8 de Janeiro começou com a anulação dos crimes de Lula em 2021
A Suprema Corte brasileira não só livrou o líder do maior escândalo de corrupção já visto na história recente do país, como ao longo do tempo, também desmantelou e desmoralizou a operação Lava-Jato, grande trabalho engendrado contra a corrupção latente que existe nos meandros da política brasileira, historicamente tida como corrupta, infelizmente. A esses fatos se deve a culminância do 8 de Janeiro.
No dia 10 de setembro de 2025, o ministro Luiz Fux deu uma aula e ensinou que não se pode condenar alguém pelo pensamento de fazer algo, mas seus conhecimentos não foram suficientes para evitar a condenação do ex-presidente brasileiro, Jair Messias Bolsonaro, e dos demais réus, no julgamento que terminou na quinta-feira (11), condenando-os a penas rigorosíssimas por um suposto golpe de Estado.
Por outro lado, até hoje, não houve julgados ou condenados pela insana absolvição de Lula. Desse modo injusto, é possível, sim, provocar a fúria popular. Atos longamente pensados, como mostra a recente história do Brasil, enquanto administrado com requintes de incompetência pelas gestões do PT e seu líder Lula, parecem não ter fim e prolongam-se, impunemente.
Essas circunstâncias trouxeram uma sensação de que tudo pode, deram vida a um sentimento inverso de valores, a imaginação de que uma mentira dita tantas vezes parece até ser verdade. Mas não é.
Apesar de que ao primeiro governo de Lula são atribuídas medidas contra a pobreza, não se pode dizer que houve algo palpável à dissolução dessa mácula ao longo das gestões petistas neste século que chega ao seu primeiro quartel e a pobreza continua estampada nas dificuldades da saúde, na educação, na falta de empregos.
Polarização e moralidade
O que existe politicamente é uma polarização, que reflete e parece eternizar o retrocesso no Brasil. Em 25 anos do século XXI, o PT e sua base aliada já estiveram no poder durante 20 anos. Ambicionam tanto esse poder e nele se instalaram da maneira que lhes foi possível, sob o comando de Lula. E para quê? Quanto avançou o Brasil? O país continua atrasado e vive, ainda, sob constantes instabilidades políticas, sociais, jurídicas e financeiras.
Como fraseou recentemente o governador de São Paulo: “Ninguém aguenta mais o PT, ninguém aguenta mais o Lula”. Tarcísio de Freitas é cotado para candidatar-se à presidência no ano que vem e, obviamente, já começa a ser alvo de ataques. Pelas críticas e seu posicionamento no último Dia da Independência (7), durante as manifestações na Avenida Paulista, pode ser investigado por criticar Lula, o ministro Alexandre de Moraes e os seus aliados.
“O deputado Rui Falcão (PT-SP) pediu nesta segunda-feira (8) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a abertura de inquérito contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pelos crimes de coação no curso do processo, incitação ao crime e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.” É a notícia.
Democracia ou ditadura
O que o PT e seus aliados mais fazem é procurar motivos para investigar alguém, para promover uma eterna vingança contra quem os critica de alguma forma. E isso está tomando todo o tempo do Brasil, que não possui programas governamentais realmente progressistas. Por exemplo, como os que estão sendo implementados por Tarcísio em São Paulo.
Os programas petistas possuem cunho assistencialista, alimentando a pobreza ao invés de erradicá-la. Desenvolvem uma sociedade dependente ao invés de trazer perspectivas de independência financeira, dinamismo e a atenção voltada para o futuro – aproveitando todo o potencial de riquezas naturais em prol dos brasileiros. Com mentalidade ultrapassada há décadas, prioriza os infinitos interesses partidários, a manutenção de privilégios e da corrupção.
Ainda ao desenrolar-se o mais novo escândalo de uma gestão petista de Lula, os vergonhosos descontos aos aposentados do INSS sem o devido consentimento dos mesmos, o assunto agora é o golpe de Estado. Enquanto se desvenda um escândalo, as notícias se deslocam para outro, assim o tempo vai passando. Faltam três meses para o recesso de final do ano, quando tudo vai parar novamente. No retorno, logo em seguida, serão retomadas as campanhas eleitorais e novas acusações acontecem.
