Domingo | 23 de outubro, 2022

As possibilidades pendem para ambos os lados da balança. A Copa do Mundo fora de época e a política do futuro no Brasil – que só será conhecida a partir do dia 30 de outubro – pesam nas decisões e opiniões.


O Diário do Comércio (DC), órgão de imprensa da centenária Associação Comercial de São Paulo (ACSP), ouviu lojistas, fez algumas considerações e conversou com o economista Nelson Barrizelli, que também é consultor de varejo. Para ele “os lojistas devem reduzir despesas fixas e aumentar as variáveis, além de casar a compra de produtos com pagamentos pós-venda”.

Aluguéis pesados

O recém-inaugurado portal Marketplace do Bairro (MPB), que iniciou suas atividades no Tatuapé e Anália Franco – bairros da capital paulista – voltado aos pequenos e médios empreendedores, também ouviu comerciantes e prestadores de serviços. De acordo com o levantamento, os varejistas ouvidos buscam alternativas para continuar nos negócios, mas afirmam que o aluguel tem pesado bastante. Outro fator, que denotou certo desânimo por parte dos entrevistados, foi a queda nas vendas do terceiro trimestre deste ano (julho/agosto/setembro).

Final do ano

De acordo com o DC da ACSP, o último trimestre do ano é o período em que as negociações e vendas tendem a aumentar entre indústria e comércio. “Considerando alguns dos principais indicadores da economia, o final de 2022 pode ser até melhor do que o de 2019, de acordo com lojistas ouvidos”, noticiou o periódico em setembro, apontando a queda do desemprego e da inflação, além do aumento do PIB (Produto Interno Bruto), como fatores preponderantes para a análise.

Impasse

“As indústrias preferem que os comerciantes comprem e paguem antecipadamente. O melhor para os lojistas é pagar somente depois das vendas de final de ano,” afirmou Barrizelli ao DC. O especialista recomenda que os varejistas comprem de acordo com a rotatividade e mantenham estoques enxutos. Segundo ele ainda não é hora de grandes entusiasmos nas compras devido à instabilidade econômica e política. “É melhor perder um pouco de venda do que ficar com muita mercadoria encalhada. Compra tem de estar casada com prazo de pagamento,” ponderou.

E-commerce

O DC faz um importante alerta aos varejistas que pretendem ingressar ou continuar com sucesso no setor de e-commerce. “O comércio eletrônico é importante para qualquer tamanho de loja, mas essa modalidade de venda precisa estar bem estruturada para não frustrar o cliente,” publicou. Se o produto chega com atraso, errado, e há dificuldade para devolução, o lojista e a marca podem se queimar. “É preciso se preparar para o e-commerce. Se a loja informa que entrega em dois, três dias, tem de entregar neste prazo. Caso contrário, é melhor nem vender pela internet,” conclui o consultor de varejo.


Com reportagem de Fátima Fernandes / Diário do Comércio


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