FGV IBRE divulga síntese do resultados econômicos de fevereiro, fique por dentro

O instituto divulgou hoje (04/03), o relatório “Síntese das Sondagens de Fevereiro de 2024”, um resumo importante das análises econômicas do mês passado.

“O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) segue a tendência declinante iniciada em setembro e chega ao menor nível desde maio do ano passado. A despeito da boa situação do mercado de trabalho e da inflação sob controle, o peso do endividamento ainda parece limitar a capacidade de consumo das famílias, especialmente em compras de alto valor. O Índice de Confiança Empresarial (ICE) registra a primeira queda em nove meses, influenciada por previsões menos otimistas para a evolução da demanda nos próximos três meses.” Informou o FGV IBRE – Instituto Brasileiro de Economia. Veja a seguir, a síntese das análises e os gráficos.

Confiança do Consumidor e Empresarial recuam em fevereiro

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) segue a tendência declinante iniciada em setembro e chega ao menor nível desde maio do ano passado. A despeito da boa situação do mercado de trabalho e da inflação sob controle, o peso do endividamento ainda parece limitar a capacidade de consumo das famílias, especialmente em compras de alto valor.

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) registra a primeira queda em nove meses, influenciada por previsões menos otimistas para a evolução da demanda nos próximos três meses.

Pioram as expectativas do empresariado

ISA e IE empresariais dessazonalizados, em pontos

Após superá-lo em janeiro, o Índice de Expectativas Empresarial (IE-E) voltou a ficar abaixo do Índice da Situação Atual Empresarial (ISA-E), sugerindo que aceleração do nível de atividade dos segmentos cíclicos da economia na virada do ano pode estar perdendo força.

A queda no IE-E foi motivada principalmente por previsões menos otimistas para a evolução da demanda nos três meses seguintes, especialmente nos setores do Comércio e de Serviços.

Confiança de Comércio e Serviços em queda; Indústria e Construção resilientes

Índices de confiança setoriais, dessazonalizados

A acomodação da confiança da Indústria ocorre após quatro meses em alta, período em que houve melhora nas avaliações sobre a demanda e normalização dos estoques.

Serviços e Comércio recuam após iniciarem o ano com melhora na confiança. Em ambos os casos influenciadas pela redução do otimismo em relação ao futuro.

O setor da Construção mostra resiliência e otimismo em relação a 2024, voltando a ser o setor com nível de confiança mais alto entre os quatro grandes setores pesquisados.

Consumidores: piora nas expectativas pelo segundo mês seguido

ISA e IE do Consumidor dessazonalizados, em pontos

A confiança dos consumidores manteve em fevereiro a tendência de queda, motivada pela piora das expectativas para os próximos meses, com redução do indicador de situação financeira futura das famílias. A sutil melhora nas avaliações sobre o momento atual não foi capaz de se sobrepor à revisão negativa das expectativas.

Queda na confiança é mais intensa nas faixas de renda mais baixas

Índices de confiança dessazonalizados em média móvel trimestral

Após um momento favorável entre abril e outubro do ano passado, quando a confiança das famílias de renda mais baixa avançou, quase se igualando à das famílias de alta renda, a calibragem dos últimos meses tem afetado especialmente esta classe de consumidores.

A confiança média das duas classes de rendas mais baixas não supera a das famílias de renda mais alta de forma consistente desde março de 2015.

Faixa 1 Até R$ 2.100,00
Faixa 2 Entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00
Faixa 3 Entre R$ 4.800,01 e R$ 9.600,00
Faixa 4 Acima de R$ 9.600,00

Nível de Incerteza recua e se consolida em patamar favorável

Indicador de Incerteza do Brasil (IIE-Br) em pontos e médias em diferentes períodos

A queda de fevereiro reflete a continuidade de um cenário econômico doméstico relativamente previsível, com melhora do mercado de trabalho e inflação sob controle. Para os próximos meses, o indicador pode continuar flutuando em faixa favorável a depender de fatores como as tensões geopolíticas internacionais e dos resultados das contas públicas internas.