Qual será o próximo escândalo? O impeachment do ministro Alexandre de Moraes? A anistia que não surtirá efeito, segundo ele? O fim do foro privilegiado? Não se sabe.
E a isso, o PT e seus aliados chamam de democracia, quando na verdade são desvios da péssima administração que produzem, ganhando tempo e atrasando o país. A história está mostrando e os anos em que permanecem no poder atestam.
‘Trama golpista’ e ‘ditadura à brasileira’
Os líderes da chamada trama golpista foram condenados por imaginarem um golpe de Estado que nunca houve, conforme longamente esplanado pelo ministro Luiz Fux. Portanto, se é possível condenar as pessoas por algo que não existiu de fato, a anulação dos crimes de Lula pelo Supremo Tribunal Federal (STF), contra quem foi comprovada a liderança do maior esquema de corrupção já conhecido no país, certamente incitou a comoção nacional, levando empresários, pais e mães de família, crianças e idosos a acampar ou simplesmente permanecerem nas portas dos quartéis; manifestar-se nas ruas e, obviamente, ao 8 de Janeiro.
Espantado com as faixas populares que pediam uma intervenção militar, o ministro Alexandre de Moraes precisava encontrar os golpistas que, em sua opinião, organizaram tudo isso. Talvez não imaginasse que a nação brasileira sentia-se traída pela injustiça. A vontade popular de intervenção militar foi o desejo coletivo de não voltar ao passado, buscando uma possível alternativa. As faixas vistas durante as manifestações nas principais capitais brasileiras comprovam esses fatos.
Mas o que esperavam os ministros do STF e os petistas, que todos os brasileiros simplesmente ignorassem os crimes de Lula e a anulação deles para sempre, como num passe de mágica, como num conto de fadas? Obviamente que não, o país ainda se ressente de justiça e é o que se vê nas manifestações. Isso é simples de entender.
‘Ditadura à brasileira’ é o ‘cardápio’ atual
A ditadura, pela força ou jurídica, como vem ocorrendo no país, tenta calar essas grandes verdades. Com a prisão de um líder popular como Bolsonaro, que agrega milhares de pessoas por onde passa, os novos ditadores do Brasil impõem “um divisor de águas”, como disse o presidente do STF, Luiz Roberto Barroso, ao final do julgamento da Ação Penal (AP) 2668 no dia 11 de setembro de 2025, que o condenou. As ditaduras odeiam quem fale contra elas ou lideranças liberais que as ameacem, mas será difícil calar uma nação inteira o tempo todo ou todas as redes sociais e vendar os olhos do mundo, como o ministro Alexandre de Moraes vem tentando fazer.
Apesar de as declarações dos envolvidos no julgamento da AP 2668 e os documentos obtidos comprovarem a existência de uma trama, ela de fato não ocorreu e Bolsonaro não está no poder como ditador ou golpista. Mas ele foi condenado por algo que não fez. Quanto a Lula, alvo da possível trama de golpe de Estado, que comprovadamente praticou crimes e deveria esperar a insatisfação popular, continua tranquilamente na presidência por terem seus crimes sido anulados pelo STF, por uma questão de endereço.
Na verdade, o 8 de Janeiro só aconteceu pela revolta popular que já vinha sendo demonstrada muito antes pela libertação de Lula e a anulação de seus crimes em 2021. Isso levou aos protestos de 8 de Janeiro. As pessoas reclamavam em todo o Brasil, não só em Brasília. Afirmar que o 8 de Janeiro “não foi um passeio de domingo”, como disse a ministra Cármen Lúcia durante seu voto, durante o julgamento da AP 2668, é ignorar todos os fatos e protestos anteriores.
