Terça-feira, 13 de fevereiro de 2018 às 18h40
Estivemos nesta quinta-feira novamente no local e o que vimos foi a piora da situação encontrada no início do mês de dezembro de 2017 (leia as reportagens de dezembro). As larvas e o apodrecimento de madeiras, entre outras deteriorações do patrimônio e verbas públicas, estão mais evidentes. Respectivamente, foram aceleradas pelas chuvas.
Gerson Soares
A falta de empenho por parte da administração pública e de outros órgãos envolvidos, para sanar os problemas no Centro Esportivo Brigadeiro Eduardo Gomes, causa espanto. A solução e apresentação de um projeto que solucione a questão passa pela própria Prefeitura, Secretaria Municipal de Educação, Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, Secretaria Municipal de Obras e Serviços, e pela Subprefeitura Mooca, que por extensão – apesar de ficar sempre à distância deste caso absurdo – é co-responsável pela falta de higiene que circunda o local e seu interior, na sua função de órgão municipal regional.
A reabertura do centro esportivo é uma afronta, dadas as condições que se sucedem. A gama de insetos proliferando no local, em plena campanha e aumento de casos de febre amarela em São Paulo, entre outras doenças transmitidas pelos pernilongos, que evidentemente melhor proliferam nas condições lá encontradas, é estarrecedora. A falta de providências beira a insanidade. Enquanto a Prefeitura lança campanhas contra os mosquitos, no Tatuapé permite sua proliferação. Diante dos fatos, chega a ser inacreditável o que constatamos.
Empurra-empurra é velho conhecido
O jogo de empurra entre os órgãos responsáveis pelo local é notório e antigo. A um momento vinculam o local à Secretaria Municipal de Esportes e o designam como Clube da Cidade; depois Centro Esportivo. Mais adiante lhe impõem a construção de um CEU – que se liga à Secretaria Municipal de Educação. A essa secretaria também pode estar ligado por ter em sua área uma EMEI. Esse empurra-empurra também já levou as duas secretarias e a Secretaria Municipal de Obras e Serviços a uma parceria, como mostramos anteriormente, quando houve a reabertura no início do mês de dezembro do ano passado. E assim, o parque, como também poderia ser chamado, vai se deteriorando.
As reportagens que o leitor verá daqui em diante foram feitas na quinta-feira (8) e domingo (11). Elas mostram com imagens e filmes a realidade escondida atrás dos tapumes que os responsáveis pela reabertura do parque não mostram. Ao mesmo tempo, observamos a alegria de quem conseguiu uma efêmera concessão. Sem dúvida, a prática esportiva deve ser favorecida, assim como a devolução do parque como era antes – aproveitando ou não as estruturas do infame CEU – para uso da população em geral.
Ao contrário, a continuidade da situação atual, onde os órgãos municipais se acomodam com a concessão de reabri-lo sem as condições necessárias de higiene, segurança, iluminação, é vexatória. Cabe à Prefeitura, colocar um ponto final na polêmica sobre o que fará, dando uma resposta à sociedade. Pretende continuar com o abandono ou criará um projeto para uma reabertura condigna? Não é possível que este paradoxo continue sem previsão de solução.
Antes de prosseguirmos, deixamos outra questão às autoridades responsáveis:
Porque, afinal, destruíram o centro esportivo para construir um CEU?
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Ótima matéria! Fui uma das entrevistadas no dia e agora entendo sua indignação em abrir o parque desse jeito!
Fiz denúncia tanto das larvas como do lixo no site da prefeitura! Temos que continuar pressionando!
Já denunciei também 4 veículos abandonados no Tatuapé! Mas mesmo alguns estão anos parados a prefeitura disse que não há nada irregular! Acha interessante uma pauta disso?
Oi Júlia, seja bem-vinda, ao Alô Tatuapé. Antes de tudo, agradecemos sua participação sincera, assim como foi possível notar pessoalmente. Acho interessante a pauta sugerida, por favor entre em contato. Quanto ao parque, é lamentável que o bairro, já que ele é um patrimônio do Tatuapé, seja tratado com tanto desdém pelas autoridades municipais.