Para quem curte a Memória de São Paulo, o livro é uma boa leitura e traz dezenas de imagens e histórias da represa, um passeio atraente para os paulistanos.


Fundação Energia e Saneamento

Em 28 de fevereiro de 1927, uma multidão reuniu-se na antiga barragem de Santo Amaro, em São Paulo, para testemunhar o pouso do hidroavião Savoia-Marchetti S.55, que, sob o comando do italiano Francesco de Pineda, realizava uma das viagens transcontinentais pioneiras. A jornada, iniciada em Gênova, na Itália, com escalas na América do Sul e nos Estados Unidos, ficaria conhecida como “Raide das Américas”.

 

 Multidão recepciona aviador Francesco de Pinedo e seus companheiros de viagem na Guarapiranga. Foto retirada do livro “Il Mio Volo Attraverso L'Atlantico e Le Due Americhe”, de Francesco de Pinedo. Acervo dos autores


Multidão recepciona aviador Francesco de Pinedo e seus companheiros de viagem na Guarapiranga. Foto retirada do livro “Il Mio Volo Attraverso L'Atlantico e Le Due Americhe”, de Francesco de Pinedo. Acervo dos autores

 

Vista da barragem em construção a partir da encosta da margem esquerda. 1908

Vista da barragem em construção a partir da encosta da margem esquerda. 1908

 

O aviador descreveria, surpreso, que o pouso na atual Represa Guarapiranga foi realizado “diante de uma multidão de italianos, que vieram de todas as partes do Estado”. Essas e outras curiosas histórias da antiga Represa de Santo Amaro poderão ser conferidas em “Guarapiranga 100 anos”, nova publicação da Fundação Energia e Saneamento, a ser lançada no próximo dia 15 de agosto.

 

Fila para embarque em um barco de recreio; ao fundo, visão parcial da represa. 1948. Peter Scheier. Acervo do Instituto Moreira Sales

Fila para embarque em um barco de recreio; ao fundo, visão parcial da represa.
1948. Peter Scheier. Acervo do Instituto Moreira Sales

 

Com texto de Ricardo Araujo e de Mariângela Solia, e mais de 200 imagens, provenientes de acervos particulares e de várias instituições, incluindo fotografias da Fundação Energia e Saneamento, a obra tem como objetivo recuperar a trajetória histórica do segundo maior sistema produtor de água da região metropolitana de São Paulo, desde o seu planejamento e implantação até o presente.

 

Velas na represa. Acervo de sócios do Yatch Clube Santo Amaro

Velas na represa. Acervo de sócios do Yatch Clube Santo Amaro

 

No primeiro capítulo, “O século de São Paulo”, o leitor é apresentado ao cotidiano paulistano à época da formação da represa; em “A Light e a represa”, é possível conhecer em detalhes o início das obras de construção da Guarapiranga, até então, o maior projeto de barragem no Hemisfério Sul; o terceiro capítulo, “A represa longe da cidade”, mostra como o reservatório ganhou fama de local bucólico, tornando-se uma “Riviera no planalto” com a instalação de casas de veraneio e diversos clubes. “A represa dentro da cidade”, capítulo final, apresenta a história mais recente da Guarapiranga, cujas margens, a partir da década de 1970, passaram por um processo de urbanização que trouxe preocupações sobre a sua preservação hídrica.

 

Em primeiro plano à esquerda, a barragem e o grande canal de descarga lateral. A porção mais densa de mata é o Parque Guarapiranga. Foto de Marcelo Uchoa

Em primeiro plano à esquerda, a barragem e o grande canal de descarga lateral.
A porção mais densa de mata é o Parque Guarapiranga. Foto de Marcelo Uchoa

 

Livro “Guarapiranga 100 anos”
Ricardo Araujo e Mariângela Solia
Fundação Energia e Saneamento
São Paulo, 2014
199 páginas