Domingo, 17 de dezembro de 2017 às 10h


Dando a mínima atenção, não concedendo as respostas cabíveis às questões sobre o Centro Esportivo Brigadeiro Eduardo Gomes, a Prefeitura nos inspirou esta reportagem especial que trata desse e de outros dois assuntos principais: Velocidade e congestionamentos na Radial Leste e o crescimento dos barracos ao lado do Viaduto Bresser que fica ao lado da Subprefeitura Mooca. Mas a questão do Centro Esportivo é urgente e requer a presença de agentes de saúde e vigilância sanitária. Leia tudo sobre o Centro Esportivo do Tatuapé abandonado pela Prefeitura  

Gerson Soares

As matérias que veremos nesta reportagem especial do Alô Tatuapé, tiveram início no dia 11 de dezembro. Além dos órgãos acima citados, seria interessante que o Ministério Público de São Paulo analisasse com atenção o que veremos a seguir.

 

Centro Esportivo do Tatuapé: vistos do alto, o campo reaberto e o esqueleto da construção que se tenta esconder por trás de tapumes improvisados. Foto: aloimage

 

Na verdade este trabalho teve início em 2014, quando fomos contra a construção do CEU Carrão. Os motivos serão vistos a seguir.

Esta reportagem especial específica teve inspiração após o prefeito de São Paulo chamar o Tatuapé de periferia. Todavia, no mês de agosto de 2017, já buscava saber o que havia atrás dos tapumes de lata e pedaços de madeira que circundam a área dos campos de futebol e a parca pista do Centro Esportivo do Tatuapé ao lado da estação Carrão do metrô. O que restou do local que já foi chamado de Clube da Cidade, Centro Educacional e Esportivo? Porque a insistência na reabertura do parque sem que tenha uma solução para as obras inacabadas, sem nenhum aproveitamento ou demolição para que o parque volte a merecer esse nome? Porque fomos proibidos de entrar no local?


Antes de continuar, em nome da prevenção e da cidadania, deixo aqui um aviso:

ATENÇÃO MULHERES GRÁVIDAS

Devido ao número de poças d’água contendo larvas e a proliferação de pernilongos, como veremos, essas mulheres devem atentar para o perigo da transmissão do ZIKA VÍRUS, que pode causar MICROCEFALIA ao permanecerem nas proximidades do parque. Não é possível saber se as larvas que encontramos representam esse perigo, mas tudo indica que são de pernilongos, já que eles nos acompanharam por toda parte por trás dos tapumes do parque.

Larvas se alimentam e proliferam ao lado de uma EMEI. Pode isso? É quase inacreditável o que veremos nesta reportagem especial. Foto: aloimage



Deixo aqui algumas respostas que serão esmiuçadas nas matérias que seguem sobre a situação do Centro Esportivo do Tatuapé reaberto pelo prefeito João Doria, no início de dezembro de 2017.

 

O que existe por trás destes tapumes que cercam a área reaberta e destinada aos usuários? Acompanhe a reportagem e descubra. Foto: aloimage

 

– Ao invés de Esportes, abandono; ao lado de uma EMEI (Escola Municipal de Ensino Infantil).

– Ao invés de Saúde, larvas. Milhões delas. Se são de mosquitos transmissores da dengue, chicungunya, malária e outras doenças, somente os especialistas poderão dizer. No entanto, o fato de existirem os possíveis criadouros desses vetores, chama a atenção e reforça o alerta que havia sido dado sobre a reabertura do CEEG. Como constatamos, os mosquitos nos atormentaram durante a gravação desta reportagem,

– Ao invés do Boxe, consagrado pelo mestre Baltazar; um vazio no coração dos atletas.

– Ao invés da Bocha, que está no local há décadas, o retorno precário com a abertura do CEBEG. “Estamos sem água e luz e não dá para jogar bocha, porque precisamos da água para molhar a cancha (...) Você quer saber? Teve um dia que eles chegaram aqui às 5 horas da tarde e falaram: “Saiam todos, o parque será fechado”. Me disse, sem mesuras um veterano do alto dos seus 85 anos. A bocha do CEBEG foi conduzida durante anos como membro da ACBZL (Associação dos Clubes de Bocha da Zona Leste). Seu presidente foi José Ramos Pereira, “Zé dos Paralamas”, desde a fundação até o dia do seu falecimento, tido como eterno dirigente pelos bochófilos da zona Leste.

