Domingo | 26 de abril, 2020 | 13h40
Autonomia para a Polícia Federal, sim. Redução das mordomias e gastos fúteis, sim. Livramento dos parasitas, já! Liberdade para o país avançar em seu progresso, já!
Gerson Soares
Passadas quase 48 horas depois do baque recebido pela sociedade brasileira, repetimos os vídeos das coletivas de imprensa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública (aqui) e do presidente da República (aqui). Em nossa opinião ambos estão certos, ambos estão errados; pois quem perdeu foi o povo brasileiro. Quando ouvimos a frase: “O Brasil é ingovernável”, rejeitamos essa ideia. Mas existem oportunidades em que não é difícil acreditar.
Parece inverossímil que haja tanta discórdia, tantos interesses fora do real objetivo – proclamado e raramente praticado pela classe política – de melhorar a vida da afligida população brasileira que em alguns momentos perdemos a esperança.
O coronavírus está mostrando quantas ações governamentais poderiam ser feitas, caso houvesse vontade política, no intuito de amenizar os sofrimentos da população, que padece há incontáveis anos com a corrupção e os favorecimentos trocados em pequenas rodas.
É notório o que se fez em menos de 60 dias! A disponibilidade de recursos dispensada – que começou com 200 reais e chegou em 600 para milhões de pessoas –, a rapidez com que foram montados hospitais de campanha e a mobilização dos governadores e prefeitos. Horários alternativos de entrada e saída dos empregos para amenizar o sofrimento nos ônibus e metrô lotados também poderiam ser pensados para depois da COVID-19. O que acham, senhores executivos?
Todavia, pouco se fez em séculos para amenizar a corrupção e as mordomias, os vexames a que se expõe diariamente os membros dos três poderes republicanos diante da pobreza e ignorância que os rodeia. Essa doença enraizada no poder é combatida pelos dois contendores do momento, Sérgio Moro e Jair Bolsonaro que se chocaram, usados ou influenciados pelas forças descomunais que cercam os poderosos.
Não é mais nenhuma novidade que a falta de comida na mesa, de saneamento básico, de moradia, de dinheiro propriamente dito, de oportunidades mais amplas aos empreendedores, que o superexcesso de burocracia, escapa ao povo pela garganta sanguinária e imensa do poder.
O sangue não é o da força bruta, dos projéteis ou das agressões vistos em países como a Venezuela, por exemplo. Mas aquele retirado lentamente, sorrateiramente, aos poucos, para que as vítimas não morram, continuem alimentando os vampiros que só aspiram ao poder e precisam da energia fornecida pelo pagamento de impostos em cascata que ilusoriamente retornaria em benefícios populares, mas que na verdade mais beneficiam aos que os tomam.
E essa bola vai rodando, rodando e nunca para de rodar. Por dentro poucos que vivem na opulência das verbas públicas, do lado de fora os eternos escravos da vampiragem que pagam suas extravagâncias.
Mas para que plantar tanta discórdia? Para onde levarão suas riquezas? O que fará a mídia decadente e catastrófica diante das facilidades da internet e das redes sociais? Essa mesma mídia já percebeu também que a televisão, os jornais e revistas deixaram de ser a única opção de comunicação. Antes dela o povo já optou por decidir sobre o que quer ver e assiste aquilo que deseja nas mais diversas plataformas. Com isso já não sofre da mesma influência de outrora.
Cada partido esquerdista, direitista ou centrista, lembrando ainda daqueles que pendem para vários lados ou tendências conforme seus interesses, por fim parecem querer demonstrar ao povo do Brasil que suas ideias são as melhores, cada um deles tenta isso ou parece tentar convencer a todos que possuem a solução para os problemas.
No entanto, o Brasil não sai do lugar. A cada passo dado lhe fazem retornar dois passos atrás! A esperança havia retornado lentamente ao coração da Pátria com os avanços claramente demonstrados desde que o novo governo e uma parte do Congresso Nacional foram trocados pelo voto popular. Mas a cada dia parece haver forças contrárias ao progresso do país, que se manifestam através da mídia, dos congressistas, nas cadeiras do três poderes republicanos. E para quê? O que desejam, afinal?
