Os índices de confiança dos setores mais importantes da economia brasileira estão recuando desde o mês de agosto, com exceção da indústria que subiu em novembro. Os dados foram divulgados entre os dias 28 e 30 de novembro. Leias as principais análises.


Confiança empresarial segue em queda, é o que demonstram as expectativas dos setores de comércio e serviços que continuam recuando. Após quatro meses nessa mesma toada, o setor industrial sobe 1,9 ponto em novembro, na primeira alta após quatro meses consecutivos de queda. Os levantamentos são do Índice de Confiança do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas – FGV IBRE.

Empresas

“A confiança empresarial seguiu em novembro o roteiro dos dois meses anteriores, com uma ligeira melhora das avaliações sobre a situação presente e uma piora mais acentuada das expectativas em relação aos meses seguintes. Esta combinação de resultados sugere que os segmentos cíclicos da economia, responsáveis por cerca de 2/3 do PIB, seguem apresentando um ritmo morno de atividade no quarto trimestre e estão preocupados com as perspectivas da economia para o primeiro trimestre de 2024. Pelo lado positivo, a confiança industrial subiu pela primeira vez no segundo semestre e o setor da Construção mostra uma relativa resiliência, influenciado pela sustentação do otimismo no segmento de obras de infraestrutura”, avalia Aloisio Campelo Jr., Superintendente de Estatísticas do FGV IBRE.

Comércio

“A confiança do comércio cai pelo terceiro mês consecutivo influenciada tanto pelas avaliações em relação ao momento atual quanto pelas perspectivas para os próximos meses. A variação da confiança descontada dos fatores sazonais evidencia que apesar da melhora do ambiente macroeconômico e do início das vendas de fim de ano o desempenho do comércio ficou aquém do esperado para o período, com resultados positivos em apenas duas das seis principais atividades no mês. O enfraquecimento da demanda atual, somado às previsões pessimistas de redução nas vendas dos próximos meses, geram apreensão entre os comerciantes, que é agravada pela inversão da confiança dos consumidores nos últimos meses de 2023.”, analisou Geórgia Veloso, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas.

Indústria

“Após quatro quedas consecutivas, o índice de confiança da indústria volta a subir. O resultado reflete uma percepção de melhora da situação atual, influenciada pela melhora gradual da demanda e pelo movimento de escoamento de estoques que, apesar disso, permanecem distantes de uma situação de normalidade. Ainda é cedo para avaliar se a alta de novembro será o início de uma nova tendência ou uma acomodação após uma sequência de quedas. No plano macroeconômico, as taxas de juros e o endividamento começam a ceder, mas continuam em patamares elevados, sendo difícil atribuir a esses movimentos algum impacto na percepção de demanda pelas empresas do setor” comenta Stéfano Pacini, também economista do FGV IBRE.

Serviços

“A confiança do setor de serviços caiu pelo quarto mês seguido, influenciada por piores avaliações em relação à demanda e à situação atual dos negócios. A queda foi bastante disseminada entre os segmentos do setor. A tendência de queda na taxa de juros e de redução do endividamento das famílias ainda não se refletem em uma reaceleração no setor, que ainda dependerá da melhora da confiança dos consumidores e da continuidade do bom momento do mercado de trabalho. Os empresários ainda demonstram cautela frente ao cenário macroeconômico desafiador”, avaliou Stéfano Pacini, economista da mesma instituição.


Fonte: FGV / IBRE


Destaque – Imagem: aloart


Publicação:
Sexta-feira | 1º de dezembro, 2023