Quarta-feira | 16 de novembro, 2022

Instituto Voto Legal (IVL) afirma em documento revelado pelo portal O Antagonista e confirmado pelo programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan News, que não é possível validar o resultado das urnas eletrônicas de modelos fabricados em 2009, 2010, 2011, 2013 e 2015, utilizadas nas eleições deste ano.


Este é um fato novo no que se refere às conturbadas eleições de 2022. Desde o dia 30 de outubro, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e candidato à presidência do Brasil foi eleito, o resultado vem sendo questionado por milhares de brasileiros que passaram a se manifestar nas portas do quartéis do Exército Brasileiro e das Forças Armadas em diversas capitais do país, com faixas pedindo intervenção federal. O motivo maior não é a derrota do presidente Bolsonaro, mas sim a condução do pleito.

Manifestações

As manifestações populares se voltam aos fatos conhecidos sobre o passado do ex-presidente Lula, a maneira como o STF anulou seu julgamento e condenação em três instâncias, depois de ter sido comprovado seu envolvimento pela operação Lava Jato, no maior esquema de corrupção já documentado no país e pela possibilidade de ter havido fraude nas urnas eletrônicas. Essa possibilidade foi amplamente questionada pelo atual presidente da República Jair Bolsonaro, muito antes mesmo das eleições, que pedia o voto impresso a fim de solucionar quaisquer irregularidades. Esse fato desencadeou uma série de censuras e atos questionáveis por parte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que viria ser o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para comandar as eleições. Em evento que ainda ocorre em Nova York, onde seis ministros do STF foram convidados como palestrantes, os manifestantes foram chamados de lunáticos e antidemocráticos.

Pedido de anulação das eleições

Para ter certeza da vitória do candidato Lula e da derrota do seu candidato à reeleição Jair Bolsonaro, o Partido Liberal (PL) contratou a auditoria do Instituto Voto Legal (IVL) que concluiu haver uma “interferência indevida nos percentuais de votação dos candidatos”. O relatório de 12 páginas demonstra com clareza e identifica um código desconhecido em seu relato, afirmando ser impossível validar os resultados gerados nas urnas eletrônicas, cujos modelos foram fabricados em 2009, 2010, 2011, 2013 e 2015. O documento é assinado por Carlos Rocha, presidente do Instituto Voto Legal (IVL); pelo vice-presidente Márcio Abreu, engenheiro eletrônico, e o membro associado Flávio Gottardo de Oliveira, engenheiro aeronáutico, ambos formados no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA).

Forças Armadas

No dia 9 de novembro, o Ministério da Defesa emitiu um relatório sobre o sistema eletrônico de votação, onde explicou sua participação na fiscalização das urnas eletrônicas utilizadas no pleito majoritário. A notícia repercutiu em diversas interpretações e para elucidar quaisquer dúvidas, o Ministério da Defesa veiculou nota oficial no dia 10, a fim de esclarecer que o relatório do dia anterior não excluía a possibilidade de fraudes e inconsistências. Ainda no dia 11, os comandantes das Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica – emitiram um comunicado “às instituições e ao Povo Brasileiro” acerca das manifestações reafirmando seu compromisso com a democracia.

Questionamentos

Para pedir a anulação das eleições de 2022, o PL se baseia nos dois relatórios – do Ministério da Defesa e do Instituto Voto Legal. O IVL afirma no documento que a auditoria seguiu os procedimentos determinados pelos órgãos responsáveis, tais como o Tribunal de Contas da União (TCU) e do próprio TSE. “Para encontrar evidências de que este grupo de urnas [diferentes de UE2020] não teria funcionado corretamente, foi realizada uma análise inteligente dos dados contidos nos arquivos Log de Urna de todos os modelos de urna eletrônica, utilizados nas eleições de 2022″, diz o relatório.


Destaque – O presidente do Partido Liberal (PL), Waldemar Costa Neto e o candidato à reeleição e atual presidente da Republica, Jair Bolsonaro. Foto: PL / Divulgação