Sexta-feira, 27 de outubro de 2017 às 13h28
Desde maio de 2014, estamos engajados na campanha Outubro Rosa. Durante o mês de agosto, o site adota essa cor para alertar sobre os perigos do câncer de mama. Leia a matéria da SOGESP e clique aqui para rever tudo o que já foi publicado sobre o assunto pelo Alô Tatuapé.
Tanto no mundo quanto no Brasil, o câncer de mama é o tumor mais comum entre as mulheres e é o responsável por quase 30% dos casos novos da doença. A estimativa do Instituto Nacional de Câncer para 2016 era de quase 60 mil ocorrências com, aproximadamente, 15 mil mortes naquele ano.
Para conscientizar as mulheres da importância dos exames de rastreamento para o diagnóstico precoce dos tumores de mama, o que permite um tratamento mais seguro com mais possibilidades de cura, foi o criado o Outubro Rosa. Nesse mês, várias ações são programadas para campanhas contra a doença.
“É preciso lembrar que existem vários tipos diferentes de câncer, sendo que alguns têm um crescimento mais rápido e agressivo, mas a maioria tem uma evolução que possibilita um tratamento eficiente, desde que detectados em tempo hábil”, afirma José Antonio Marques, ginecologista, ex-vice-presidente e membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP).
Os fatores de risco são vários, mas as mulheres com idade entre 50 e 70 anos, quem começou a usar precocemente anticoncepcional oral, aquelas sem filhos ou que tiveram após os 30, as que menstruaram cedo, quem faz uso de terapia de reposição hormonal na menopausa, com parentes de primeiro grau com câncer de mama antes dos 45 e as obesas são as que têm mais probabilidades de desenvolver a doença.
Para descobrir o câncer precocemente, Marques ressalta a importância da realização da mamografia e do exame clínico das mamas anualmente. O especialista destaca que em países e regiões onde o acesso aos exames realizados por profissionais é feito regularmente, o autoexame não tem demonstrado uma diminuição na mortalidade.
“As mulheres devem ser aconselhadas a praticar o autoexame como forma de conhecimento do corpo. Mas, no Brasil, a grande maioria dos casos ainda é descoberta pela própria mulher”, informa o médico.
As opções de tratamento dependem do tamanho e da agressividade do tumor. “O tratamento cirúrgico é a etapa inicial. A retirada da totalidade da mama (mastectomia) é, hoje, uma opção para tumores maiores que 2,5 cm, e a retirada de parte da mama (quadrantectomia) seguida por radioterapia é a escolha para tumores pequenos, assim como a retirada de todos os linfonodos da axila, que está sendo substituída pela retirada de um deles chamado de sentinela, o primeiro a ser atingido quando o tumor se expande para além da mama. A quimioterapia é indicada para casos de alto risco de metástases”, ressalta Marques.
O tratamento para combater o câncer de mama também pode causar complicações no corpo da mulher, principalmente os mais mutiladores seguidos de radioterapia. A quimioterapia promove complicações temporárias e podem ser amenizadas.
“Um dos tipos de hormonioterapia pode levar à formação de tromboses e coágulo, e outro à osteoporose. A mastectomia, por também mexer com um órgão sexual feminino, pode acarretar disfunções no relacionamento do casal, portanto sempre é necessário um suporte psicológico, às vezes com terapeutas especializados em acompanhar pessoas com câncer e com sequelas do tratamento”, avalia o ginecologista.
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