O 8 de Janeiro foi a culminância da insatisfação popular contra a decisão dos ministros do STF que anularam as condenações de Lula e assim o tornaram elegível, devido ao endereço do seu julgamento em 2017 – Curitiba e não Brasília.
A prisão das centenas de pessoas, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, foi a maior reprimenda a manifestantes que ousaram criticar o sistema. Um símbolo de censura e um aviso de que, se alguém reclamasse das suas futuras decisões, seria preso e calado à força.
Todo esse desenrolar – libertação de Lula, anulação de seus crimes, candidatura à presidência e retorno ao Palácio do Planalto – demonstra uma trama para tomar e permanecer no poder, só não está explícita. Um novo modelo que poderia ser chamado de ‘ditadura à brasileira’, como num sinistro cardápio.
Desmantelamento da operação Lava-Jato preparou o terreno
A operação Lava-Jato teve início em 17 de março de 2014 e contou com 80 fases operacionais autorizadas, entre outros, pelo então juiz Sergio Moro, durante as quais prenderam-se e condenaram-se mais de cem pessoas, tendo seu término em 1º de fevereiro de 2021. O procurador da República, Deltan Dallagnol, coordenou a força-tarefa da Operação Lava Jato.
A desconstrução das provas e as controvérsias impostas à operação Lava-Jato foram mais um ato do trabalho incessante e a longo prazo para inocentar Lula de seus crimes, até que no dia 15 de abril de 2021, os ministros do STF chegassem à conclusão de julgar incompetente a 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba (PR), presidida pelo então juiz Sérgio Moro, para julgar Lula que, segundo a decisão, deveria ser julgado em Brasília.
Ou seja, para a Suprema Corte brasileira, o que mais importava, portanto, era o endereço do julgamento e não os crimes, que por consequência foram simplesmente anulados.
Trabalho admirado pelos brasileiros que nunca haviam visto a comprovação e o volume da corrupção durante a gestão petista, da qual havia conhecimento, mas não se comprovava, a operação Lava-Jato mostrou ao mundo que nem todos os brasileiros são corruptos e que o Brasil não desejava ser visto como um país corrupto. Com as investigações e devido às provas obtidas, Lula foi condenado em três instâncias a 12 anos de prisão, dos quais cumpriu apenas 1 ano, 7 meses e 1 dia (580 dias).
Além da alegação do erro de endereço, o relator da ação que inocentou Lula, ministro Edson Fachin do STF, decidiu que os casos do triplex do Guarujá, do sítio de Atibaia e do Instituto Lula (que recebia doações do esquema corrupto) não tinham correlação com os desvios de recursos da Petrobras, descolando-os da operação Lava Jato, da qual Lula era um dos principais alvos.
Após esses fatos, praticamente inocentando Lula de todos os seus crimes, o Brasil indignou-se. O 8 de Janeiro estava sendo criado, mas poderia ter ocorrido em outra data qualquer. A indignação da população brasileira com a injustiça é um fato histórico que se prolonga e não apenas uma data simbólica.
Usando meios midiáticos de plantão para faturar com a construção da imagem de vitimização de Lula pela Lava-Jato e seus principais integrantes, o líder esquerdista brasileiro foi novamente alçado a candidatar-se à presidência. Esse é mais um fato.
Leia sobre a anulação das condenações de Lula na Lava-Jato
Antes da anulação das condenações de Lula, a operação Lava-Jato passou a ser desmantelada em diversas ações e questionamentos quanto às apurações e à produção das provas obtidas.
Um absurdo que, apesar de ser juridicamente possível, foi considerado moralmente inaceitável pela população brasileira, mas praticamente invalidou todo o imenso trabalho elaborado ao longo de anos, desmoralizando a operação e a seus integrantes. Para fechar com requinte, partindo de ações no STF, políticos que foram alvo da Lava-Jato passaram a perseguir os principais líderes da operação: Sérgio Moro e Deltan Dallagnol. O primeiro foi para os Estados Unidos dar aula em uma faculdade; o segundo foi eleito deputado federal em 2022 e não demorou mais do que quatro meses no cargo, até que o TSE, presidido pelo ministro Alexandre de Moraes, cassasse seu mandato.
