Nativa da Floresta Amazônica, o pau-rosa (Aniba rosaeodora) de longe chama atenção por sua beleza e elegância. Os espécimes podem atingir até 30 metros de altura e ter troncos de dois metros de diâmetro. Também conhecida como pau-rosa-mulatinho, pau-rosa-itaúba e pau-rosa-imbaúba, a árvore produz um óleo que é utilizado como essência na formulação de vários perfumes na Europa e Estados Unidos, entre eles o famoso Chanel N.º 5.
O Brasil é o único produtor de óleo de pau-rosa. A exploração começou na década de 1920 e o produto chegou a ser o terceiro colocado na pauta de exportações da Amazônia, ficando atrás apenas da borracha e da castanha. Nos anos 1960, a produção chegou a 500 toneladas por ano, mas declinou com a chegada de uma versão sintética do linalol, principal substância aromática do pau-rosa, e da descoberta de outras espécies com essências semelhantes.
Estima-se que nos últimos 40 anos aproximadamente dois milhões de exemplares de pau-rosa foram abatidos em cerca de 10 milhões de hectares da Floresta Amazônica. Para produzir 10 litros de óleo, uma árvore de aproximadamente uma tonelada precisava ser derrubada. Com a árvore no chão, é preciso picotar seu tronco e fervê-lo em uma caldeira para que o óleo evapore com a água e condense – técnica chamada “arraste a vapor”.
Antes, a árvore era encontrada em toda a Amazônia. Atualmente, é possível vê-la apenas nos municípios de Parintins, Maués, Presidente Figueiredo e Nova Aripuanã, no Amazonas. Já não há mais exemplares também na Guiana Francesa (onde a planta começou a ser explorada no início da década de 1920), nem nos estados do Amapá e Pará.
Em 1992, o pau-rosa entrou para as listas de espécies ameaçadas do Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A árvore também está incluída nas listas oficiais de espécies em extinção da Colômbia e Suriname.
Manejo sustentável
No final dos anos 1990, um grupo de ecologistas franceses iniciou uma campanha contra os produtos da Chanel. Para conter os ânimos dos ambientalistas, a empresa contratou a ONG Pro-Natura para desenvolver programas sustentáveis de manejo do pau-rosa na Amazônia.
No método convencional, a produção do óleo é baseada na destruição total da árvore, cujo tronco é cortado, reduzido a cacos e destilado. Com a nova técnica, apenas as folhas são retiradas. De uma tonelada de folhas é possível extrair 10 quilos de óleo. O rendimento e a qualidade da substância são semelhantes ao obtido com a derrubada da madeira.
Na última produção de óleo de pau-rosa, entre 2010 e 2011, foram extraídos e exportados cerca de 2.500 quilos de óleo de folhas de pau-rosa. Metade desse montante foi produzida a partir da nova tecnologia.
Hoje o projeto está parado.*
Pau-rosa
Apesar da imponente altura, a copa do pau-rosa normalmente é pequena. Sua casca é pardo-amarelada ou pardo-avermelhada, que se desprende em placas. As folhas são simples, com as margens recurvadas ou planas. Já suas flores são amarelo-ferruginosas, hermafroditas e pequenas.
Os frutos do pau-rosa são apreciados por aves, notadamente psitacídeos e aves da família Ramphastidae (tucanos). A árvore atrai animais como periquitos, tuins, papagaios, maritacas, araras, tucanos e sanhaçus, entre outros.