Rosana Valle — Deputada federal pelo PL-SP, em segundo mandato; presidente da Executiva Estadual do PL Mulher de São Paulo; jornalista por formação há mais de 25 anos; e autora dos livros “Rota do Sol 1 e 2”.


Ao longo dos meus dois mandatos como deputada federal, aprendi que os números de um governo não mentem. Aliás, eles gritam! E os dados mais recentes divulgados pelo Tesouro Nacional soam como um grande alerta para o País: as estatais federais registraram déficit recorde de R$ 2,73 bilhões apenas nos quatro primeiros meses de 2025 – um rombo que não pode ser normalizado, ignorado, ou, pior, tratado com indiferença política.


Os Correios, por exemplo, símbolo histórico de integração nacional, eram lucrativos até pouco tempo atrás. Hoje, mergulham em prejuízos milionários – fruto direto de má administração, de aparelhamento político e de uma completa falta de foco em resultados. O que mudou? Mudou a gestão: saiu o compromisso com a eficiência e entrou no lugar a velha prática do uso político da máquina pública.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em sua terceira gestão como presidente da República, tenta esconder este retrocesso sob a cortina de fumaça da “reconstrução”. Mas o que está em curso, de fato, é a destruição metódica do patrimônio público nacional. E quem paga a conta são os brasileiros, que enfrentam serviços públicos precários, impostos cada vez mais altos e um governo que age como se ainda estivesse em campanha eleitoral – ou preso no tempo, em sistema analógico. Mas há quem faça diferente!

Enquanto a União infla a máquina com 37 ministérios, muitos deles criados apenas para acomodar apadrinhados políticos, São Paulo segue um caminho mais enxuto e voltado à eficiência administrativa. O Governo do Estado implantou a Secretaria de Parcerias e Investimentos, responsável por estruturar concessões, desestatizações e Parcerias Público-Privadas (PPPs) em áreas estratégicas, como Mobilidade Urbana, Educação e Saneamento Básico.

Por meio deste modelo de trabalho, já foram mobilizados mais de R$ 180 bilhões em investimentos, com foco em entrega, transparência e sustentabilidade fiscal. Trata-se de exemplo prático de como é possível gerir com seriedade e planejamento, sem ampliar a estrutura estatal, nem recorrer ao populismo. É um contraste evidente com a gestão federal, que parece mais preocupada com alianças para as eleições de 2026 do que com resultados concretos para a população.

Como jornalista por 25 anos e, há dois mandatos, como deputada federal por São Paulo, não posso silenciar diante do abismo entre as duas formas de governar: de um lado, o improviso, o palanque, a irresponsabilidade; do outro, a busca por soluções técnicas, o respeito ao dinheiro público e o compromisso com o legado.

O Brasil precisa, urgentemente, de mais gestores com visão de Estado e menos operadores de campanha. Não há bem-estar social sem gestão responsável. Não há futuro com contas no vermelho e empresas públicas afundando por politicagem.

Por isso, sigo firme, no Congresso Nacional, em Brasília-DF, fiscalizando, denunciando e lutando, para que nossas estatais voltem a servir o povo, e não os interesses de quem nunca soube o que é gerir com seriedade.

O Brasil merece mais! Não será por omissão que deixaremos o governo federal enterrar o que ainda resta de credibilidade no setor público e em nosso País.


Leia outras matérias desta editoria

Batalha Naval do Riachuelo e a luta por respeito e igualdade

Frederico Borges — Advogado especialista em Direito Militar e aluno da Estácio No mês que relembra os 160 anos da Batalha Naval de Riachuelo, homenageando os bravos heróis nacionais que dedicam suas vidas à defesa da Pátria, é importante...

O impacto do programa “Defenda-se” no enfrentamento da violência de gênero

Dra. Celeste Leite dos Santos — Presidente do Instituto Brasileiro de Atenção Integral à Vítima (Pró-Vítima); promotora de Justiça em Último Grau do Colégio Recursal do Ministério Público (MP) de São Paulo; doutora em Direito Civil; mestre em Direito...

A engenharia invisível do luxo líquido

Heiko Obermüller – sócio-diretor do Duke Beach Hotel Uma imersão nos bastidores dos melhores bares de hotel do mundo. O palco que ninguém vê! Um Negroni desliza sobre o balcão antes mesmo de o cliente perceber que estava com sede. Atrás da...

O prejuízo é deles, a conta é nossa

Rosana Valle — Deputada federal pelo PL-SP, em segundo mandato; presidente da Executiva Estadual do PL Mulher de São Paulo; jornalista por formação há mais de 25 anos; e autora dos livros “Rota do Sol 1 e 2”. Ao longo dos meus dois mandatos...

Violência policial: a necessidade de se desmilitarizar o discurso, não a farda

Fernando Capano — Advogado; doutor em Direito do Estado, pela Universidade de São Paulo (USP); doutor em Direito do Estado e Justiça Social, pela Universidade de Salamanca (Espanha); mestre em Direito Político e Econômico, pela Universidade Presbiteriana...

A hora da verdade

André Naves — Defensor Público Federal formado em Direito pela USP, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; mestre em Economia Política pela PUC/SP. Cientista político pela Hillsdale College e doutor em Economia pela Princeton University....

Ciência não se faz com muros

Francisco Nascimento — Professor de Direito Constitucional e Internacional da Estácio Em mais um capítulo controverso de sua política migratória, o governo do Presidente Donald Trump implementou uma medida que proibiu a Universidade de Harvard...