O motivo da cassação do registro de sua candidatura, por decisão unânime do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi feito à época com base em uma representação à Corte pela Federação Brasil da Esperança composta pelo PT e sua base aliada (PT/PCdoB/PV) e pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN) – dentre eles tendo membros entre os investigados e condenados na operação Lava-Jato.
Contra Dallagnol, a representação afirmou que ele não poderia ter deixado a carreira de procurador da República enquanto respondia a reclamações disciplinares e sindicâncias no Conselho Nacional do Ministério Público, relacionadas à operação Lava-Jato que vinha sendo atacada por desvendar o esquema corrupto – agora alvo de críticas e renegada ao esquecimento – e dessa forma chegara sua vez de sofrer as consequências por enfrentar a corrupção.
Lula de volta à presidência em eleições amplamente questionadas
Depois da anulação dos crimes de Lula, este teve a chance de se candidatar à presidência da República e, segundo a apuração das urnas eletrônicas do TSE, venceu as eleições contra a candidatura da reeleição de Bolsonaro. Que, por sua vez, após deixar o Palácio do Planalto e durante seu mandato, continuou sofrendo perseguição política através do ministro Alexandre de Moraes, os fatos estão relatados na mídia e comprovam os inúmeros entreveros entre ambos.
Apesar das dúvidas da população brasileira – e não só do ex-presidente condenado, incluindo-lhe o crime de questionar as eleições – sobre a legitimidade das eleições de 2022, Lula estava de volta à presidência, após vencer Bolsonaro na contagem de 50,90% com 60.345.999 de votos válidos contra 49,10% e 58.206.354 de votos nas eleições de outubro de 2022 – uma diferença de pouco mais de 2 milhões de votos (2.139.645).
População protestou muito antes do 8 de Janeiro e continua a protestar
Apesar do grande apoio popular, Bolsonaro teve uma difícil gestão na presidência, devido às circunstâncias que fugiram ao controle mundial. Sua gestão enfrentou com eficiência a maior pandemia que o mundo moderno já havia visto. Mas, pior do que isso, foi governar diante de uma oposição esquerdista que não lhe deu trégua, visando prejudicar o homem e não trabalhar pelo país.
Bolsonaro comprou e forneceu as vacinas imediatamente após as aprovações da Anvisa e de acordo com os prazos dos laboratórios que as produziam, como ocorreu nos demais países atingidos pela Covid-19; o Brasil chegou a superar alguns em matéria de rapidez nas entregas das vacinas. No entanto, foi taxado pelos opositores de genocida. A pecha, era alimentada pelas notícias da mídia que serviu ao PT e seus aliados, deixando a isenção do jornalismo de lado. O importante era denegrir a imagem do presidente perante a população amedrontada pela Covid-19, diferente de tranquilizá-la, preparando o ‘terreno’ para a eleição que se aproximava.
Com a população dividida – se tomarmos em conta os números dos votos em outubro de 2022 –, antes do fatídico 8 de janeiro, os brasileiros inconformados com a vitória de Lula nas eleições, depois de tudo o que aconteceu, acampavam nas portas dos quartéis e reclamavam de ter um corrupto como presidente, pois imaginavam o que estava por vir. Essa é a realidade e está amplamente documentada.
O fiasco da eleição de Lula, mesmo diante dos mais efusivos protestos pacíficos da população, levou ao 8 de Janeiro. Após a invasão dos Três Poderes por populares, o ministro Alexandre de Moraes mandou prender centenas de pessoas, incluindo pessoas idosas e doentes. Em sua mais recente obra de justiça, foi o relator de um processo que chegou ao ponto de prender os líderes de um imaginado, porém não executado, golpe de Estado.
