Segunda-feira, 14 de maio de 2018 às 16h35


A Prefeitura de São Paulo divulgou na última sexta-feira em coletiva de imprensa e publicou no Diário Oficial do Município no sábado (12), uma notícia que pode melhorar a vida das pessoas que moram na área mais populosa da cidade, a zona Leste.

Gerson Soares

De acordo com o órgão municipal, encontra-se aberto aos interessados, por meio da Secretaria Municial de Desestatização e Parcerias, um edital de Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para receber da iniciativa privada estudos para a implantação, manutenção e operação da infraestrutura do BRT (Bus Rapid Transit) e paradas de embarque na Radial Leste.

 

Ilustração modelo do "Rapidão da Radial Leste", nome dado pela Prefeitura. Imagem: divulgação

 

Para quem vive diariamente o trânsito da ida e vinda do trabalho, da faculdade, de quem precisa fazer deslocamentos e mora entre o Parque Dom Pedro II, Guaianazes e além, a chegada do Rapidão – como já está sendo batizado – pode trazer alívio e economia, nas inúmeras horas perdidas durante os congestionamentos cotidianos na via de ligação do Leste com o centro de São Paulo. O projeto engloba 28,8 km entre a estação Pedro II e o terminal Guaianazes da CPTM, terá 29 paradas de embarque e poderá custar aproximadamente 550 milhões.


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“O BRT significa melhoria de qualidade no sistema de transporte e diminuição do tempo de trajeto das pessoas entre suas casas e locais de trabalho. Essa linha vai ajudar a desafogar a linha vermelha do Metrô. Será uma grande conquista para a cidade de São Paulo”, afirmou o prefeito Bruno Covas, durante entrevista coletiva realizada na sexta-feira (11).

“O sistema BRT tem modelos de sucesso em algumas cidades brasileiras, em São Paulo existe o Expresso Tiradentes, mas temos bons exemplos também no México, China e Estados Unidos. Ele traz rapidez no deslocamento e é mais barato se comparado à implantação de metrô, por exemplo. A cada 1 km de metrô, é possível implementar mais de 16 km de BRT”, comparou o secretário municipal de Desestatização e Parcerias, Wilson Poit.

 

Lentidão na Radial Leste por volta das 06h30: este cenário já faz parte do cotidiano de quem mora na zona Leste da cidade e busca o centro nas manhãs e finais de tarde. O trânsito é intenso durante todo o dia, onde um pneu furado pode causar enormes congestionamentos. Foto: aloimage

 

Por trás dessa novidade está a chinesa BYD

Essa implantação incluirá desapropriações, requalificação das vias asfálticas e calçadas, construção de viadutos, túneis e passarelas. A implantação do sistema BRT na Radial Leste pode melhorar muito a mobilidade em São Paulo. Conforme divulgado pela Prefeitura, poderão participar do PMI pessoas físicas e jurídicas, nacionais ou estrangeiras, individualmente ou em consórcio, que preencham os requisitos de participação previstos no edital. Os interessados em participar do procedimento devem realizar o credenciamento em até 20 dias após a publicação do edital.

Segundo divulgado pelo Jornal do Brasil no dia 11, o PMI foi convocado porque a Prefeitura de São Paulo recebeu manifestação de interesse da BYD no projeto. A empresa, fabricante chinesa de ônibus elétricos, já possui veículos em fases diversas de testes e funcionamentos desde 2015. Há poucos meses doou carros elétricos à Prefeitura e agora deve ocupar lugar de destaque entre os concorrentes pelo BRT na Radial Leste.

Sem novidades

Já há quem discorde das afirmações feitas pelo prefeito e seu secretariado, pois o problema da Radial Leste também passaria por ampliações do metrô, como a linha 15 Prata e a linha 2 Verde que está parada. Se considerarmos o crescimento populacional, a solução será bem-vinda. Mas ainda é cedo para afirmar que os problemas da massa populacional que se desloca diariamente da área com maior densidade demográfica da cidade e depois precisa retornar, estará resolvido com essa medida. No entanto, a que se levar em conta a atenção do órgão municipal neste assunto.

A implantação de um corredor de ônibus nessa parte da cidade já é antiga. Ganhou publicidade na gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD) em 2011, no entanto não vingou. Depois veio Fernando Haddad (PT), que tentou colocá-la em prática, mas foi impedido pelo TCU (Tribunal de Contas da União). “Obras para corredor de ônibus em São Paulo têm sobrepreço e não receberão mais recursos federais”, divulgou o órgão em agosto de 2016. A notícia continua enfatizando a paralização desde março de 2015 e um sobrepreço de 49,5 milhões de reais, 13% do valor do contrato.

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