Segunda-feira | 20 de setembro, 2021
ALZHEIMER
“Em termos de futuro, são interessantes as perspectivas abertas pela aprovação do primeiro medicamento com alvo no processo biológico”, diz neurologista da ABN.
A doença de Alzheimer atinge 5% da população com mais de 65 anos – ou 1,4 milhão de pessoas no Brasil. Provoca a perda de funções como memória, raciocínio, juízo crítico e orientação, podendo levar à desorientação espacial, alterações de comportamento e dificuldades para a realização de tarefas corriqueiras, como se alimentar ou se vestir. Em fases avançadas, o paciente passa a não reconhecer parentes e amigos, tendendo até a ficar totalmente dependente.
Até o momento, a literatura médica não descobriu as causas da doença. Mas especialistas se empenham em fazer o diagnóstico precoce e em aplicar medidas consideradas preventivas para retardar o avanço da enfermidade.
Contudo, um novo medicamento, aprovado pela Food and Drug Administration, FDA, órgão americano equivalente a Anvisa, vem agitando o cenário científico, oscilando entre a expectativa de um tratamento inédito para e certa limitação em torno da descoberta.
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A droga é o Aducanumab – anticorpo monoclonal que atua sobre o acúmulo de proteína beta-amiloide no cérebro. Por se tratar de droga de uso crônico, tem gerado expectativa de resultado alvissareiro, porém, que é preciso cautela, pois faltam mais estudos com resultados positivos. Daí o FDA ter solicitado realização de novo estudo, de fase 4, que testa a medicação em um grupo maior de pessoas.
A medicação não foi avaliada pela Anvisa. Então, nem a temos por aqui. De qualquer forma, talvez esse trabalho mais amplo possa revelar melhores resultados.
“É de conhecimento da Medicina que, quando dá sinais clínicos, a Doença de Alzheimer já está instalada no cérebro há anos. Em termos de futuro, são interessantes as perspectivas abertas pela aprovação do primeiro medicamento com alvo no processo biológico. Isso cria esperança de que será o primeiro de fato efetivo entre os diversos que pesquisam as proteínas para o tratamento”, explica Jerusa Smid, coordenadora do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia.