Terça-feira, 9 de agosto de 2016, às 12h57


Quanto à crise dos métodos contraceptivos e da proteção na adolescência, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2013, conduzida pelo IBGE e Ministério da Saúde, investigou diversos fatores de risco e proteção à saúde dos adolescentes, em mais de 100 mil adolescentes escolares do 9º ano do ensino fundamental de escolas públicas e privadas de todo o território brasileiro. Os dados levantados na PeNSE revelaram que 28,7% já tiveram relação sexual alguma vez.

Meninas que iniciam atividade sexual muito jovem são mais propensas a se envolver com parceiros mais velhos e não utilizar proteção, o que torna maior o risco de gravidez e DST. São maduras do ponto de vista biológico, porém sob a ótica emocional e cognitiva ainda estão despreparadas. A orientação nessa fase é mais difícil: ela pode ficar constrangida ou amedrontada de falar de suas vivências e expor suas dúvidas.

 

Preservativo: use. Foto: Getty Image

Preservativo: use. Foto: Getty Image

 

Com o tempo, a frequência de relações sexuais aumenta. No entanto, as decisões são repentinas e as repercussões percebidas somente em longo prazo, após o ato. Dr. Benito Lourenço, membro do Departamento de Adolescência da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), explica que o uso de preservativos está em crise na adolescência, o que seria o fenômeno da “fadiga do preservativo”.

Além de não demonstrar medo das DSTs, fatores como a falta de informação e de profissionais que reforcem a importância em adotar métodos seguros também contribuem para o descuido com a prevenção. “Existe uma dificuldade de a sociedade reconhecer que o adolescente é um sujeito de direito sexual e reprodutivo; portanto, merece orientação e proteção contraceptiva, como a população adulta. O assunto ainda é tabu nas casas e quando discutido nas escolas é tardio, focado apenas na biologia da gravidez e não em uma discussão de direitos e decisões”, alerta.

Os pais também têm grande responsabilidade na orientação de seus filhos sobre o assunto. A discussão em torno do início da vida sexual ainda é tabu em muitas famílias - pelos pais, que se sentem despreparados, e pelos adolescentes, assustados e receosos com suas primeiras vivências. É preciso superar o constrangimento de ambas as partes a fim de discutir as implicações de um bebê não planejado e, pior ainda, de uma doença, muitas vezes, incurável.

“Prevenir gravidez na adolescência é processo complexo e dinâmico e, não há dúvidas de que adolescentes, com acesso a uma fonte confiável de informações, aconselhamento e apoio estão melhores capacitados ao exercício mais saudável e responsável da sexualidade. É fundamental orientar o jovem, sem uma abordagem diferente de gênero, pois a responsabilidade é sempre dos dois”, conclui.

Grupo da Unifesp tem avaliado diversas alternativas de exercícios físicos para reduzir a dor e melhorar a qualidade de vida de pacientes fibromiálgicos, entre elas caminhada e corrida aquática. Foto: Wikimedia Commons

Grupo da Unifesp tem avaliado diversas alternativas de exercícios físicos para reduzir a dor e melhorar a qualidade de vida de pacientes fibromiálgicos, entre elas caminhada e corrida aquática. Foto: Wikimedia Commons

Leia mais sobre
SAÚDE

 

Leia as últimas publicações