Há não muito tempo, o conceito de saúde emocional era pouco mencionado. Quando surgia, geralmente estava associado a frases como “tomo um remedinho para dormir”, enquanto a ideia de fazer terapia parecia um privilégio distante para muitos.

Por Débora Cristina*


Hoje, felizmente, a realidade é outra. Com a evolução social e o aumento da conscientização, o acesso à terapia tornou-se mais amplo, contando com opções gratuitas e populares, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Essa mudança acompanha o ritmo acelerado da vida moderna, onde a sobrecarga de responsabilidades e a constante enxurrada de informações aumentam os níveis de ansiedade e estresse.

O impacto desse ritmo frenético é alarmante. Segundo a OMS, 9,3% da população brasileira sofre de ansiedade, o que ressalta a urgência de cuidar da saúde mental. Janeiro, tradicionalmente associado a recomeços e novos projetos, carrega consigo expectativas que podem se transformar em angústia. É nesse contexto que surge a campanha Janeiro Branco, enfatizando que saúde emocional não é um luxo, mas uma necessidade.

A escolha de janeiro como o mês para falar sobre saúde mental é simbólica. É o momento em que as pessoas traçam metas, criam expectativas e, muitas vezes, enfrentam a ansiedade de transformar sonhos em realidade. Mais do que nunca, este é um período propício para reforçar que cuidar das emoções deve ser uma prioridade.

Práticas simples podem fazer a diferença: meditação, exercícios físicos, conexões saudáveis e o acesso a serviços como os do SUS são aliados poderosos na construção de bem-estar. Buscar ajuda profissional, quando necessário, é um ato de coragem, não de fraqueza.

Cuidar da saúde mental é investir em qualidade de vida e em sua capacidade de realizar sonhos. Neste novo ano, permita-se desacelerar, olhar para dentro e priorizar o que realmente importa: sua saúde emocional. Lembre-se, você merece viver em equilíbrio e bem-estar para enfrentar os desafios e aproveitar as conquistas que estão por vir.


Por Débora Cristina Macedo, psicóloga clínica, social, cognitiva e do desenvolvimento, com especialização em psicologia do esporte e neurociência. Atua em questões emocionais como ansiedade e depressão, utilizando estratégias de gerenciamento de estresse e promoção do bem-estar. (CRP: 06/59693-5). É também fundadora e diretora do Instituto Debora Cristina, no Tatuapé, em São Paulo.


Destaque – Imagem: IDC / Divulgação / aloart / Getty Images


Publicação:
Domingo | 26 de janeiro de 2025.


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