Domingo, 17 de abril de 2016 às 12h38


Discussão sobre o impeachment teve a sessão mais longa da história e o Brasil bate os próprios recordes.

Gerson Soares

O país vivencia recordes inesperados. Para sair da crise que lhe foi imposta, a sociedade clama pelo impedimento do atual governo como alternativa. A análise do relatório da Comissão Especial de Impeachment (CEI), que além das pedaladas fiscais, motivo primordial, envolve o maior sistema de corrupção já visto e a mais profunda depressão econômica de todos os tempos e seus desdobramentos, só poderiam ser discutidos na maior sessão já registrada no Congresso Nacional com quase 43 horas, levando-se em conta o início da sessão aberta na sexta-feira (15) e encerrada na madrugada deste domingo recordes nacionais.

 

Brasília - O relator Jovair Arantes e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, em sessão plenária para discutir processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, nesta sexta-feira (16). Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Brasília - O relator Jovair Arantes e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, em sessão plenária para discutir processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, nesta sexta-feira (16). Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

 

A roupa suja e deslavada foi exposta na Câmara dos Deputados, onde poucos dentre os 513 deputados que a compõem conseguem sair ilesos. É o que afirmou um dos representantes do partido de Marina Silva, que por sua vez continua nos bastidores da discrição. Revoltado contra os moralistas, o parlamentar fez diversas críticas a seus colegas. “60% respondendo processo, 60% desta casa está amarrado na Justiça”, falou em voz alta, Aliel Machado (Rede-PR), referindo-se àqueles que discursaram na tribuna sem a moral que os sustentasse. “Esta casa foi eleita por um sistema que explodiu, um sistema corrupto, que as investigações agora estão chegando a vocês. Quando saiu a lista da Odebrecht parecia filinha de vestibular dos deputados, olhando a lista para ver se não estava o seu nome lá”. Referindo-se aos nomes divulgados na delação premiada de executivos da empreiteira completou: “Isto é vergonhoso”.

Logo depois do início da primeira sessão às 11h de sexta-feira, já circulavam as notícias de que o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) recebeu 52 milhões em 36 vezes, fruto de propinas. Neste domingo, a partir das 14h, será iniciada a sessão do impeachment que está prevista para terminar às 21 horas. A partir das 16h, conforme a expectativa do presidente deverá começar a votação. Antes disso, haverá o discurso do relator do processo, deputado Jovair Arantes (PTB-GO). Cada um terá 30 segundos para expor oralmente seu voto e após a chamada dos 513 parlamentares, será definida a contagem e a decisão de abrir ou não o processo contra a presidente Dilma Roussef.

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Brasília - A comissão especial do impeachment da Câmara dos Deputados aprovou o parecer do relator Jovair Arantes por 38 votos a favor e 27 contrários. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

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Às 13h06 deste sábado, deputados estão reunidos há mais de 27 horas. Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados

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