Levantamento inédito revela distritos de São Paulo com combustíveis mais baratos e mais caros em abril. No período, os bairros com combustíveis mais caros foram Morumbi, Consolação, Jardim Paulista, Itaim e Mooca. Veja quais foram os baratos mais e outros dados interessantes.


Em iniciativa inédita, o Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade – fruto da parceria da Veloe com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) – passa a divulgar mensalmente indicadores de preços dos combustíveis dentro das cidades monitoradas. Na primeira análise, foram mapeados os distritos de São Paulo (SP) com maiores e menores diferenças de preço da gasolina comum, etanol hidratado e diesel s-10 em relação aos valores médios cobrados no município.

O levantamento de abril de 2024 empregou informações amostrais dos preços de três combustíveis (gasolina comum, etanol hidratado e diesel S-10) ao longo dos últimos três meses. Os resultados apresentados revelam, para cada distrito e combustível o desvio (variação média) do preço médio cobrado em relação ao preço médio do município.

Fatores relevantes

Diversos fatores contribuem para a variabilidade existente nos preços cobrados pelo mesmo combustível entre postos do mesmo município, incluindo: (I) custo de aquisição, capacidade de armazenamento e margem de lucro; (II) características do mercado local, como nível e concentração de atividade econômica, população residente, renda média, perfil e hábitos do consumidor; (III) preços e impostos dos imóveis e terrenos; (IV) localização, proximidade e concorrência com outros estabelecimentos; (V) estratégias de comercialização e marketing, como bandeiras, franquias, descontos, programas de fidelidade, receitas de lojas de conveniência e de serviços acessórios; (VI) custos logísticos e operacionais (por exemplo, com pessoal e manutenção); (VII) investimento em tecnologia; entre outros.

Ao longo do tempo, as divergências existentes entre os preços cobrados podem aumentar ou diminuir em razão do comportamento dos postos locais diante de variações nos custos e custos de aquisição, diferenças nas políticas de armazenagem, de comercialização e reajustes de preço, entre outros.

Gasolina comum

Em abril de 2024, o preço médio cobrado nos postos da capital paulista para abastecimento com gasolina comum foi de R$ 5,90 por litro – valor que representou um incremento de 0,4% em relação a março e uma alta acumulada de 10,3% nos últimos 12 meses.

Com base no último levantamento (abril/2024), a diferença dos preços entre os distritos com maior e menor desvio médio foi de 15,9%, o equivalente a R$ 0,87 por litro ou R$ 48 para encher um tanque de 55 litros.

Os cinco distritos com preços relativamente mais elevados, em relação à média do município, foram: Morumbi (+7,9%); Consolação (+4,5%); Jardim Paulista (+4,5%); Itaim (+4,4%); e Mooca (+4,2%). Já os cinco distritos que apresentaram preços relativamente mais baixos na comparação com a média municipal, foram: Cidade Líder (-6,9%); Cangaíba (-6,4%); Ponte Rasa (-5,6%), José Bonifácio (-5,4%) e Vila Jacuí (-4,9%).

Etanol

O preço médio do etanol hidratado nos postos de São Paulo (SP) registrou alta de 5,4% em abril, para R$ 3,79 por litro. Por outro lado, o preço médio do biocombustível no último mês ainda estava 2,7% abaixo de abril de 2023 (últimos 12 meses).

Conforme informações do último levantamento (abril/2024), a diferença dos preços entre os distritos com maior e menor desvio foi de 25,5%, o que corresponde a R$ 0,89 por litro ou R$ 49,1 para encher um tanque de 55 litros.

Os cinco distritos com preços relativamente mais elevados, em relação à média do município, foram: Alto de Pinheiros (+15,8%); Liberdade (+12,8%); Morumbi (+9,4%); Vila Formosa (+8,5%) e Itaim Bibi (+6,8%). Comparativamente, os cinco distritos com preços relativamente mais baixos em relação à média municipal foram: República (-7,7%); Cursino (-6,9%); Ponte Rasa (-6,4%), Cidade Líder (-6,4%) e Cangaíba (-5,8%).

Diesel S-10

No mês de referência, o preço médio do diesel S-10 na capital foi de R$ 6,04 por litro. O valor registrou discreta queda no comparativo mensal (-0,1%), em contraste à sua valorização acumulada de 4,8% nos últimos 12 meses.

A partir de dados do último levantamento (abril/2024), a diferença dos preços entre os distritos com maior e menor desvio foi de 28,5%, o que corresponde a R$ 1,50 por litro ou uma diferença de R$ 224,4 para cada 150 litros de abastecimento.

Os cinco distritos com preços relativamente mais elevados, em relação à média do município, foram: Jardim Ângela (+12,2%); Pedreira (+12,1%); Mooca (+10,7%); Vila Prudente (+10,6%) e Cambuci (+9,6%). Em contraste, os cinco distritos com preços relativamente mais baixos em relação à média municipal envolveram: Pari (-12,7%), Cursino (-8,1%); Jaguara (-7,8%), Belém (-7,6%) e José Bonifácio (-7,3%).


Fontes: FIPE / VELOE


Destaque – Imagem: aloart


Publicação:
Terça-feira | 28 de maio, 2024


Leia outras matérias desta editoria

Processos no STF e tarifas americanas mexem com os negócios no Brasil

A instabilidade política, desta vez, alcança a economia de uma forma inesperada desde o dia 9 de julho, atingindo as exportações com as tarifas impostas pelos Estados Unidos, segundo maior parceiro de negócios que deu início a investigações sobre as...

Taxação de 50% dos EUA: o que o Brasil pode perder?

João Eloi Olenike — Presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) Leia a análise sobre os impactos para o Governo, consumidores e contribuintes. O presente artigo tem como objetivo oferecer uma análise...

Trump diz que pode conversar sobre tarifas, mas não agora

A repercussão do tarifaço americano ao Brasil não é só política, como querem enfiar goela abaixo dos brasileiros, setores importantes da economia preveem graves consequências que já estão em curso. Aos jornalistas, o presidente americano disse que poderá...

Tarifa de 50% sobre produtos brasileiros aos EUA preocupam principais setores de exportação

Diversos setores, como o agronegócio, minério de ferro ou petróleo bruto, laranja, aço, café e aeronaves; federações das indústrias de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, entre outros estados, repercutem o aumento da tarifa de exportação imposta pelo...

Inflação pelo IPC-S subiu 0,13% na primeira quadrissemana de julho

O IPC-S da primeira quadrissemana de julho de 2025 subiu 0,13%¹ e acumula alta de 3,81% nos últimos 12 meses. Nesta apuração, quatro das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação. A maior contribuição...

Inflação desacelera em quatro das sete capitais componentes do IPC-S

Quatro das sete capitais pesquisadas registraram decréscimo em suas taxas de variação. O IPC-S da primeira quadrissemana de julho de 2025 subiu 0,13%, resultado abaixo do registrado na última divulgação. Com este resultado, o indicador acumula alta de...

Capital dispara na liderança da geração de empregos no Brasil em 2025

Leia outras matérias desta editoria