Impeachment
No Senado Federal, 41 assinaturas requerem a votação para o impeachment desse ministro do STF, contra o qual pesam acusações de violações de direitos humanos ou de avançar na interpretação das leis e da Constituição à sua maneira, de praticar atos nunca vistos (como a prisão coletiva mencionada) e controlar as redes sociais. Sua atuação extrapolou as fronteiras do país e chegou aos Estados Unidos, provocando uma crise econômica e diplomática entre as nações que sempre firmaram parcerias em ambos os sentidos.
O impeachment do ministro Alexandre de Moraes, porém, não é pautado pelo presidente do Senado, senador David Alcolumbre. Talvez por imaginar o desfecho. É possível que Alcolumbre esteja sendo influenciado ou tenha medo diante de um possível modelo ditatorial que não permite a plena democracia, pois se há o número suficiente de assinaturas, democraticamente, a obrigação de Alcolumbre seria pautar o requerimento. Na Câmara dos Deputados, da mesma forma, o deputado federal Hugo Motta não pautou a Anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro.
E assim vai seguindo lentamente o Brasil, num ritmo ditado por interesses pessoais e mesquinhos, pequenos. O país fica cada vez mais distante daquilo que se espera de uma nação moderna e progressista, conectada e participante dos objetivos que sua grandeza lhe credencia, nas mais diversas áreas.
Durante a dosimetria das penas aos já condenados, no julgamento da AP 2668, o ministro Alexandre de Moraes disse que a Anistia não pode ser aplicada em crimes contra a Constituição, como o golpe de Estado, induzindo desde então que, mesmo aprovada a Anistia na Câmara dos Deputados, esta não libertará os réus, entre eles o ex-presidente Bolsonaro, a maior ameaça da atualidade aos planos de manutenção no poder de políticos ultrapassados.
Com a nova gestão petista, os escândalos de corrupção também estão de volta
A operação Lava Jato provou indubitavelmente que o atual presidente do Brasil, Luiz Inácio da Silva, conhecido como Lula, liderou um esquema de corrupção que deteriorou muito mais do que as fachadas, o patrimônio, móveis, cadeiras e mesas ou um relógio trazido por Dom João VI ao Brasil, durante o 8 de Janeiro. Seu retorno ao poder deixou claro que a corrupção venceu a justiça no país. E nem todos foram capazes de aceitar esse fato pacificamente.
O ministro Alexandre de Moraes, no dia 11 de setembro de 2025, divulgou imagens de um popular quebrando o relógio, em sua intervenção no voto da ministra Cármen Lúcia, algo que repetiu durante o voto do presidente da 1ª Turma do STF que julgou a AP 2668, ministro Cristiano Zanin, sempre gentil com as intromissões do relator. No dia anterior, ao interromper o voto do ministro Luiz Fux, único a absolver os réus, houve mal-estar entre ambos.
Para dar volume à ascendência de Lula, o quebra-quebra do 8 de Janeiro tomou proporções avassaladoras, diante das penas e, por fim, das centenas de condenações aplicadas pelo ministro Alexandre de Moraes.
Em questão de desproporcionalidade, quanto às penas adotadas pelo ministro Alexandre de Moraes para os acusados do 8 de Janeiro, diante desse realmente grave – mas previsível – movimento de insatisfação popular visto mundo afora, lembramos a menção do ‘pescoço da girafa’ (que pesa 1200 quilos) pelo ministro Luiz Fux em seu voto e o Patagotitan, dinossauro também pescoçudo com mais de 70 toneladas. Fux comparou o bicho pescoçudo com a intenção da acusação de esticar o envolvimento dos acusados na trama de golpe de Estado que começou anos antes com o 8 de Janeiro de 2023.
Na Europa, as guerras destruíram muito mais do que um relógio antigo, por justiça e democracia (para citar um exemplo). Por sorte, o Brasil não enfrentou algo pior. A própria família real portuguesa fugia de uma quando veio para a então colônia.
