Segunda-feira, 14 de março de 2016 às 20h46


Enquanto o país amarga a dura recessão, políticos se articulam para manter o poder.

Gerson Soares

Lula afirmou em seu depoimento que gostaria de um pedido de desculpas da força-tarefa da Operação Lava Jato e que devido às acusações e “perseguições” que vem sofrendo irá se candidatar à presidência da República no pleito de 2018. Mas para garantir que não irá passar parte de sua velhice atrás das grades, o ex-presidente cogita aceitar um cargo de Ministro, docilmente entregue pela atual mandatária da Nação, Dilma Roussef. A presidente afirmou que “seria bem-vinda a presença do Lula” em seu governo. O cargo, o deixaria numa situação mais cômoda diante da possibilidade de ser julgado, já que como ministro passaria a ter foro privilegiado.

 

Lula, fala em coletiva após depoimentos na PF. Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas

Lula, fala em coletiva após depoimentos na PF. Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas

 

No sábado (12), o PMDB realizou sua convenção nacional em Brasília, onde os destaques foram o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que enfrenta processo no Conselho de Ética e no Supremo Tribunal Federal (STF); o presidente do Senado, Renan Calheiros, que mantém elos com o governo e o vice-presidente Michel Temer, que foi reconduzido ao posto de presidente nacional do partido.

 

Convenção nacional do PMDB em Brasília. Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

Convenção nacional do PMDB em Brasília. Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

 

Temer, ao lado de Dilma Roussef, corre o risco de o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cassar a sua chapa, pelo menos esse é um dos caminhos que propõe os opositores ao atual governo, alegando que os eleitos cometeram crimes eleitorais e aceitaram propinas da Petrobras. O PMDB decidiu que deixará o governo dentro de 30 dias e o presidente do partido, agora reeleito, deve dar início à sua campanha para ocupar a vaga de Dilma.

 

Presidente Dilma Rousseff. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Presidente Dilma Rousseff. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

 

Em movimentos sinuosos, os políticos brasileiros se movimentam para manter suas posições. Abocanhando a bandeira com dentes afiados e um aperto constritor, parecem ocupar uma dimensão distante da realidade em que o desemprego, a inflação e o marasmo econômico rondam o país. O ano de 2016 mal começou e está sem perspectivas, os economistas já anulam também 2017 e os políticos se voltam para 2018. O Brasil vai às ruas e pede mudanças já.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff recebe mais de 30 juristas em ato para denunciar a falta de base jurídica do pedido de abertura do processo de impeachment. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Brasília - A presidente Dilma Rousseff recebe mais de 30 juristas em ato para denunciar a falta de base jurídica do pedido de abertura do processo de impeachment. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Aécio Neves  e Cunha Lima: oposição vê três caminhos: impeachment, cassação da chapa de Dilma e Temer ou renúncia. Foto: George Gianni/ PSDB

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