Quanto mais o ator se integra ao personagem, mais revela sua personalidade.
Por Armando Francisco Marengo*
Por iniciativa de Franco Zampari (1898-1966), um industrial italiano, foi fundado o Teatro Brasileiro de Comédia – TBC, em 1948, formando um conjunto teatral de alto nível e repertório de grandes peças teatrais de autores internacionalmente bem aceitos.
A partir de 1949, Zampari profissionalizou a companhia inicial que começou com o teatro, na época amador. Seu palco recebeu mais de 144 peças e a companhia homônima encerrou suas atividades em 1964 por problemas financeiros. Como casa teatral, esteve em funcionamento até 2008.
O TBC formou atores, diretores e autores como Gianfrancesco Guarnieri (Gimba) e Dias Gomes (O Pagador de Promessas, com Leonardo Vilar).
Dentre tantas peças apresentadas, destaco “Henrique IV”, “Seis personagens à procura de um ator” e “Cosi è, se vi pare” (Assim é, se lhe parece). Peças de Luigi Pirandello (1867-1936) apresentadas pelo TBC. Nesta última, com a presença de Paulo Autran (1922-2007), ator brasileiro que foi comparado ao ator britânico Laurence Olivier (1907-1989).
Estrelas do teatro brasileiro
Atores que integraram o elenco do TBC: Cacilda Becker, Paulo Autran, Cleyde Yáconis, Sérgio Cardoso, Marina Freire, Nydia Licia, Ruy Affonso, Madalena Nicol, Elisabeth Henreid, Leonardo Villar. Todos com alto teor de interpretação.
A abertura do Teatro foi comemorada com a apresentação de duas encenações, La Voix Humaine, de Jean Cocteau, monólogo declamado em francês pela atriz Henriette Morineau, e A Mulher do Próximo, de Abílio Pereira de Almeida.
“O bom ator se abstrai de sua personalidade para se integrar à personalidade do personagem. Paradoxalmente, quanto mais ele se integrar à personalidade do personagem, mais ele revelará a sua própria personalidade de grande ator.”
Armando Francisco Marengo, atualmente é um admirador das belas artes e da cultura. Aos 92 anos, emite opiniões sobre arte e cultura, com a experiência de quem viveu momentos memoráveis da literatura, do teatro e do cinema.
Faça uma visita à história do TBC através do acervo do Museu da Imagem e do Som (MIS).
Destaque – Fotos: Acervo MIS / aloimage / +aloart / G I