Levando o dinheiro dos aposentados
Lula tem familiares envolvidos em escândalos ao longo do tempo. Para se livrar de problemas com a justiça, chegou a pôr a culpa na esposa falecida sobre questões do triplex do Guarujá. No mais atual de uma gestão petista, está envolvido ou sob suspeita seu irmão mais velho. A fraude do INSS – descontos na folha de pagamento dos aposentados sem autorização –, que está sendo investigada em uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) no Congresso, tem como um dos alvos da investigação o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). O vice-presidente da entidade é o sindicalista José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente da República, que teve o pedido de quebra do sigilo bancário.
A oposição acusa a gestão atual de praticar corrupção novamente. O país submerge na mais alta tarifa (taxa de 50% para exportação aos EUA) imposta desde agosto a diversos países pelo governo norte-americano. Os gastos públicos aumentam e elevam o déficit das contas governamentais (apenas para citar alguns dados da atual gestão em mero resumo) e, por conseguinte, a elevação de impostos, como o IOF.
Futuro incerto
A economia brasileira vê retrações atrás de retrações, sob essa gestão, o país continua patinando apesar de todo o seu potencial; não proporciona crescimento aos cidadãos e a todo momento cria programas e medidas assistencialistas, fornecidas a uma grande parte da população que sem elas estaria em ‘maus lençóis’.
Essas características denotam um modelo governamental que remete ao comunismo ou algum tipo de socialismo, com um ‘cardápio à brasileira’. Não é possível imaginar o que o líder Lula realmente deseja. Mas quer continuar no poder, sob o silêncio de tudo e de todos, sem enxergar que estamos no ano 2025 do século XXI e que seu tempo já acabou, passou. Em 4/5 deste século, o PT continua sem trazer nada de novo. Sua história nos remete ao passado, às vinganças que até o tempo já esqueceu e às perseguições políticas, além dos constantes escândalos.
No último dia 7 de setembro, data da Independência do Brasil, Luiz Inácio conseguiu reunir – segundo apuração sob seu comando – 4,5 mil pessoas para os desfiles. Mesmo vencendo, as questionadas, sim, eleições de outubro de 2022, com mais da metade dos votos dos brasileiros, assistiu a um deprimente no Dia da Independência em Brasília, DF. Não havia colorido, não havia o povo.
Esse fato, melancólico, que mostra a insatisfação dos brasileiros com a atual administração do país, levou a questionamentos, tais como: onde estavam os 60 milhões que votaram em Lula? A resposta é que estavam justamente nesse dia protestando nas principais capitais brasileiras contra as injustiças que estão sendo cometidas contra quem discorda de sua gestão no poder ao lado do ministro Alexandre de Moraes do STF.
Diferente do Dia da Independência de 2025, Bolsonaro reuniu espontaneamente um mar de gente que ultrapassou 100 mil pessoas na esplanada dos ministérios em 2021, mesmo sob os vestígios da pandemia de Covid-19. Todavia, com honestidade e à sua maneira, trouxe de volta ao coração do povo brasileiro um sentido de patriotismo e de valores fundamentais.
Voto de Fux é aula forense de respeito às leis e à Constituição do país no julgamento da AP 2668
Ministro do STF detalhou as nuances de um julgamento em que foi vencido pela maioria. Porém, a história poderá analisar seu posicionamento.
Bolsonaro foi acusado e condenado por liderar um golpe de Estado na Ação Penal (AP) 2668 – ainda existe a possibilidade dos recursos. Seu julgamento ocorreu na 1ª Turma, quando deveria ser julgado no Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). Foi condenado sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que publicamente se declara seu detrator. Contra Moares, já existe um número de assinaturas suficiente no Senado requerendo seu impeachment e com ampla possibilidade de aprovação, se for colocado em votação pelo presidente David Alcolumbre, que se recusa a fazê-lo.
Após o voto do ministro Luiz Fux, que demorou quase 13 horas para ser explanado minuciosamente, não resta dúvida de que, por um lado, é possível entender que o julgamento de Bolsonaro ocorreu devido à perseguição política – pois ignorou todos os princípios longamente discorridos por ele quanto às leis, regimento interno do STF e da Constituição.
