Quinta-feira, 5 de abril de 2018 às 20h25


A notícia foi divulgada no final da tarde desta quinta-feira, enquanto ainda eram aventadas hipóteses que o manteriam fora do cárcere devido recursos. Ex-presidente pode se apresentar voluntariamente até às 17h desta sexta-feira (6) em Curitiba.

Gerson Soares

O juiz Sérgio Moro expediu mandado de prisão contra Luiz Inácio Lula da Silva, que governou o Brasil entre os anos 2002 e 2006, sendo reeleito em 2006 para outro mandato encerrado em 2010. Acusado dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, foi condenado a 12 anos e 1 mês de reclusão em regime inicialmente fechado no caso que ficou conhecido como “Triplex do Guarujá”. Ainda restam outros processos em andamento pelos quais o ex-presidente está respondendo, envolvido que está nas investigações da Operação Lava Jato.

 

Juiz Federal Sérgio Moro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Fotos: Filipe Araújo e Rovena Rosa/Agência Brasil / aloimage arquivo

 

Enquanto boa parte da imprensa discutia possibilidades de hipóteses que ainda poderiam mantê-lo em liberdade, como os “Embargos dos Embargos”, recurso que ainda poderá ser interposto no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), esse mesmo tribunal se ocupava em autorizar à 13ª Vara Federal de Curitiba cumprir determinação da execução da pena, destacando em seu ofício ao juiz Moro que “contra tal determinação, foram impetrados Habeas Corpus perante o Superior Tribunal de Justiça e perante o Supremo Tribunal Federal, sendo que foram denegadas as ordens por unanimidade e por maioria, sucessivamente (...)”.

Por sua vez, mantendo a discrição que lhe é peculiar, Moro ofereceu a oportunidade ao ex-presidente para que se apresente espontaneamente até às 17h desta sexta-feira para que seja cumprido o mandado de prisão. Destaca ainda em seu despacho: “Relativamente ao condenado e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, concedo-lhe, em atenção à dignidade do cargo que ocupou, a oportunidade de apresentar-se voluntariamente à Polícia Federal (...)”. Durante esse processo, está vedada a utilização de algemas “em qualquer hipótese”.

O juiz da 13ª Vara ainda esclarece que “em razão da dignidade do cargo ocupado, foi previamente preparada uma sala reservada. espécie de Sala de Estado Maior, na própria Superintendência da Polícia Federal, para o início do cumprimento da pena, e na qual o ex-presidente ficará separado dos demais presos, sem qualquer risco para a integridade moral ou física”.

Lula derrotou expoentes do PSDB e assumiu presidência do Brasil por oito anos

De acordo com as pesquisas, o ex-presidente é tido atualmente como o candidato que venceria novamente as eleições em 2018. Em 27 de outubro de 2002, Lula foi eleito presidente do Brasil, derrotando o candidato apoiado pela situação, o ex-ministro da Saúde e então senador pelo Estado de São Paulo José Serra do PSDB. No seu discurso de diplomação, Lula afirmou: “E eu, que durante tantas vezes fui acusado de não ter um diploma superior, ganho o meu primeiro diploma, o diploma de presidente da República do meu país”.

Em 29 de outubro de 2006, Lula é reeleito no segundo turno, vencendo o ex-governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin do PSDB, com mais de 60% dos votos válidos. Após esta eleição, Lula divulgou sua intenção de fazer um governo de coalizão, ampliando assim sua fraca base aliada. O PMDB passou a integrar a estrutura ministerial do governo.

Após seus mandatos, elegeu Dilma Roussef que deu continuidade à sua obra durante o primeiro mandato. Eleito para um segundo mandato com o total apoio do padrinho Lula, sofreu um processo de impeachment, deixando a presidência da República, após perder o mandato no dia 31 de agosto de 201.

Filme sobre os bastidores da Operação Lava-Jato. Imagem: reprodução Facebook

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