Sábado, 14 de maio de 2016 às 11h06


Há algum tempo não se via alguém falando com serenidade em nome de um dos maiores países do planeta, dono de um potencial inexplorado, desconhecido e principalmente desamparado; ao qual, após décadas de espera desde que foi escrito pela primeira vez, ainda cabe o termo “Brasil um gigante adormecido”.

Gerson Soares

O presidente interino Michel Temer trouxe um aspecto há muito perdido, a imagem que o Brasil transmite ao mundo e a que precisa reaprender a ter sobre si mesmo. Depois da aula sobre política dos últimos meses, que começou a ferver antes mesmo das festas natalinas de 2015, é possível aprender com esse jeito tranquilo do novo presidente brasileiro que sem arrogância transmite seu recado. Não estou aqui para derramar elogios ao político nem à pessoa, mas sim à maneira de encarar esse grande desafio e a forma que sua trajetória o levou ao cargo máximo do País.

 

13/05/2016 - Brasília - DF, Brasil - Temer inicia primeira reunião ministerial de seu governo. Foto: Isaac Amorim/MJ

13/05/2016 - Brasília - DF, Brasil - Temer inicia primeira reunião ministerial de seu governo. Foto: Isaac Amorim/MJ

 

Temer possui uma postura de alguém que transmite confiança, de um líder capaz de tomar decisões difíceis e todos parecem saber disso, inclusive a imprensa. No entanto, também é notória sua habilidade em fazê-lo provocando o mínimo de melindres e até mesmo adiando com frieza aquilo que já está desenhado, mas que aguarda o momento certo. Vejamos de início a questão da redução de ministérios: com uma equipe formada por nomes fortes e pessoas capacitadas nas principais pastas, ele criou um clima de tranquilidade que já está sendo transmitido aqui e no exterior. Há críticas, mas se houver mão firme na economia, liderança política e regras rígidas a serem seguidas – como exige a situação –, dificilmente haverá arremedos administrativos sem cobrança a altura. É o que se espera.

A simples mudança de presidente e a abordagem correta de algumas medidas óbvias, como ele mesmo disse, já fez lembrar aos brasileiros e aos investidores estrangeiros que o Brasil não é uma república de bananas e sim um país que quer vencer, onde mora um povo diferente, para onde vêm pessoas com vontade de trabalhar e desfrutar as belezas naturais ao mesmo tempo, ou seja, temos tudo para voltar a despontar na economia mundial, faltava um líder. Surgiu Temer, que pode não ser o ideal, mas dificilmente haverá um que resolve de uma vez todos os problemas conjunturais existentes, como a Saúde que precisa de atenção urgente.

Voltando às riquezas inexploradas, deixo aqui uma pequena contribuição. Aprendamos com países do velho continente, a Europa, onde em grande parte o gelo impera, onde o sol é mais raro e o solo desgastado pelo tempo de uso. Mesmo assim, os europeus conseguem sobrepujar as adversidades com criatividade, seriedade, trabalho duro e incessante, flores nas janelas, carinho com seu país, com seus monumentos, controle, organização. Para lá viajam turistas que movem um mercado bilionário, levando boas lembranças para casa e recordações que ficam para sempre. Produtos diferenciados como os vinhos, os queijos, os costumes também são importantes. Lembrando aqui a busca pelo intercâmbio comercial que deu origem às Grandes Navegações, quando os povos da Europa saíram para o “desconhecido” e voltaram para casa com os navios cheios de riquezas do mundo que os rodeava em outros continentes.

Esta pequena e singela contribuição é para lembrar que vivemos numa terra maravilhosa, que precisa ser lapidada com eficiência para dar frutos e elevar o padrão de vida com oportunidades para todos. Os brasileiros contribuem faz tempo com seu suor, mas por aqui nada é fácil para o povo, e a ele está sendo pedido mais um pouco de sacrifício, como já faz o ministro da Fazenda Henrique Meirelles quando fala na volta provisória da CPMF. Agora é a hora de acreditar, de contribuir, de participar da política com responsabilidade. Até quando esperar para que essa terra dê frutos? Sem trabalho não dará, disso quem gosta são os oportunistas que se aproveitam da labuta alheia, mas até eles precisarão se esforçar se quiserem obter vantagens, neste momento em que todos estão atentos àqueles que só querem ganhar sem esforço.

Com educação, estudos, trabalho, seriedade, cobrando as políticas governamentais – como foi feito para que este momento fosse alcançado –, o Brasil há de vencer os obstáculos, como já é esperado de nossos atletas nas Olimpíadas, fato que já preocupa os adversários. Ao governo e a Michel Temer cabe incentivar práticas exemplares, adotar até mesmo o espírito olímpico e cumprir com palavra de honra aquilo que disse durante o seu discurso: “Nosso lema é Ordem e Progresso, esse é o tema da nossa bandeira. Vamos trabalhar e parar de falar em crise”.

Temer elevou o nível do Brasil com sua experiência política e a confiança que transmite, se honrar suas palavras e cobrar de sua equipe os resultados há tanto esperados, as atitudes governamentais há tanto aguardadas, trará a prosperidade tão almejada. Boa sorte!

Michel Temer ao lado do presidente do Senado Renan Calheiros e do presidente do PSDB, senador Aécio Neves: árdua tarefa de conciliar interesses tão difusos se estende aos líderes dos demais partidos, da sociedade e setores econômicos. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Michel Temer ao lado do presidente do Senado Renan Calheiros e do presidente do PSDB, senador Aécio Neves: árdua tarefa de conciliar interesses tão difusos se estende aos líderes dos demais partidos, da sociedade e setores econômicos. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

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