Memória do Tatuapé – A menina, vestida de noiva, caminha pela calçada na Rua Cantagalo. Dona Carmen protagoniza mais um momento da história do bairro, nos dando a oportunidade de conhecê-lo melhor.
Rua Cantagalo, quatro casas após a Rua Tacape. Podemos ter uma visão nítida do lado esquerdo da rua no sentido da Serra do Japi.

1949 | Esta imagem, que busca eternizar o momento da mãe com seu pequeno, nos dá uma visão de como eram as ruas do bairro. Foto: Bernabé Barrera / acervo Alô Tatuapé
Acima, a Rua Cantagalo por volta de 1949, quatro casas após a Rua Tacape. Podemos ter uma visão nítida do lado esquerdo da rua no sentido da Serra do Japi.
Vemos a casa onde morou o inesquecível Zé Prata e mais a frente onde moraram os irmãos Palhares. Entre eles, Claudio – o mais velho – que jogou muito tempo no Sampaio Moreira, mas a sua grande paixão era o Estrela de Prata, clube em que atuou desde os primeiros passos como jogador de futebol varzeano, até seus últimos dias de vida como diretor, junto com os outros dois irmãos, Geraldo e Osvaldo, que sempre pertenceram ao Estrela de Prata.
Aparece nesta foto, uma garotinha que provalvemente vinha da igreja N.S. do Bom Parto e pelo tipo das vestes teria feito a sua 1ª comunhão. A moça com seu filho Francisquinho no colo é a dona Carmen, esposa do sr. Paquito, corinthiano ferrenho, que em 1954, após o E. C. Corinthians Paulista se consagrar o campeão do IV Centenário, mandou colocar na parede da frente de sua casa um ladrilho com o distintivo do time (feito a mão).

Azulejo que o corintiano Zé Prata criou do qual sua esposa Carmem, também torcedora do timão, continua sendo a guardiã. Foto: Gerson Soares
Para passar seu endereço para amigos, ele dizia: “Você vai andando pela rua Cantagalo, quando você ver uma casa com o distintivo do Corinthians pode parar que é lá que eu moro”. Esse distintivo, apesar das reformas que a casa sofreu, nunca foi retirado, ficando na parede até quando ela foi vendida em 2004. Antes disso, ele foi retirado com cuidado e colocado numa moldura de mármore branco e preto, e está até hoje exposto com muito orgulho em cima de um móvel na casa da dona Carmen. Esta descendente de espanhóis ainda mantém no olhar a mesma doçura que demonstra com seu filho na poeirenta Cantagalo de 1949.
Destaque – Foto: Bernabé Barrera (Nabé)
Publicação é parte integrante da 7ª Edição Histórica da revista Alô Tatuapé / Memórias do Tatuapé / Dezembro de 2010 / p.8 / (Direitos Reservados).
Publicação original:
Quinta-feira, 2 de novembro de 2017 às 17h48