A condenação foi pela intenção de cometer um crime, pois não há fatos comprobatórios de um golpe de Estado ou de incitar a população ao quebra-quebra e invasão dos Três Poderes no 8 de Janeiro.
Dois pesos e duas medidas
No Brasil, o ex-presidente Lula foi inocentado devido ao endereço da vara que o julgou; agora, outro ex-presidente, Bolsonaro, é condenado por imaginarem ser ele o líder de um golpe de Estado.
Se for possível condenar por intenção de fazer algo, ao passo que os julgadores interpretaram os diversos dispositivos legais e ignoraram as condenações em três instâncias de Lula em 2021, os ministros do STF que anularam todas as suas condenações também contribuíram para o 8 de Janeiro, levando-se em conta a comoção nacional pela decisão.
Depois das incontestáveis provas de ser Lula, o líder do maior esquema de corrupção praticado durante os seus mandatos na presidência da República, foi inocentado totalmente por ter sido julgado em outra comarca que não Brasília. As notícias desse fato, também provocaram a comoção nacional.
Ainda, para Moraes, ele deveria ser julgado em São Paulo. Decisão que da mesma forma o livraria dos crimes que cometeu.
A pergunta dos leigos não quer calar: afinal, o que é mais importante para a justiça, neste caso específico – em que todos os trabalhos da força-tarefa da Lava-Jato estavam concentrados em Curitiba e lá foi julgado o réu Luiz Inácio da Silva em 1ª Instância: os crimes ou o endereço da vara?
A decisão de que deveria ser julgado em Brasília, esse detalhe, levou Lula à presidência outra vez.
As anulações dos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro, entre outros, transformando em nada todo o trabalho da operação Lava-Jato – reconhecida a nível nacional e mundial – também poderiam ser tomadas como um ato digno de injustiça, incitando a discordância da população, comprovada diante das inúmeras manifestações ocorridas ao longo do tempo e desde o ano 2021, quando o STF praticamente inocentou Luiz Inácio de todos os seus crimes.
No campo das hipóteses, encontramos novamente a comoção nacional e o 8 de Janeiro.
Cogitatio e iter criminis
Nos meios jurídicos, cogitação (ou cogitatio) é a primeira etapa do iter criminis (o caminho do crime), um ato puramente mental e interno em que o agente apenas pensa em cometer um crime, imaginando como seria.
Fazendo suas considerações sobre a cogitação ou cogitatio, durante seu voto no julgamento da AP 2668, o ministro Fux disse que se referiu ao tema desde quando recebeu a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Consiste na criação intelectual, maturação, deliberação e discussão do plano. A cogitação pode limitar-se a conceitos internos, existentes apenas no psicológico do indivíduo, ou revelar-se externamente (reuniões para tratar de estratégias ou documentos que materializem aquele plano).” E termina esse tópico, citando um velho adágio romano: “Ninguém pode ser punido pela cogitação”.
Esta breve história da política no Brasil nos remete aos fatos de que já existia um plano em curso para manter o petismo e sua base aliada no poder, enquanto Lula estava sendo julgado, durante sua permanência na prisão e depois que foi libertado. O modelo que poderia ter sua origem no mesmo cogitatio mencionado, sendo um tipo de ditadura – se assim o podemos chamar. A diferença é que está em curso, existe.
O Brasil testemunha um tipo de ditadura jurídica, baseada na vontade de um o ministro Alexandre de Moraes do STF, que, até certa medida, tomou para si as decisões mais importantes do país, tendo influenciado na política, economia, diplomacia, processo e mandado prender políticos que divergem da instabilidade e da tensão existente.
As críticas contra o atual presidente da República e ao ministro Alexandre de Moraes se estendem a todos os níveis. Por sua vez, Lula é considerado um fantoche. Na verdade, pela sua idade e trajetória, já nem precisaria estar preso pelas decepções que causou, a história se encarregará de sua obra, bastava ter se aposentado há muito tempo.
Destaque – Imagem: aloart / G. I.


