Até julho, emplacamentos de veículos eletrificados em 2024 já superava o total de todo o ano 2023. A notícia foi veiculada no início de agosto pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Todavia, os consumidores desses veículos pensam o quanto as estradas do país estão preparadas para as suas viagens.
Neste mês de agosto, o total das vendas de eletrificados em 2024 já ultrapassaram o total de veículos negociados em 2023. “Com 15.312 emplacamentos, as vendas de veículos eletrificados leves em julho no Brasil foram as melhores de 2024 até agora, levando o acumulado do ano a superar, em apenas sete meses, o total de vendas de 2023,” avaliou a ABVE.
Recorde de vendas
Conforme a associação, de janeiro a julho, o mercado nacional emplacou 94.616 veículos leves eletrificados, ultrapassando os 93.927 de janeiro a dezembro de 2023 – que já havia sido o melhor ano da história da eletromobilidade no Brasil. Os números de julho reforçam a previsão da ABVE de que o ano se encerrará com vendas totais superiores a 150 mil veículos leves eletrificados.
“O interesse dos brasileiros por veículos elétricos é crescente e irreversível”, disse o presidente da ABVE, Ricardo Bastos. “O consumidor está se familiarizando cada vez mais com as novas tecnologias e se tornando mais consciente dos benefícios ambientais e das vantagens econômicas que estes veículos proporcionam”.
As cidades se preparam
Nas cidades, a recarga ainda está engatinhando. São Paulo já possui uma lei que dispõe (Lei nº 17.336) sobre a obrigatoriedade da previsão de solução para carregamento de veículos elétricos em edifícios (condomínios) residenciais e comerciais. Mas a norma só vale para novas construções à partir da publicação em março de 2020. Outro detalhe é que um dos artigos previa a adaptação das construções mais antigas à modernidade que, no entanto, foi vetado.
Casas e prédios
Para quem mora em construções que não se adaptem vai enfrentar algumas horas de espera para recarregar um veículo com a nova tecnologia. Por outro lado, é possível recarregar com rede trifásica e um wallbox (caixa fixada na parede onde a bateria do carro é conectada) em poucos minutos, na tomada a espera pode ser de 8 a 10 horas. O valor do equipamento pode variar entre 4 mil a 10 mil reais. Mesmo nas novas construções, o aumento das vendas previsto, poderá causar transtornos se vários condôminos adquirirem carros elétricos e tiveram que utilizar os carregadores previstos em lei.
Grandes distâncias
Matéria do Grupo Kostal – indústria de componentes voltada à indústria automotiva -, subsidiária da multinacional alemã LK – Leopold KOSTAL fundada em 1912, trouxe um interessante levantamento. Partindo do princípio de que tudo está em pleno funcionamento (casas, condomínios, baterias e preços) e o veículo elétrico se tornou uma realidade, vem a reflexão sobre as grandes distâncias. De acordo com o levantamento, entre outros que apuramos a preocupação na hora de pegar a estrada é válida quanto chegamos à rede de abastecimento.
Estradas estão preparadas?
“Recentemente um jornalista encarou o desafio de ir e voltar a Campos do Jordão, saindo de São Paulo. O trajeto de quase 400km envolve uma longa subida de serra, que exige mais pressão no pedal do acelerador e, por consequência, maior consumo. Esse foi um teste da ‘vida real’, com exigências de consumo variadas, como aquelas que encontramos em qualquer deslocamento. A história pode ser resumida em uma única palavra: tensão! O jornalista relatou que a preocupação com o nível de carga da bateria era constante, já que não há pontos de recarga no trajeto e uma bateria descarregada no meio da estrada só tem uma solução: chamar o guincho.”
Destaque – Imagem: aloart
Publicação:
Sábado| 17 de agosto, 2024