Gerson Soares
O sindicato dos Metroviários prepara uma greve que vai novamente mexer com a cidade, e pode ser deflagrada na próxima quinta-feira, dia 05 de maio (uma semana antes da abertura da Copa 2014), caso as reivindicações da categoria não sejam atendidas.
A categoria promete divulgar carta aberta à população amanhã (29) e outra no dia 04/06, um dia antes da greve anunciada. Representantes do Sindicato dos Metroviários estiveram presentes em audiência no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), nesta segunda-feira (26), mas a proposta de conciliação do tribunal não foi aceita. O órgão propôs 9,5% de reajuste entre outros benefícios, o Metrô ofereceu 7,80%. A categoria quer 35,47% de reajuste.
Conforme o sindicato, a empresa também não avançou em outras reivindicações como a do plano de carreira. Reunidos na noite de ontem, cerca de 2.000 mil trabalhadores (dados do jornal O Bilhete), a categoria decidiu pela greve no dia 5 de junho, numa quinta-feira. Exatamente uma semana antes da abertura da Copa na cidade.
No dia 4 de junho, está marcada nova audiência de reconciliação entre o sindicato da categoria e o Metrô. Após a audiência, os metroviários pretendem avaliar as propostas para definir se a greve será deflagrada ou não.
Diferente dos rodoviários, o Sindicato dos Metroviários comunicou a empresa com a antecedência exigida pela lei (72 horas antes das paralisações). Portanto, não deve correr riscos no sentido de a greve ser julgada ilegal, nesse ponto.
No último dia 15, os metroviários fizeram uma passeata no centro da cidade para as suas reivindicações. Hoje, representantes dos trabalhadores afirmaram que não poderão manter a exigência de 75% dos trabalhadores em atividade durante a greve, já que é com esse número, segundo eles, que a empresa já opera normalmente. “Se o Metrô parar a culpa do Governador”, afirmam os sindicalistas.
No embalo das greves que se espalham pelo país, cujas reivindicações de aumento estão na casa dos dois dígitos, os metroviários reivindicam 35,47% de reajuste (7,95% de Inflação + 25,5% de aumento real). Esta será um pedra no sapato do governador Geraldo Alckmin, já que a categoria pretende negociar diretamente com o governo estadual, devido às negativas da empresa.
Segundo a assessoria da categoria em São Paulo, eles se baseiam nos índices divulgados pelo Dieese, quanto à reposição salarial e produtividade. O sindicato demonstra que em 1990, 10.500 metroviários, atendiam em torno de um milhão de usuários por dia. Hoje, aproximadamente 8.500 atendem quatro milhões de usuários.
Veja todas as reivindicações dos metroviários:
- 35,47% de reajuste (7,95% de Inflação + 25,5% de aumento real);
- Reajuste de 13,25% para o vale refeição (VR);
- Vale alimentação (VA) de R$ 379,80 (hoje o valor é somente de R$ 247,69);
- Plano de carreira para as gerências de Manutenção (GMT) e Operação (GOP);
- Metrus Saúde para aposentados;
- Reposição do quadro de funcionários;
- Participação nos resultados (PR) igualitária;
- Além das principais reivindicações dos cargos ligados à operação (OTMs 1) estação, dos agentes de segurança (ASMs 1), dos OTMs 2 e 3 tráfego, dos serralheiros e pintores, dos oficiais de instalação, dos técnicos, do pessoal dos cargos de gerência (GLG), da obra e da administração.