Quinta-feira | 4 de junho, 2020 | 16h44
A partir de um vetor modificado de vacina para adenovírus de chimpanzé – incapaz de causar doenças em humanos – e do sequenciamento genético do SARS-CoV-2, uma equipe da Universidade de Oxford, no Reino Unido (United Kingdom-UK), começou a trabalhar na concepção de uma vacina no início deste ano, mais exatamente no dia 10 de janeiro.
Gerson Soares
Na terça-feira (2), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANVISA) aprovou a inclusão de 2.000 brasileiros que serão testados com a vacina contra a COVID-19 que acaba de ingressar na Fase III, criada por essa equipe. Portanto, o Brasil será o primeiro país fora do Reino Unido a participar dos ensaios clínicos conduzidos pela Universidade de Oxford que tem o apoio do laboratório AstraZeneca. Esta é uma boa notícia e pode acelerar a imunização contra o coronavírus no País.
Nesta quarta-feira, em matéria divulgada pela University of Oxford, o professor Andrew Pollard, pesquisador chefe do Oxford Vaccine Group da mesma universidade, afirmou que “pesquisadores e cientistas de todo o mundo colaboram na urgência do desenvolvimento clínico para combater a ameaça global à saúde humana que é o coronavírus”. O Brasil é uma prioridade para o estudo devido à curva ascendente da COVID-19. “Estamos muito satisfeitos por trabalhar com a talentosa equipe de pesquisadores brasileiros no teste da vacina,” disse o cientista.
“A universidade está avançando rapidamente em sua resposta contínua para enfrentar os desafios sem precedentes da COVID-19 e está trabalhando com a AstraZeneca a fim de definir os próximos passos para o amplo fornecimento e acessibilidade da vacina ao redor do mundo de maneira equitativa. O acordo inclui o compromisso de disponibilizar a vacina sem fins lucrativos durante a pandemia. Para conseguir isso, a Universidade de Oxford e a AstraZeneca estão colaborando com vários países e organizações multilaterais, incluindo o Brasil, para atender às necessidades locais,” divulgou a Oxford na Inglaterra.
Vacina COVID-19
O estranho nome ChAdOx1 nCoV-19, foi atribuído à vacina por ser produzida a partir de um vírus (ChAdOx1), que é uma versão enfraquecida de outro vírus do resfriado comum (adenovírus), causador de infecções em chimpanzés que foi geneticamente modificado para impedir o seu desenvolvimento em seres humanos. Leia sobre as primeira e segunda fases em “Universidade de Oxford começa testar vacina contra o coronavírus em humanos, vídeo”.
O teste de vacinas COVID-19 do Oxford Vaccine Centre está sendo conduzido pelo Jenner Institute e pelo Oxford Vaccine Group. A equipe que começou a trabalhar no desenvolvimento de uma vacina para prevenir a COVID-19 é liderada pelas professoras Sarah Gilbert, Andrew Pollard, Teresa Lambe, Sandy Douglas e Adrian Hill.
Destacando-se como a mais promissora entre as demais pesquisas em curso, a vacina ChAdOx1 nCoV-19, começou a ser desenvolvida pelos cientistas ingleses no dia 10 de janeiro de 2020, de acordo com a Oxford. Até o momento, a AstraZeneca – que está cadastrando 30.000 voluntários norte-americanos – celebrou acordos para pelo menos 400 milhões de doses e garantiu capacidade total de fabricação de 1 bilhão de doses da vacina, caso se confirme sua eficácia.
Sobre o coronavírus
O SARS-CoV-2 (novo coronavírus) foi detectado pela primeira vez na cidade de Wuhan na China em dezembro de 2019, depois que um grupo de pacientes com pneumonia de causa desconhecida foi relatado à Organização Mundial da Saúde (OMS). O surto foi declarado uma emergência de saúde pública de interesse internacional em 30 de janeiro de 2020 e a doença causada pela SARS-CoV-2 foi oficialmente denominada COVID-19 em 11 de fevereiro de 2020. Em 11 de março, após avaliar o surto e a transmissão do vírus em muitos outros países, a OMS declarou a COVID-19 uma pandemia.
Leia mais sobre
CORONAVÍRUS: RESPOSTAS DE VALOR
Leia mais sobre
CORONAVÍRUS
Leia as últimas publicações