Terça-feira, 5 de novembro de 2018, às 19h09
Se ficar concretizado o que se delineia, o próximo governo imporá ajustes e até mudanças radicais à forma de fazer cobertura jornalística dos acontecimentos políticos e à velha maneira de fazer política entre os políticos.
Gerson Soares
Nesta terça-feira, o deputado reeleito e agora licenciado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) tomou as rédeas da transição entre os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PSL). De acordo com os jornalistas que tentaram arrancar alguma informação do ministro extraordinário da transição ouviram dele o seguinte: “O momento é de muito trabalho e não de dar entrevistas”, publicou a EBC. E ele está certo, apesar de que é preciso haver informações sobre as atividades da equipe, mas acredita-se que no momento certo elas chegaram. Enquanto isso, não faltarão especulações.

Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, reservado para a equipe transição de governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil Brasília
O Brasil está na UTI, e nesse estado não é permitido o fluxo incondicional de visitantes ao CTI. Portanto, trabalhar é mais importante do que falar e é isso que se espera da nova equipe que assumirá suas funções depois do dia 1º de janeiro, quando Jair Bolsonaro subir a rampa do Palácio do Planalto. “Esta semana damos mais um grande passo com o início do funcionamento do grupo de transição de governo, absorvendo informações para reestruturação do Brasil. Em Brasília, teremos acessos iniciais a números e informações que serão passadas aos brasileiros!”, publicou o presidente eleito no Twitter.
Contrariando o próprio partido que apoio Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Lorenzoni apoiou Bolsonaro antes e durante a campanha que culminou com dura vitória. Ele será o novo ministro da Casa Civil, cargo de suma importância estratégica para o novo governo, articulando a aprovação das propostas fundamentais ao impulso que se espera a partir do ano que vem, mas que já pode ser sentido no ânimo do empresariado, do mercado e da população, que passaram a respirar aliviados com o afastamento da possibilidade de uma repetição de governos que levaram o país à situação que não precisa ser desenhada ou descrita, ela é claramente visível, onde os quesitos primordiais grafados na bandeira nacional há muito tempo deixaram de ser respeitados.

Onyx Lorenzoni: "A responsabilidade e os desafios são enormes, mas não são maiores que os nossos sonhos." Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/Brasília
Até às 16h da tarde de hoje (5), a cobertura de imprensa do governo de transição no Centro Cultural Banco do Brasil estava indefinida e os jornalistas não tinham permissão para entrar sequer no estacionamento. Entre os políticos e sua velha forma de atuar no Congresso Nacional, o modelo que propõe Bolsonaro e sua equipe está distante do famoso toma lá, dá cá, e também é o que se espera. “Começamos hoje a escrever um novo capítulo na história do Brasil. A responsabilidade e os desafios são enormes, mas não são maiores que os nossos sonhos. Recebemos a missão do presidente @jairbolsonaro e vamos cumprir. Juntos por um país verdadeiramente para todos. Uma ótima semana a todos nós!”, escreveu Onyx.

PT gasta 20 vezes mais na campanha de Haddad do que o PSL de Bolsonaro. Ilustração: aloart / freepik
Leia mais sobre
ALÔ BRASIL
Leia as últimas publicações