Terça-feira, 1º de setembro de 2015, às 16h01


No dia 15 de agosto de 1993, a empresa Alô São Paulo lançava o tabloide Alô Tatuapé, em preto e branco. Nossa única opção, devido aos altos custos de impressão, era colocar uma cor diferente do estático preto na capa – ou em todas as páginas como chegamos a fazer. O exemplar Nº 1, saiu com a capa em azul e as demais seis páginas – total de oito páginas – na cor preta (veja no Histórico deste site).

A matéria sobre a Casa do Tatuapé, foi simbólica e a primeira que publicamos a respeito da história do bairro. Nesta nova seção do site Alô Tatuapé que remete à própria trajetória da marca, vamos manter os textos originais da época em que foram publicados. Leia o primeiro e veja como foi descrito esse símbolo do bairro. Com informações colhidas no material de divulgação da Casa do Tatuapé em 1993, editado pela Secretaria de Cultura de São Paulo. 

CASA DO TATUAPÉ

Tablóide Alô Tatuapé Nº 1 – 15 de agosto de 1993

Embora possua características do período bandeirista, como a construção em taipa de pilão e a arquitetura em três lances, a Casa do Tatuapé apresenta a peculiaridade do telhado em duas águas, como a Casa do Sítio da Ressaca, no Jabaquara.

A técnica construtiva empregada neste imóvel – a taipa de pilão – consistia em socar o barro com a mão de pilão entre pranchas verticais de madeira (taipal), formando-se assim as paredes externas com cerca de 50 cm de espessura; as paredes internas eram originalmente de pau-a-pique.

 

Ilustração da Casa do Tatuapé (pela Secretaria de Cultura de São Paulo), publicada em 1993.

Ilustração da Casa do Tatuapé (pela Secretaria de Cultura de São Paulo), publicada em 1993.

 

Introduzida pelos portugueses, essa técnica de origem árabe foi amplamente utilizada pelos paulistas que, devido a seu isolamento geográfico, dependiam essencialmente do barro como recurso para construção.

A construção do imóvel situa-se provavelmente no período de 1668 a 1698. Em 1668 era proprietário da área onde se localiza a Casa do Tatuapé, o padre Matheus Nunes de Siqueira. Seu provável construtor parece ter sido Mathias Rodrigues da Silva, nomeado em testamento pelo padre Matheus para administrar seus bens. Em 1698, pela primeira vez, a construção aparece descrita no testamento de Catarina D’Orta, esposa do administrador.

Durante um século e meio a casa serviu apenas de moradia; depois disso, passou a ser também sede de uma olaria que, até o final do século XIX fabricava exclusivamente telhas. Por essa ocasião, entretanto, passou também a produzir tijolos, período que coincide com a presença marcante de imigrantes italianos em São Paulo, disseminadores da construção em alvenaria.

O último proprietário que fez uso da casa, também como moradia, foi Elias Quartim de Albuquerque de 1877 a 1943, ano de sua morte. A casa foi então comprada pela Tecelagem Textília em 1945, tendo sido tombada pelo SPHAN* em 1951.

Depois disso, em 1979, o município efetivou a expropriação do imóvel, culminando com a restauração, revitalização e reabertura do edifício à visitação pública a partir de 1981.

Hoje, integra o acervo de Casas Históricas sob a responsabilidade do Departamento do Patrimônio Histórico, juntamente com outras de características construtivas semelhantes como a Casa dos Bandeirantes, a Casa do Sertanista, a Casa do Sítio Ressaca, a Casa do Grito e a Capela do Morumbi.

*SPHAN: Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Para visitar acesse o site Casa do Tatuapé

Para visitar acesse o site Casa do Tatuapé

Ilustração: aloart / 1999

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