O engenheiro militante pioneiro nos estudos da energia eólica no Brasil.
Em 5 de maio de 1900, a Light inaugurou em São Paulo, a primeira linha de bondes elétricos a operar na cidade. Naquele mesmo mês de maio, nasceria, também na capital paulista o engenheiro Catullo Branco, que se tornaria, nas décadas seguintes, um dos maiores especialistas nas questões referentes à produção de energia elétrica. Sua trajetória profissional e política é o tema do livro Catullo Branco: o homem dos moinhos de vento, lançado no dia 18 de março, no Museu da Energia de São Paulo.
Formado em 1924 pela Escola Politécnica de São Paulo, em 1928, Catullo tornou-se funcionário da Secretaria de Viação e Obras Públicas de São Paulo, na qual permaneceu até se aposentar em 1958. Durante esse período, sempre como funcionário do Estado, idealizou projetos para usinas hidrelétricas, entre os quais o da atual Usina Hidrelétrica de Barra Bonita: projeto pioneiro na utilização do uso múltiplo dos rios, que previa, além da geração de energia elétrica, o controle das enchentes, a irrigação, o saneamento básico, o lazer e a construção de eclusa para navegação. Em 1935, baseado em uma série de experimentos, Catullo Branco publicou o livro Instalações eolianas para produção de energia elétrica, a primeira pesquisa desse tipo que se tem notícia no Brasil.
Em 1947 elegeu-se deputado estadual pelo PCB, mas teve seu mandato cassado no início do ano seguinte, após seu partido ter sido colocado na ilegalidade. Durante seu breve mandato defendeu a nacionalização das empresas de energia elétrica, pois entendia que a produção, a transmissão e a distribuição de energia deveriam ser feitas por uma empresa estatal, o que acabou ocorrendo em 1966, com a criação da CESP.
Sempre atento ao que se realizava no mundo em relação às possibilidades de geração de energia elétrica, chegou a visitar vários países entre os quais os Estados Unidos, a União Soviética, a Tchecoslováquia, Holanda e Bélgica e Cuba, onde permaneceu por seis meses, ocasião na qual lecionou na Universidade de Havana.
Fotos e fonte: Fundação Energia e Saneamento
Frase:
"O nosso aculturamento era muito sectarizado e dirigido. Quando saí da Escola, em 1924, estava bem convencido de que a sociedade estava dividida em duas classes: os que sabiam cálculos diferenciais e os outros. O atraso ideológico era lastimável." (Documento do Fundo Catullo Branco, Acervo Fundação Energia e Saneamento)