– Ao invés do Parque Aquático de desenho arrojado e belo, para onde vinham centenas em busca de lazer; montanhas de pedras, entulho, sujeira e poças d’água, onde planam insetos.

– Ao invés do amplo Ginásio Poliesportivo, um esqueleto que consumiu parte dos milhões de reais do dinheiro público destinado a uma obra sem sentido: o CEU Carrão. Levada a cabo mesmo com os alertas de que não havia sentido em fazê-la, chegou a ser defendida por incautos. O bairro não necessitava desse tipo de equipamento municipal e muito menos havia a intenção de terminá-lo, como se demonstra verdadeiro agora.

– Ao invés das Quadras ao ar livre; mato acima de 1,70m de altura e lixo.

– Ao invés de Atividades Lúdicas escolares, diversão e lazer; moradores sem teto e perigos, como preços em madeiras, materiais cortantes e construções abandonadas.

– Ao invés de um Parque e Centro Esportivo Municipal ao lado da estação Carrão do metrô, a mais pura falta de respeito com um bairro tradicional e irresponsabilidade. Depois de ser chamado de “periferia” pelo prefeito, as manifestações contra a gafe, moveram toda a grande imprensa e fizeram com que João Doria perambulasse por diversas áreas da zona Leste, logo em seguida, para melhorar sua imagem arranhada.

Isto é o que veremos através do vídeo que encerra esta reportagem e outras imagens que colhemos. Mas o que restou foi a deterioração de um patrimônio municipal incorporado ao bairro havia anos, agora reaberto para o deleito de alguns poucos que se ajoelham diante dos favores concedidos a troco de bananas.

Antes de mais nada, deixamos claro, apesar de ser desnecessário, que esta reportagem não possui qualquer cunho político, sou apartidário e pouco importa quem resolverá o assunto ou assuma que irá deixar essa malfadada herança ao Tatuapé. O que queremos mostrar é a falta de empenho em exercer um mandato com responsabilidade para com todos e não somente onde a publicidade alcança índices interessantes, entre os interessáveis. Seja desta ou daquela gestão, seja este ou aquele prefeito. Importante é o que se retira do povo para destinar a sabe-se lá quem, através da corrupção, do contentamento de bajuladores e de nefasta difusão de fatos pela metade.

 

Larvas: milhares delas estão eclodindo como pernilongos no parque reaberto pelo prefeito João Doria e sua equipe altamente competente. Foto: aloimage

O CEBEG foi reaberto nos primeiros dias deste mês de dezembro, disseram os camelôs que circundam o local, mas ninguém viu o prefeito João Doria, com sua camiseta “Cidade Linda” por lá. Nem tampouco recebemos a notícia de que o local seria reaberto. Foi um ato de rebeldia, para agradar a poucos que se propõe aceitar um patrimônio deteriorado, repleto de perigos. O que se viu foi uma foto tirada pelas costas de algumas pessoas andando pela lateral do campo, mas para vê-la é preciso procurar bem. Tudo feito nos bastidores, onde os tapumes servem para esconder a sujeira que existe do outro lado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O mal causado ao Centro Esportivo do Tatuapé, a esse patrimônio municipal e do bairro, carece de análise mais aprofundada pelo que rege a Lei nº 8429/92, sobre Improbidade administrativa. Tanto o ex-prefeito Fernando Haddad – possível candidato ao Governo do Estado – quanto o atual prefeito João Doria – possível candidato à presidência até poucas semanas e quiçá na disputa governamental com o antecessor – após a conclusão dessa análise poderiam estar sujeitos a serem enquadrados nessa lei. O primeiro visivelmente dilapidou o patrimônio público, já que destruiu o que havia e não há continuidade, o segundo sem agir para sanar e devolver à população aquilo que já tinha e desfrutava, também pode estar atentando contra a deterioração manutenção desse mesmo patrimônio.

Centro Esportivo do Tatuapé: Abandono pela Prefeitura, causa perigo para a saúde pública 

CEU Carrão: esta é a imagem da administração pública em São Paulo. Foto: aloimage

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