Gabinete de Crise do governo paulista mantém força-tarefa com fiscalizações em todo o Estado; ao todo, são 102 casos, 8 prisões e 10 interdições de estabelecimentos, relacionados ao tema. Foram adquiridos mais 2.000 ampolas de antídoto contra metanol.
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo atualizou, nesta sexta-feira (3), para 102 casos, entre investigados e confirmados, de intoxicação por metanol. De acordo com o balanço, são 11 casos confirmados, com um óbito, na capital. Outros 91 casos são investigados, sendo oito óbitos em investigação – cinco na capital, dois em São Bernardo do Campo e um em Cajuru.
O Governo de São Paulo comunica que mantém desde terça-feira (30) um gabinete de crise para intensificar as ações contra a contaminação por metanol. A recomendação da Saúde é evitar o consumo de bebida destilada sem procedência neste momento.
A força-tarefa do gabinete de crise, composta pelas secretarias da Saúde, Segurança Pública, Fazenda e Justiça, estará em alerta durante o fim de semana para os casos de intoxicação. Até agora, 10 estabelecimentos foram interditados após fiscalização e 8 com relação à falsificação de bebidas. Somente nesta semana foram apreendidas 4.500 garrafas.
“Determinei que a Secretaria da Fazenda cancele, de forma cautelar, a inscrição estadual de todos os estabelecimentos flagrados vendendo bebidas falsificadas, adulteradas ou sem nota fiscal. Em São Paulo, faremos tudo para proteger a saúde, fazer cumprir a lei e garantir segurança ao consumidor”, afirma o governador Tarcísio de Freitas.

Governo de São Paulo adquiriu 2 mil novas ampolas de álcool etílico absoluto para o tratamento de pacientes com intoxicação por metanol. Foto: Divulgação/Governo de SP
Antídoto contra o metanol
Nesta sexta-feira, o Governo de São Paulo anunciou a compra e distribuição imediata de 2 mil novas ampolas de álcool etílico absoluto para o tratamento de pacientes com intoxicação por metanol. Além desse reforço, já havia 500 unidades em estoque nos serviços de referência do Estado, assegurando a manutenção de uma reserva adequada para atender necessidades assistenciais.
A aquisição foi realizada pela Secretaria de Estado e destinada aos centros de referência estaduais: Hospital das Clínicas de Campinas, de Ribeirão Preto e de São Paulo.
Recomendações aos consumidores
A intoxicação por metanol é grave, pode levar à cegueira permanente e até a óbito. O metanol pode estar presente em bebidas alcoólicas clandestinas e adulteradas, além de produtos como combustível, solventes e líquidos de limpeza.
As unidades de saúde do estado estão preparadas para lidar com a situação. A Secretaria de Saúde recomenda evitar o consumo de bebida destilada que não saiba a procedência, e que o paciente com quadro incomum após ingestão de bebida alcoólica deve procurar atendimento médico imediato, realizar exames laboratoriais e avaliação oftalmológica. Os sintomas de alerta são dores abdominais intensas, tontura e confusão mental. O socorro em até 6h após o início dos sintomas é fundamental para evitar o agravamento.
Balanço sobre os casos de intoxicação por metanol
Casos de intoxicação
:: 102 casos no total, sendo:
::: 91 em investigação – oito óbitos em investigação – cinco na capital, dois em São Bernardo do Campo e um em Cajuru;
::: 11 confirmados – 1 óbito na capital paulista.
Prisões por falsificação de bebida:
:: 30 pessoas em todo o ano, 8 delas apenas nesta semana.
Interdições de estabelecimentos:
:: 10 interdições: Capital: Bela Vista, Itaim Bibi, Jardins e Mooca, M’Boi Mirim, Cidade Dutra;
:: Grande SP: Osasco (2), São Bernardo do Campo (1) e Barueri (1).
Inscrições estaduais suspensas:
:: Estabelecimentos proibidos de comprar e vender produtos;
:: 8 estabelecimentos suspensos;
:: 6 distribuidoras;
:: 2 bares.
Garrafas apreendidas:
:: 4.500 nesta semana com suspeita de adulteração (1.000 em ações da força integrada e 3.500 em ações da Polícia Civil).
Testagem
A rede estadual reforçou a estrutura laboratorial para confirmar a presença da substância no organismo. O novo protocolo do Estado prevê que as amostras de sangue ou urina coletadas em casos suspeitos sejam analisadas em até uma hora pelo Laboratório de Toxicologia Analítica Forense (LATOF) do Departamento de Química da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto, por meio de cromatografia gasosa, método considerado padrão ouro para detecção de metanol. A coleta é feita nas unidades de saúde e o Instituto Adolfo Lutz coordena a logística de transporte das amostras até o laboratório.
Canais de denúncia
Denúncias sobre possíveis irregularidades e suspeitas a respeito de bebidas adulteradas podem ser enviadas pelo Disque Denúncia 181 ou pelo site da Polícia Civil de São Paulo. O Procon também recebe denúncias: pelo Disk 151 e pelo site www.procon.sp.gov.br. O órgão de defesa do consumidor ganhou um atalho no site para as denúncias relacionadas aos casos.
Destaque – Trabalho da Polícia Científica na identificação de bebidas adulteradas. Foto: Pablo Jacob / Governo SP



