Finalizando esta reportagem especial sobre os parques do bairro, alguns dos grupos que se reúnem para treinar e praticar exercícios dirigidos nos três parques do bairro.
No Parque do Piqueri conhecemos o grupo de corredores coordenado pelo professor de Educação Física e atleta profissional Marcos Araújo Santos, que há três semanas resolveu mudar o ambiente de treinos dos seus alunos. Normalmente eles treinam no Centro Esportivo Arthur Friedenreich que fica na Vila Alpina, mas em sintonia com o professor Marcos resolveram treinar num local diferente a fim de se aperfeiçoaram nas corridas. “Aqui no Piqueri a pista oferece condições para um treino mais forte”, disse ele. Quem quiser conhecer seu método ou treinar com o grupo, segundo Marcos pode encontrá-los todos os sábados no Piqueri.
O primeiro parque visitado pelo Alô Tatuapé foi o Ceret ou Pet, são várias histórias que norteiam a sua própria história, desde as caminhadas junto aos usuários em reportagens, um show da Kiss FM que ficou famoso pela bagunça que os espectadores causaram nas imediações do parque e no caminho para as estações de ônibus e metrô. A primeira edição dos Jogos Abertos do Tatuapé, promovidos pelo Alô Tatuapé, também começou no Ceret e na vontade de fazer com que o parque se tornasse uma referência positiva não foram poupados esforços e disso surgiram as “Amigas do Ceret”. Um grupo de senhoras que caminhavam juntas todas as manhãs. Sua passagem era ouvida antes de ser visualizada, diziam os homens de outro grupo, que andavam no sentido contrário ao delas, pois o burburinho das suas animadas conversas alegravam as brincadeiras entre os dois grupos. O encontro, às vezes com mais de 15 componentes em cada sentido, era sempre animado.
Apesar dos esforços desses grupos, de entidades do bairro e de ocupar o patamar de centro de lazer no Jardim Anália Franco, o Ceret continua tendo altos e baixos. Um exemplo disso é possível observar na imagem das pessoas que se exercitam sob a coordenação de professores. Os exercícios estão sendo realizados sob o mato alto, a grama maltratada.
Chegamos ao final da jornada ao C.E.E. Brigadeiro Eduardo Gomes, que não é um parque e sim um clube. Aliás, um péssimo exemplo de clube. Por um lado exibe um cemitério de órgãos, a fim de sensibilizar os usuários, mas não se ressente com a falta de capricho próprio e a forma que recebe seus convidados, como mostramos nas reportagens anteriores. Mesmo assim, foi possível presenciar a cessão de espaço para a professora da Topmix Dança, Karla di Melo, que promoveu aulas gratuitas no ritmo da Zumba. Além disso, presenciamos usuários no ginásio esportivo em acaloradas partidas de futsal, onde as jogadas dos pequenos encantavam pela plasticidade.
Outro grupo que se reúne nesse clube municipal é o Time do Bar, que merece este comentário não só pela iniciativa de cuidar da quadra de basquete que utilizam há 20 anos, mas também pela longevidade dessa união. Eles mesmos levam instalam as redes de proteção para o jogo e por sua conta criaram os aros para conseguir jogar, pintaram as tabelas e a quadra de maneira simples e bonita, fizeram a rede com correntes e a mola do aro – que pode ser vista numa das imagens – é de moto. O Time do Bar demonstra com clareza que é possível melhorar as coisas com vontade e criatividade mesmo sem dispor de verbas extraordinárias ou jogar a culpa na burocracia. Porém, o aparato municipal deve estar aparelhado para receber seus convidados, principalmente neste caso, por ser um clube esportivo.