Terça-feira, 5 de novembro de 2018, às 21h12


Apoios com tendências a traições oportunistas, falácias e caronas perigosas, não devem passar despercebidos a uma equipe que se esmerou em desbancar os arroubos petistas.

Gerson Soares

O governador eleito por São Paulo, João Doria (PSDB), não perdeu em nenhum momento a oportunidade de elogiar e apoiar durante sua campanha o novo presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Fez o mesmo durante a fraca decolagem de Geraldo Alckmin (PSDB) do seu partido, ainda no final de 2017, e por pouco não esteve em seu lugar disputando a presidência da República. Talvez, o voo fosse muito alto. Mas não teve dúvidas em passar com seu rolo compressor por cima de outro natural candidato ao governo do Estado de São Paulo, Mario Covas Neto, que deixou o PSDB, principalmente, devido ao fato de ser preterido por Doria. Os olhos claros do milionário enxergam longe, a Prefeitura já não cabia em seu horizonte, com 1 ano e 5 meses deixou o cargo que prometeu desempenhar até o fim. Por pouco sua ambição não lhe deixa ao léu, quase perdendo na última hora para o teoricamente fraco Márcio França (PSB), que demonstrou ser um oponente à altura.

Derrotado por ele, França se recolhe com dignidade. Derrotado por Bolsonaro, Haddad é uma incógnita. No entanto, seu partido, o PT continua fazendo afirmações absurdas que parecem muito lógicas aos seus ideais. A presidente da sigla, eleita deputada federal, Gleisi Hoffmann, em delírio afirma que Lula precisa ter um julgamento justo, como se isso jamais tivesse ocorrido. Incita os partidários continuamente, criando um clima de guerra entre o Partido dos Trabalhadores e o Brasil, que só quer vencer a barreira imposta pela péssima atuação de Lula e Dilma, deixando um saldo de bilhões negativos nas contas públicas e milhões de desempregados, além de um rastro de corrupção. Fatos estes que não se viu na história brasileira em tamanha monta.

Há, porém, um fato novo que chega ao Congresso Nacional, os parlamentares eleitos e os que não conseguiram se reeleger. Entre estes impera a decepção e o medo de caírem na malha do novo Ministro da Justiça. Quem acompanhou as cenas grotescas proporcionadas por membros do PT, liderados por Hoffmann, agora presidente do partido, irá lembrar a falta de compostura que travava as reuniões e quantas vezes Vossas Excelências não permitiram que a Comissão de Impeachment prosseguisse com os trabalhos. Não se pode esquecer os nomes de Lindbergh Farias (PT) e Vanessa Grazziotin (PCdoB) que estão entre aqueles não se reelegeram. O trio infernizou a Comissão na defesa de Dilma Roussef. A eles seja dado o crédito da fidelidade, ainda que patológica.

Outro fato novo é uma deputada eleita chamada Joice Hasselmann, jornalista que segundo ela própria será a algoz de Hoffmann e afirma ter perdido o emprego por causa do ex-presidente Lula, conforme tweetou na semana passada: “Vejam só: Em 2015 @LulaOficial me declarou inimiga pública, me processou, me tirou da Veja. Também ignorou a justiça, atacou Moro e desprezava @jairbolsonaro. Hoje sou a deputada federal mais votada da Câmara, Moro é super-ministro, Bolsonaro presidente e Lula presidiário. Sem mais.”

No entanto, o PT não esmorece e Hoffmann não busca um caminho conciliatório, que coloque o Brasil como prioridade suprapartidária. Hoje, os advogados entraram com pedido de liberdade para Lula e suspeição de Moro por ter atuado politicamente durante as eleições. “Lula está preso aqui não porque cometeu crime. Não houve crime. Ele está preso aqui para não ser candidato a presidente da República e permitir que Jair Bolsonaro ganhasse a eleição”, disse Gleisi na última quinta-feira, dia 1º. Nesse mesmo dia, Hasselmann escreveu no Twitter: “Acabo de dar entrevista para o The New York Times. Queriam saber o que eu, como biógrafa do Sergio Moro, achei da escolha dele como Super Ministro da Justiça. Como assim?? Eu amei!!! Depois da eleição do @jairbolsonaro, essa foi a melhor notícia da história recente.”

Alheia as forças contrárias parece estar a nova equipe de governo. Somente o trabalho sério irá produzir os frutos que os brasileiros aguardam com tanta ansiedade. Certamente a capa que os reveste não os deixará faltar ao chão da fábrica chamada Brasil, capitaneados pela liderança que escolheram, se esta encarar de frente os dias sombrios que certamente virão. Assim, o vento que a bonança está proporcionando agora, voltará a soprar; colocando cada peça ordenadamente em seu lugar, respeitando a bandeira e as belezas que existem entre os direitos e os deveres, que acabam uns onde os outros começam, numa harmonia sem fim.

Brasíllyawood, o show cinematográfico de baixa qualidade que se vê em Brasília diariamente. Ilustração; aloart

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