Ao escrever sobre o centrão para a matéria “Agora Bolsonaro x Moro: quem mais sofre é o povo brasileiro”, vimos quantos partidos formam essa espécie de “sociedade secreta partidária”, como se auto-intitula, e o seu número pode ser ainda maior, pois já que é secreta ninguém pode determinar ao certo quem ou quantos a compõe.
E para quê isso? É necessário e útil ao Brasil atual ter uma “sociedade secreta partidária” que decide seus dias? Porque secreta? Porque seus membros estão envolvidos em algo que precisa ser escondido? Se é tão lisonjeira e eficiente porque o Brasil não melhora e só patina?
Secreta ou não, a classe política e seus pares não deixam o Brasil viver, o drenam diariamente com futilidades, pois se esses senhores fizessem realmente aquilo para o que foram eleitos, o país já teria saído da miséria que o persegue há muito tempo. Esses vampiros do povo são inúmeros e pateticamente pulverizados são seus ideais.
Senhores detentores do suposto poder: parem de perseguir a população brasileira e façam sua obrigação, parem de lhes sugar a esperança.
Comecem cortando seus gastos excessivos, absurdos, imorais. Estes sim lhes são tão caros que nem mesmo a pandemia de coronavírus que assola o país os dissuadiram da avareza, pois não abriram mão da verba de 1 milhão de reais do fundo partidário e a gastança de mais 2 milhões do fundo de participação eleitoral.
Como é possível um magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF) ter a audácia de fazer licitação para aquilo que lhe será servido ao almoçar, jantar ou tomar café da manhã enquanto milhares de crianças passam fome? Idosos padecem sem remédios ou assistência? Como é possível deliberar sobre Justiça diante de apenas esta exposição e há tantas outras que poderiam ser aqui descritas? Então, o que é Justiça, afinal?
Como é possível cada parlamentar bradar aos sete ventos sobre moralidade enquanto meninas são levadas à prostituição por falta do que comer senhores? Seus pais as vendem ainda no Brasil, saibam disso. Se não acreditam pesquisem sobre turismo sexual. Como é possível criar tantas proteções às mulheres (merecidas é óbvio) e esquecerem que viajantes de países estrangeiros compram o sexo das brasileiras em pacotes turísticos? Pesquisem.
Como é possível legislar – significa fazer leis – sobre os rumos da Nação, enquanto um parlamentar gasta milhares de reais inutilmente com mordomias e vantagens pessoais? Viagens aéreas pagas pelo contribuinte? E uma série de imoralidades?
Essas imoralidades não estão fora da lei como costumam dizer e estão certos. Foram eles que fizeram as leis para se beneficiar. A imoralidade está no fato de ter a consciência, saber, ter conhecimento de que a maior parte da população é carente de quase tudo. Vive de migalhas e favores, sem dignidade.
Não precisamos de um ou outro paladino da Justiça ou da Moral. Mas hoje se fazem necessárias as ações dos incansáveis da Polícia Federal, da Operação Lava-Jato, da equipe escolhida pelo presidente Bolsonaro por critérios técnicos e não de favores. O que a grande maioria da população brasileira quer na verdade, se resume àquilo que deveria ter sido aprendido há muito tempo e se foi ensinado parece ter sido desmemoriado por uma grande massa de parasitas que lhes custa caríssimo: decoro.
Toda a situação vista no Brasil é apenas e unicamente por falta de decoro, repercutem os mais renomados especialistas econômicos sobre a atuação e a corrupção imperante entre os governantes brasileiros. Felizmente esse mal está sendo coibido pela coragem do ex-juiz federal Sérgio Moro, pelos membros da Polícia Federal e as falanges intrépidas que integram. A autonomia pedida por eles é reiteradamente negada, pois o medo da devassa ronda os desregrados. Basta ouvir as últimas declarações de autoridades federais sobre o assunto, diante dos fatos que abalaram a sociedade nesta sexta-feira.
Não é preciso repetir aqui, sobre as infindáveis riquezas brasileiras e como essas dádivas poderiam ser utilizadas para que a vida no Brasil deixasse de ser tão dura. Dentre as mais abundantes riquezas desta terra, a que mais se destaca é o seu povo.
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