Segunda-feira, 16 de maio de 2016 às 20h03


O objetivo é discutir reforma da Previdência em 30 dias. Na opinião das centrais sindicais, há alternativas de financiamento para a Previdência que não seja a mudança na idade dos trabalhadores para ter direito ao benefício.

O presidente interino Michel Temer determinou, nesta segunda-feira (16), a criação de um grupo de trabalho para discutir propostas para a reforma da Previdência. A decisão foi anunciada após reunião entre representantes de centrais sindicais e a cúpula do governo no Palácio do Planalto. O próprio Temer participou do encontro e definiu o tempo de trabalho: trinta dias.

 

Brasília - O presidente interino Michel Temer  se reúne com dirigentes de centrais sindicais. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Brasília - O presidente interino Michel Temer se reúne com dirigentes de centrais sindicais. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

 

A coordenação será feita pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e cada central sindical terá dois representantes – com exceção da CUT e da CTB, que não participarão num primeiro momento, segundo o deputado Paulo Pereira (SDD), o Paulinho da Força. O grupo terá a primeira reunião na próxima quarta-feira e o prazo de um mês para formular uma proposta. Caso não haja consenso, o governo enviará um projeto de lei para ser discutido no Congresso.

Em entrevista a jornalistas, Paulinho da Força, presidente licenciado da Força Sindical, afirmou que a tônica dada pelo governo foi a da negociação e discussão com resultados concretos. “Foi positivo o fato de a primeira reunião, em 94 horas de governo, ser com as centrais. O governo rapidamente aceitou discutir e para nós é importante um governo que dialogue e discuta, e não imponha”.

Segundo Paulinho, as centrais não aceitam mexer nos direitos adquiridos, como chegou a cogitar o ministro da Fazenda, Henrique Meireles, presente ao encontro – além dele o ministro do trabalho Ronaldo Nogueira. Mudanças, apenas para quem for entrar no mercado de trabalho. Paulinho aposta que há outras medidas que podem ser tomadas para acabar com o déficit da Previdência, como a cobrança para o agronegócio e o fim da desoneração da folha de pagamento.

Alternativas

Na opinião das centrais sindicais, há alternativas de financiamento para a Previdência que não seja a mudança na idade dos trabalhadores para ter direito ao benefício, como o aumento da arrecadação por meio da formalização do trabalho e a criação de impostos por meio da legalização dos jogos de azar.

O presidente da Força Sindical, deputado Paulinho da Força (SD-SP), disse que Temer está disposto a negociar para resolver o problema. Após o encontro, o presidente da União Geral dos Trabalhadores, Ricardo Patah, disse que vai tentar sensibilizar as demais centrais a participar dos debates, porque, segundo ele, Michel Temer disse não querer deixar como legado a retirada de direitos dos trabalhadores.

“Este diálogo é fundamental. Querendo ou não querendo, está aí o governo colocado. Se não houver um debate profundo, quem vai sair prejudicado são todos os trabalhadores. Eles que estão pagando com o desemprego. Não podemos ter situação de impedimento do diálogo para que a gente possa solucionar a crise mais grave que a gente tem que é a do desemprego”, disse Patah.

Com informações do Portal Brasil e Agência Brasil
O presidente interino Michel Temer coordena a primeira reunião ministerial de seu governo, às 9h, no Palácio do Planalto

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