Sábado, 25 de julho de 2015, às 06h51
A afirmação foi feita em Conselho de Direitos Humanos. Várias ilhas podem desaparecer nas próximas décadas e seus cidadãos podem ficar sem território. Caso outros países não ofereçam ajuda, os “refugiados do clima” podem tornar-se apátridas.
ONU - Brasil | A vice-chefe do alto comissariado da ONU para Direitos Humanos (ACNUDH), Flavia Pansieri, se reuniu em março deste ano, com representantes das Ilhas do Pacífico no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, para examinar o potencial do impacto das mudanças climáticas nos direitos humanos. Para o ACNUDH, as questões relacionadas ao homem devem se encontrar no centro das discussões sobre combate ao aquecimento global e ser integrada ao novo acordo do clima que será definido no final de 2015, em Paris.
O presidente de Kiribati e o primeiro ministro de Tuvalu reiteraram na discussão no Conselho que as mudanças climáticas induzidas pelo homem não são apenas uma agressão ao ecossistema compartilhado pelo mundo, mas também um enfraquecimento “dos direitos à saúde, à alimentação, à água e ao saneamento, à moradia adequada e, para as pessoas dos pequenos estados insulares e das comunidades costeiras, até mesmo o direito à autodeterminação”.
O porta-voz do ACNUDH, Rupert Colville, afirmou que o contínuo aumento do nível do mar pode resultar que ilhas no Pacífico – como Kiribati e Tuvalu – desapareçam dentro de algumas décadas. Ele observou que alguns cidadãos já foram forçados a deixar suas casas e os dois governos se esforçam para prover as pessoas fornecimento adequado a alimentos e água potável.
Para governantes das Ilhas, o perigo da destruição aos seus Estados é eminente. Segundo eles, mesmo que as ilhas de Kiribati e Tuvalu não desapareçam, os efeitos das mudanças climáticas podem destruir patrimônios como edifícios do governo, tribunais, hospitais e escolas, o que prejudicaria a autonomia dos povos desses Estados. Seus líderes teriam de encontrar formas de reconstituição de seus Estados em outro lugar, ou persuadir outro governo a proporcionar aos seus cidadãos passaportes, bem-estar e proteção. E caso outras nações se recusem a ajudar, esses “refugiados do clima” poderiam tornar-se apátridas.
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