Sexta-feira, 8 de julho de 2016, às 19h16
Amanhã, 9 de julho, é feriado em São Paulo. Nessa data são lembrados os acontecimentos que culminaram com a Revolução de 1932, que ficou conhecida como “Guerra Paulista”. O leitor poderá ler esta e várias outras reportagens especiais sobre o assunto.
Neste sábado, também publicaremos outras duas matérias para homenagear esta data de incomparável civismo demonstrado pelo povo de São Paulo. A cada ano, o Alô Tatuapé soma novas informações e por esse motivo as datas que foram escritas devem ser relevadas, principalmente pelo motivo de que os fatos narrados serem históricos.
Uma das mais importantes memórias cívicas de São Paulo, a Revolução Constitucionalista foi deflagrada em 9 de julho de 1932. No entanto, o mês de julho também foi protagonista de outra insurgência paulista: a Revolução de 1924. Para relembrar estes dois conflitos, ocorridos em julho, a edição do boletim da Fundação Energia e Saneamento (FES) do dia 24 de julho de 2013 – em parte aqui reproduzido mediante autorização –, apresentava algumas das mais de 600 imagens do Acervo da FES que registraram estes eventos históricos.
A Revolução Esquecida
Menos lembrada do que a Revolução de 1932, a Revolução de 1924, liderada por jovens oficiais do exercito brasileiro insatisfeitos com o sistema político, tinha como principal objetivo destituir o presidente Artur Bernardes do poder. Para os revoltosos, o presidente representava os vícios da política “café com leite” que havia levado as elites de Minas Gerais e de São Paulo a compartilhar o poder político do país desde o início do século XX. Lembrada como um dos levantes do chamado movimento tenentista, a Revolta de 1924 colocou São Paulo em um Estado de guerra civil por 23 dias, mas não resistiu ao cerco promovido pelas tropas governistas. No dia 27, as forças revolucionárias paulistas se retiraram para o interior de São Paulo, seguindo mais tarde para o sul do Brasil.
A Guerra Paulista
A Revolução Constitucionalista de 1932 começou a se materializar quando Getulio Vargas – que havia tomado o poder por meio de um golpe de estado em 1930 – nomeou um interventor federal que desagradou as forças políticas paulistas. O povo saiu às ruas e o estopim das manifestações contra o governo provisório ocorreu em 23 de maio, quando quatro estudantes foram mortos na Praça da República. A morte de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo (MMDC) deu uma nova motivação aos manifestantes. Com amplo apoio da classe média, a luta estendeu–se por três meses. Apesar da rendição das forças revolucionárias em 2 de outubro, a principal reivindicação foi atendida por Vargas: a convocação de uma nova constituinte, que levaria à promulgação da Constituição de 1934. Além disso, a Revolução Constitucionalista tornou–se um dos símbolos da identidade paulista.
Para saber mais: Em parceria com a Imprensa Oficial, a Fundação publicou, em 2010, o livro–reportagem “1924 – O Diário da Revolução: os 23 dias que abalaram São Paulo”. Sobre a Revolução Constitucionalista, a Fundação tem levado à itinerância a exposição “1932: O Ano da Revolução Paulista”.