Sábado, 20 de agosto de 2016, às 10h37


Avaliação clínica pode detalhar as características e duração da dor; o tratamento, multidisciplinar, deve ser feito individualmente. Leia a matéria da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED).

Dor vulvar é uma síndrome disfuncional e multifatorial que compreende dor, disfunção emocional e sexual. Seu tratamento é complexo devido à dificuldade diagnóstica e sua associação com quadros de dor disfuncional. Não existe um modelo conceitual para auxiliar no diagnóstico e tratamento, por isso é necessário avaliar os sintomas individualmente, sua relação com os músculos do assoalho pélvico, com mecanismos dolorosos ou com aspectos emocionais.

 

Compressas geladas, banhos de acento, roupas largas e roupas íntimas de algodão podem aliviar o desconforto. Foto: Divulgação / SBED

Compressas geladas, banhos de acento, roupas largas e roupas íntimas de algodão podem aliviar o desconforto. Foto: Divulgação / SBED

 

“Grande parte das pacientes não lembra como iniciou o quadro doloroso, entretanto, existe relação com episódios de infecção vaginal, tratamento vaginal local ou mudança de parceiro sexual”, comenta a dra. Telma Regina Mariotto Zakka, coordenadora do Comitê de Dor Urogenital da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor.

Com maior prevalência entre 18 a 25 anos, embora acometa mulheres em todas as faixas etárias, especialmente na idade reprodutiva elas relatam dor vulvar por um período superior a 3 meses.

Em sua forma crônica, por conta de sua etiologia multifatorial, apresenta diversidade de sintomas e dificuldade terapêutica. As pacientes apresentam maior sensibilidade a estímulos como toque, pressão e calor e associação frequente com outros quadros de dores crônicas como a síndrome fibromiálgica, a coccigodínea, a cistite intersticial, a enxaqueca, a disfunção temporomandibular e a síndrome do intestino irritável.

Alguns dos fatores desencadeantes e agravantes são aumento da alcalinidade vaginal, deficiência de estrógenos, infecções, cirurgia ginecológica, disfunção da musculatura do assoalho pélvico, suscetibilidade genética a dor, assim como vulvovaginites recorrentes por candida e o uso crônico de cremes antifúngicos, que causam irritação local, dor e desconforto.

“Durante a avaliação clínica, deve se detalhar as características e duração da dor, doenças e tratamentos prévios, antecedentes pessoais, alergias, cirurgias, disfunção psicológica e sexual”, relata a especialista.

Para a dra. Telma, o tratamento deve ser multidisciplinar e individualizado, respeitando os múltiplos fatores etiológicos envolvidos, a interferência dos fatores psicológicos e as diferenças socioculturais na percepção da dor. As modalidades terapêuticas propostas incluem os cuidados locais, o tratamento tópico, os esquemas farmacológicos, a fisioterapia, além de terapia cognitiva comportamental, cirurgia e tratamentos complementares. Compressas geladas, banhos de acento, roupas largas e roupas íntimas de algodão podem aliviar o desconforto.

Foto: Divulgação / SPSP

Os benefícios em não comercializar refrigerantes nas escolas. Foto: Divulgação / SPSP

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