Sexta-feira | 15 de novembro, 2019 | 12h13


República brasileira está completando 130 anos, leia um resumo dos fatos que conduziram o País ao sistema republicano de governo.

Por TV Brasil | Brasília

Em 1888, a Lei Áurea aboliu oficialmente a escravidão, mas o Império estava em crise. Por um lado acreditava-se que os antigos escravizadores aderiram aos ideais republicanos para destituir a família real. Mas o cenário era bem mais amplo.

 

Entrega da mensagem à D. Pedro II, pelo Major Solon, no dia 6 de novembro de 1889. Datado em 1890. Fonte: Galeria historica da revolução brazileira. Autor: Urias Antonio da Silveira / Wikipedia

 

Dom Pedro II estava muito doente e a sucessora seria a princesa Isabel, que era casada com um francês, o conde D’Eu, considerado impopular, figura que também já havia criado conflitos com os militares na ocasião da Guerra do Paraguai.

“A participação do conde D’eu na Guerra do Paraguai é um dos fatores de impopularidade. Ele era arrogante. Dizem que ele promoveu massacres. Não tinha aptidão para administrar”, conta a historiadora Catia Faria.

Quem também tinha pouco prestígio entre os militares era o visconde de Ouro Preto, chefe do gabinete do Império e conhecido pela intransigência. Ele foi nomeado por Dom Pedro II para fazer as reformas que os republicanos buscavam.

Em 1870, o Brasil saiu vitorioso da Guerra do Paraguai e os militares não tinham recebido do imperador o reconhecimento que esperavam.

 

16 de novembro de 1889 – Capa do Diário Popular, São Paulo (SP). Fontes: Correio da Manhã. Coleção Arquivo Nacional. Foto: autor desconhecido / Wikipedia

 

O Brasil estava em crise econômica por causa de dívidas motivadas, principalmente, pela guerra. O sistema de governo da Monarquia era considerado atrasado.

“Os ideais republicanos chegam ao Brasil a partir da França, da ideologia do positivismo. Basicamente é uma burocracia estatal calcada na competência”, explica a professora de História do Direito Brasileiro, Maria Cristina Vieira.

Para alguns historiadores, a primeira república brasileira não foi proclamada, mas sim aclamada pela pouca resistência que encontrou por parte da Monarquia. Uma das imagens que retrata a cena é a tela Proclamação da República, de Benedito Calixto. Quem morava nas imediações do Campo de Santana e do Palácio Duque de Caxias era um dos comandantes da Guerra do Paraguai, o marechal Deodoro da Fonseca.

 

Proclamação da República. Ovação popular ao Marechal Deodoro da Fonseca e Bocaiúva, na Rua do Ouvidor. Fonte: O Occidente, 12º ano, vol. XI, n.º 396, 21 dez. 1889 / Wikipedia

 

“Sem Deodoro, não teria república”, conclui o historiador do Centro de Estudos e Pesquisas do Exército, coronel Antônio Ferreira.

No dia 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro saiu de sua casa no centro do Rio de Janeiro, próximo à Central do Brasil, para proclamar a República, acompanhado por uma tropa de cerca de mil militares.

A república brasileira deu prazo para que a família real deixasse o país. Depois da expulsão, Dom Pedro II escreveu “Resolvo, cedendo ao Império das circunstâncias, partir com toda a minha família amanhã, deixando esta pátria de nós estremecida. Conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo ardentes votos por sua grandeza e prosperidade.”

 

Proclamação da República, 1893. Óleo sobre tela de Benedito Calixto (1853-1927). Coleção Pinacoteca Municipal de São Paulo / Wikipedia

O Imperador dom Pedro I do Brasil compondo o Hino da Independência em 1822. Pintura de Augusto Bracet (1881-1960) produzida em 1922. Foto: Eduardo Bueno. Brasil: uma História / Ática, 2003

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