Livro que abordou o tema e se tornou best-seller do New York Times, inspirou publicação do livro “Saúde, Alimento & Cultura”, recém-lançado. Conheça uma localidade no Brasil, onde a longevidade também está acima da média.
Blue Zones, ou zonas azuis, é o nome pelo qual algumas regiões do mundo ficaram conhecidas por possuir habitantes que vivem mais do que em qualquer outro lugar do planeta. Ao todo, somam cinco localidades onde o tempo de vida médio gira em torno de 90 anos, com populações que apresentam baixos índices de doenças e de outras condições de saúde típicas da terceira idade.
Estilo de vida
Essas zonas foram identificadas quase que acidentalmente, em 2003, durante uma reportagem para a revista National Geographic. Na ocasião, o explorador norte-americano Dan Buettner se surpreendeu com a longevidade das pessoas que viviam em cinco áreas espalhadas pelo mundo e resolveu estudá-las a fundo. São elas: Okinawa (Japão), Nuoro – Sardenha (Itália), Nicoya (Costa Rica), Ikaria (Grécia) e Loma Linda (Estados Unidos).
Nessas comunidades, o estilo de vida é baseado em bons hábitos cultivados ao longo dos anos e que envolvem a alimentação saudável, o convívio social e familiar, a espiritualidade e a prática constante de atividades físicas. Buettner descobriu e registrou posteriormente esses hábitos em um livro, que virou um dos best-sellers do New York Times, e em uma série documental.
Esse estudo, resumidamente, verificou como pontos principais:
:: Mover-se naturalmente: realizar atividades que favorecem a mobilidade natural do corpo, evitando o uso do carro ou de outros meios de transporte. Priorizar, sempre que possível, a locomoção a pé;
:: Conhecer o seu propósito pessoal: ter um propósito pessoal traz mais sentido à vida e favorece a motivação diária para enfrentar a rotina;
:: Desacelerar: a redução do estresse favorece – e muito – a saúde e o bem-estar pessoal, além de ajudar a diminuir os riscos de desenvolver doenças;
:: Praticar a regra dos 80%: essa regra diz respeito ao controle da quantidade de alimentos que é ingerida durante as refeições. No caso, o indicado é estar saciado quando o estômago estiver 80% cheio;
:: Priorizar a ingestão de vegetais: até 90% dos itens do cardápio das populações das blue zones são frutas, vegetais e outros alimentos naturais e saudáveis. Carnes vermelhas são consumidas quatro ou cinco vezes ao mês;
:: Moderar o consumo de álcool: durante o estudo, percebeu-se que esses grupos longevos consumiam bebidas alcoólicas, mas com moderação. Em média, esses cidadãos das zonas azuis tomam de uma a duas taças por dia, normalmente de vinho;
:: Priorizar a família: uma das tradições dos moradores dessas regiões consiste em priorizar os familiares e valorizar os amigos, reforçando o compromisso social e os laços afetivos;
:: Valorizar as boas companhias: habitantes das blue zones acreditam que estar ao lado de pessoas que, como eles, cultivam hábitos saudáveis e com as quais tenham afinidade aumenta as chances de eles terem uma vida melhor.
Livro lançado em São Paulo
Inspirada nesta e em uma série de discussões em torno desse assunto, a Bela Vista Cultural, editora e produtora paulistana voltada à realização de ações de impacto social, elaborou o livro “Saúde, Alimento & Cultura” (2024), que aborda os aspectos práticos e teóricos de uma alimentação saudável e balanceada, demonstrando como esta atitude impacta o bem-estar e a qualidade de vida.
Este projeto também buscou inspiração em diferentes fontes locais, como o Guia alimentar para a população brasileira, publicado pelo Ministério da Saúde, para contextualizar nacionalmente as dicas que orbitam, principalmente, a relação entre saúde, alimentação e longevidade.
Longevidade no Rio Grande do Sul
Merece destaque o fato de que o Brasil também possui zonas nas quais a longevidade e a saúde das pessoas estão acima da média. Enquanto as cidades catarinenses Brusque e Blumenau seguem empatadas em segundo lugar, cabe à Veranópolis (RS) o principal exemplo de população com envelhecimento saudável em nosso país, onde a expectativa média das pessoas é de aproximadamente 77 anos, superior à média nacional.
“Hábitos alimentares saudáveis significam a ingestão de nutrientes balanceados, como vitaminas, minerais, proteínas, carboidratos e gorduras saudáveis. Em conjunto, eles ajudam a prevenir doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, problemas cardíacos e certos tipos de câncer. Em resumo, ter uma alimentação saudável é uma parte essencial de um estilo de vida que promova saúde, qualidade de vida e longevidade”, explica Giselle Duarte (@maternutri), que assina o prefácio do livro da Bela Vista Cultural.
Destaque: Capa e sumário do livro ‘Saúde, Alimento & Cultura. Imagens: Bela Vista Cultural / Divulgação
Publicação:
Sábado | 15 de junho, 2024