Segunda-feira, 21 de agosto de 2017 às 20h20
Dentre a vasta documentação iconográfica da Fundação Energia e Saneamento, que reúne mais de 260 mil itens, destacam-se conjuntos de aerolevantamentos da antiga companhia de energia Light, realizados a partir da década de 1920 em diferentes regiões do Estado de São Paulo. O aerolevantamento consiste em um conjunto de operações executadas por meio da instalação de equipamentos em uma aeronave para a obtenção de informações da parte terrestre, aérea ou marítima de um território. No caso da aerofotogrametria, utilizam-se aviões para a tomada fotográfica.
As mais de 26 mil imagens aerofotogramétricas do acervo da Fundação, do Fundo Eletropaulo, que totalizam uma área recoberta de aproximadamente 45 mil quilômetros quadrados, muitos deles ultrapassando os limites do Estado, se destacam por terem se transformado em registros histórico-geográficos das modificações na paisagem de São Paulo, como o trabalho de aerolevantamento realizado no Rio Pinheiros, a partir de 1928, pelo aviador inglês George Nelson-Smith.
Os registros de Nelson-Smith apresentam a sinuosidade original do Rio Pinheiros antes das obras que visaram o aumento da capacidade de geração de energia da Usina Henry Borden, de Cubatão, a partir da década de 1930, e que resultaram na retificação e reversão do Rio Pinheiros, na formação do Reservatório Billings, e na construção das usinas elevatórias de Pedreira e de Traição. À época, a construção de tais estruturas objetivou a atender à crescente industrialização e consequente aumento de demanda por energia elétrica na Capital.
Como forma de disponibilizar este rico material de pesquisa, a Fundação Energia e Saneamento tem executado ações de conservação nos documentos. Com supervisão de Luciana Amaral, especialista em organização e conservação de acervos, os procedimentos incluem a higienização, o reacondicionamento e a digitalização de todo o conjunto aerofotogramétrico da instituição, com o objetivo de disponibilizar os registros em seu site, para consulta online.
Além deste trabalho, o acervo aerofotogramétrico é alvo, no momento, de um projeto conduzido pela geógrafa Celina Pedroso, e que compreende o diagnóstico do material, com a organização e checagem de possíveis perdas de informação geográfica no seu conteúdo devido à ação do tempo, além da digitalização e da produção de um mapa índice, realizado com a utilização de um software de geoprocessamento e que terá, como base, uma planta do Estado de São Paulo. O objetivo é facilitar o trabalho de pesquisadores, em especial, de geógrafos, na consulta ao acervo de fotos aéreas da Fundação.
Leia mais sobre
HISTÓRIA DE SÃO PAULO
Leia as últimas publicações