficou, aguardando ser retirado, sem uso desde o cancelamento em dezembro, numa sacola. O assinante mantém uma assinatura com outra operadora desde janeiro deste ano.

Nessa mesma quinta-feira, dia 21 de março, horas depois do contato com a empresa, o assinante recebeu ligação de um funcionário identificando-se como do setor financeiro, que garantia o envio de uma fatura regularizada e que o agendamento da visita do técnico com a atendente deveria ser desconsiderado. O assinante desconfiou e quis saber o nome do funcionário que disse chamar-se João. O assinante pediu um telefone para entrar em contato e o funcionário respondeu: “Alô, alô...”, e a ligação caiu. Ou teria sido desligada propositalmente?

No dia seguinte, conforme havia sido agendado, um técnico compareceu ao local de instalação, como programado pela atendente da Net que agendou a visita.

Portanto, três fatos se concluem:
– Existe uma tremenda falha na gestão da empresa Net;
– Não há o menor respeito com os clientes, já que um funcionário agenda, o outro cancela, e um terceiro comparece apesar de tudo;
– Os dados dos clientes podem estar sendo usados e acessados por qualquer funcionário da empresa sem nenhum critério de segurança, colocando em riscos as famílias que utilizam os serviços da Net.

Quem se responsabiliza por isso? Quem da nome ao João da Net?

Recebido pela família, na sexta-feira 21 de março, apesar do telefonema ao contrário, o técnico que se apresentou como funcionário da Net, disse que veio verificar se havia um aparelho da empresa na residência, insinuando que o mesmo poderia estar sendo usado. O assinante fez questão de afirmar sobre a ligação cancelando aquela visita, mas o funcionário disse que estava com uma ordem de serviço nas mãos e estava lá para fazer a verificação.

Foi convidado a entrar na residência e verificar por si essa questão, mas não quis fazê-lo. Alegou que poderia olhar o aparelho no portão da residência, o que foi feito. Segundo o técnico, que recebeu o aparelho numa sacola, onde estava guardado desde dezembro, disse que aquele aparelho estava ativo.

Foi então que perguntou ao assinante: “O senhor já fez o cancelamento?”. “Ora!”, este respondeu. “Pensei que o senhor estivesse aqui para retirar o aparelho que não foi retirado desde dezembro e resolver isso. A assinatura foi cancelada em dezembro?”, indignou-se o assinante que teve de cancelar compromissos de trabalho para resolver a questão definitivamente.

Bem, por incrível que possa parecer, novamente o técnico enviado para verificar e levar o aparelho embora de uma vez por todas, disse que não poderia retirá-lo. Escreveu em seu bloco de ordens de serviços que o aparelho se encontrava na casa do cliente e ativo.

Sentindo-se mais uma vez feito bobo, depois de cancelar compromissos para aguardar novamente o representante da empresa, o assinante pediu para que o técnico deixasse escrito que ele se recusava a levar o aparelho embora antes de assinar a ordem de serviço. Com essa exigência, o funcionário se recusou a escrever o que o cliente pediu e se retirou do local, sem deixar cópia e não houve assinatura.

Nada ficou resolvido até hoje. A fatura regularizada não chegou. Afinal, para quê ele foi ao local? Esse procedimento é revoltante e está deixando as pessoas de cabelo em pé.

E assim, descrevemos mais um capítulo dessa novela mexicana. Aos leitores deixamos claro e as provas estão estampadas na reportagem. A empresa Net não teme represálias, recebe multas e continua operando tranquilamente, divulgando sua marca como a melhor do país.

Um péssimo exemplo de gestão transformado em exemplo, já que o noticiário geral e a propaganda enfatizam a expansão, os lucros e o sucesso da empresa, jogando toda a sujeira aqui descrita para debaixo do tapete.

Esta assinatura foi cancelada em dezembro de 2013.

No dia 20 de janeiro, aparecia como válida, uma cobrança parcial, que foi paga.

No dia 20 de fevereiro, novamente a cobrança parcial da assinatura, cancelada em dezembro, paga em janeiro. 

Em seguida a 2ª via enviada, reconhecendo o erro, depois de horas ao telefone, assim como nas segundas vias anteriores.

No dia 20 de março a assinatura cancelada em dezembro volta a ser cobrada, no valor total da assinatura.