Domingo | 4 de setembro, 2022
Para manter a Câmara dos Deputados e o Senado Federal os brasileiros estão pagando caro. Os parlamentares prometem um Brasil muito melhor no rádio e na TV.
É difícil dizer qual das inúmeras promessas é a pior, no sentido de não se cumprir o prometido. Mas só quem fica doente com gravidade é capaz de dosar a demora e falta de assistência que encontra no SUS. As reformas do Executivo são aprovadas a conta-gotas, exceto quando há interesse. Um exemplo clássico da falta dele no Congresso Nacional é o eterno adiamento da Reforma Tributária.
Falta vontade política
Obrigado a comparecer às urnas no dia 2 de outubro, o cidadão desempregado ou que precisa de assistência médica, odontológica e até para alimentar sua família, talvez nem imagine quanto custa manter o poder Legislativo. Todavia percebe o distanciamento entre ele e o empenho dos que pedem votos agora, para depois se esquecerem das promessas, permitindo que um país rico como o Brasil continue com tantas mazelas. Claramente, falta vontade política para mudar.
Quanto custa cada congressista brasileiro
Um estudo de pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e das universidades norte-americanas de Iowa e do Sul da Califórnia, divulgado pelo Estadão em março deste ano, mostra que o Brasil tem o segundo Congresso mais caro do mundo, atrás apenas dos EUA. O levantamento aponta que, em números absolutos, cada um dos 513 deputados e 81 senadores brasileiros custava o equivalente a pouco mais de 5 milhões de dólares ao ano (na cotação de hoje 25,9 milhões de reais), enquanto cada parlamentar norte-americano custa 8,8 milhões de dólares por ano. Segundo a pesquisa, em relação à renda média nacional, cada congressista custa 528 vezes a renda média dos brasileiros.
Custo x Benefício
A menos de 30 dias da votação que elegerá o presidente da República, deputados federais e senadores, os brasileiros escutam todo tipo de promessas no horário reservado à propaganda política. O problema é que nem sempre ou quase sempre o prometido não se cumpre. Cumprir promessas de campanha que beneficiem o povo são demoradas e custam caro ao Executivo, que precisa negociar cargos e vantagens com os parlamentares. De qualquer forma, neste os brasileiros pagaram aos partidos políticos 4,9 bilhões para serem gastos nas campanhas, cumprindo ou se esquecendo do que prometeram. Esse é o valor que receberam para gastar na eleição ou reeleição dos representantes do povo. Somando-se aos 27,5 bilhões com o empenho financeiro para as despesas totais das duas casas legislativas destinadas ao ano 2022, temos 32,5 trinta e dois bilhões e quinhentos milhões de reais.
Os eleitores estão contentes com o custo/benefício?!
Destaque - Imagem: aloart