Domingo | 7 de agosto, 2022
Em 1º de junho de 2011, o suplemento esportivo da então revista impressa Alô Tatuapé, trazia reportagem com o Projeto Social Cícero Costha focado no Jiu Jitsu, onde se destacavam, o próprio criador da ideia de “lutar pelo bem”, os irmãos Miyao e Leandro Lo.
Por Gerson Soares
Como repórter conheci Leandro Pereira do Nascimento Lo, ainda no início da trajetória que o consagrou diversas vezes como campeão mundial da arte suave. As imagens e informações do conteúdo a seguir foram publicadas originalmente no formato de revista impressa e agora digitalizado pela nossa equipe de jornalismo para que os fãs do atleta se lembrem com a mesma alegria e entusiasmo que ele viveu para a arte suave desde o início da carreira.
Capa do suplemento esportivo nº 6, da revista Alô Tatuapé nº 155, 1º de junho de 2011. Imagem: aloimage / arquivo
Treino, treino e treino antes das viagens a Abu Dhabi e Rio de Janeiro
Naquele dia, há 11 anos, Cícero Costa comentou sobre a correria para levar seus jovens atletas ao campeonato brasileiro promovido pela Federação Internacional de Jiu-Jitsu Brasileiro, no Rio de Janeiro – entre os dias 07 e 15 de maio –, onde Leandro Lo, sagrou-se campeão mundial pela primeira vez por essa federação (IBJJF).
O galpão acanhado mal comportava o crescente número de atletas que já alcançava 200 inscritos, na maioria pessoas humildes. Chinelos, tênis e quimonos estavam amontoados nos cantos, junto a diversas mochilas. O importante era treinar e o melhor espaço estava reservado ao tatame. Em meio a crianças, jovens e adultos desconhecidos, os irmãos Miyao e Leandro Lo, recém-consagrados campeões mundiais.
Dois meses antes, entre os dias 14 e 16 de abril, Leandro Lo, havia conquistado o seu primeiro título mundial em Abu Dhabi, deixando em 2º lugar o tri-campeão mundial Celsinho Venícius da Ryan Gracie – SP. Lo ganhou sua passagem depois de vencer a seletiva em Gramado-RS, pelo Projeto Social Lutando Pelo Bem Cícero Costha.
Projeto Social Cícero Costha, junho de 2011: Leandro Lo é o quarto da D/E. Mestre Cícero é o quinto E/D. Foto: aloimage / arquivo
Irracionalidade
Para reflexão, uma única questão: Por que alguém que vai se divertir leva consigo um revólver?
Diante do fato irracional, dizendo o mínimo, ocorrido na madrugada de sábado (6) para domingo, que levou a óbito o atleta Leandro Lo, atingido com dois disparos na cabeça, manifestamos nossos comentários e incomensurável indignação lembrando dessa reportagem produzida no bairro do Ipiranga, quando Lo tinha apenas 22 anos.
Ele acabara de conquistar seu primeiro título de campeão mundial pela Abu Dhabi World Professional Jiu-Jitsu Championship, sequência de vitórias que manteria ininterrupta até 2016, na sua categoria. Entusiasmado apressou-se em mostrar seu cinturão e as medalhas, como mostra a imagem.
Dez anos depois, diante da ignorância humana e o espaço que cada ser ocupa no universo, parte por motivo fútil. Seu falecimento deixa o Jiu Jitsu, o mundo esportivo e a todos consternados.
Leandro Lo | Campeão Mundial de Jiu Jitsu | 1989 – 2022
“Sonhos não morrem, apenas adormecem na alma da gente.” Chico Xavier
