Em menos de um mês, comemora-se o Dia Internacional do Café. Produto de origem lendária, o café é originário da Etiópia, mas sua propagação deveu-se aos árabes e foi somente no século XVI que os persas, ao torrarem os grãos, transformaram-no na bebida que conhecemos hoje.


Introduzido na Europa pelos holandeses, chegou à América via Suriname. Os franceses plantaram-no na vizinha Guiana Francesa e foi de lá que Francisco de Mello Palheta trouxe, em 1727, as primeiras mudas para o Brasil, a pedido de João da Maia da Gama, governador do Grão-Pará.

Em 1760, já era plantado no Rio de Janeiro e, posteriormente, em São Paulo e Minas Gerais, com emprego da força de trabalho escrava e, mais tarde, com a mão de obra imigrante.

Principal produto de exportação no século XIX

Seu cultivo sempre foi trabalhoso e demorado, pois um cafeeiro leva cinco anos para começar a produzir. Além disso, após o plantio, era preciso carpir à volta das mudas para livrá-las das ervas daninhas. À colheita manual seguiam-se a exposição dos grãos ao sol para secagem no terreiro – em período que variava de 30 a 90 dias – e o beneficiamento, feito em geral com uso do monjolo.

Apesar das dificuldades inerentes à produção, transformou-se, ao longo do século 19, no principal produto de exportação do Brasil. A partir de então e até a década de 1930, a economia nacional dependeu dele, em especial o Estado de São Paulo, cuja urbanização e industrialização foram-lhe tributárias.

O café, a energia e o transporte

Nesse sentido, é possível afirmar que café e energia foram fundamentais para o desenvolvimento do Estado paulista, pois se o excedente de capital produzido pela cafeicultura foi em parte investido na infraestrutura, aí incluída a energia, por outro lado, a energia, ao ser empregada em diversas etapas da produção do café, dinamizou-a.

Outra questão importante e diretamente ligada a esse produto é a do transporte. Inicialmente realizado pelas tropas de burros, o café foi o grande responsável pela extensão das ferrovias, pois era preciso encurtar o tempo entre sua produção nas fazendas e os portos responsáveis por sua exportação.

No editorial da Fundação Energia e Saneamento, “São Paulo em 200 imagens”, seis fotos ilustram o processo de produção e comercialização do café paulista. Acesse aqui. Veja a seguir, algumas imagens dessa época.

 

Café na Fazenda Val de Palmas, de João Batista de Araújo, pioneiro na região de Bauru. S.d. Foto: Acervo Fundação Energia e Saneamento de São Paulo

 

Transporte do café para secagem. S.d. Foto: Acervo Fundação Energia e Saneamento de São Paulo

 

Armazenamento do café. S.d. Foto: Acervo Fundação Energia e Saneamento de São Paulo

 

Transporte do café da propriedade à estação, por carroças a tração animal. S.d. Foto: Acervo Fundação Energia e Saneamento de São Paulo

 

Porto de Santos, cujo crescimento se deveu muito à cafeicultura. S.d. Foto: Acervo Fundação Energia e Saneamento de São Paulo

 

Transporte do armazém do navio. S.d. Foto: Acervo Fundação Energia e Saneamento de São Paulo

 


Fonte: Fundação Energia e Saneamento de São Paulo


Destaque – Imagem: Lavagem do café. Foto: Acervo Fundação Energia e Saneamento de São Paulo


Atualização:
Domingo | 17 de março, 2024
Publicação original:
Sexta-feira | 6 de maio, 2016