Segunda-feira, 19 de junho de 2017 às 18h35
Qualquer alteração apresentada pelo bebê é motivo de alerta.
Febre, irritação e choro são sinais de que algo não está bem e podem indicar o surgimento dos primeiros dentes, que acontece, normalmente, por volta do sexto ou sétimo mês de vida. Esse período geralmente coincide com a introdução de alimentos mais sólidos na dieta da criança, dando início ao treino para a mastigação, explica Sylvia Lavínia Ferreira, doutora em odontopediatria e coordenadora do Grupo de Saúde Oral da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP). Ela adverte que, mesmo que os pais saibam que os sintomas são, possivelmente, devido ao nascimento dos dentinhos, é aconselhável procurar um médico para confirmar se não existem outros fatores que estariam causando esse desconforto.
“O bebê normalmente baba muito e sente um desconforto que faz com que leve a mão à boca e também outros objetos para morder, no intuito de ‘coçar a região’ e aliviar a dor. No entanto, como são sintomas também relacionados a outras doenças, muitas vezes a criança precisa ser avaliada por um pediatra para que se elimine qualquer possibilidade de outras enfermidades”, explica a especialista.
Se ficar constatado que os sintomas são mesmo causados pela erupção dos dentes, Sylvia dá dicas de como minimizá-los. “Uma boa prática é oferecer alimentos em pedaços grandes como, por exemplo, frutas, para auxiliar no rompimento do dente. Vale dizer que o uso de açúcar deve ser evitado até os 2 anos e, depois dessa idade, precisa ser controlado para evitar a cárie.”
Nesse período, é fundamental que se inicie a higiene oral do bebê para uma boa dentição permanente. “São os dentes de leite que guardam espaço para os permanentes. A criança que mastiga bem aproveita melhor os nutrientes dos alimentos e tem um melhor desenvolvimento ósseo. Portanto, essa fase é importante para que se introduza este novo hábito na rotina da criança, que nunca deverá dormir com restos de alimento na boca”, ressalta a odontopediatra.
É recomendado pela Associação Brasileira de Odontopediatria o uso de creme dental com flúor, (concentração de flúor em torno de 1.100 ppm F) a partir da irrupção do primeiro dente. “Como ela ainda não sabe cuspir, recomenda-se uma quantidade de pasta dental igual a um grão de arroz para crianças com até 3 anos e como um grão de ervilha a partir dos 3. A escovação deve ser sempre executada por um adulto.”
Quanto à chupeta, Sylvia é categórica. “Não deve ser oferecida, pois o uso prolongado durante o desenvolvimento da dentição de leite pode alterar a arcada dentária e desencadear problemas como a respiração oral, que predispõe ao aparecimento de dentes tortos ou mordida alterada.”
A especialista destaca ainda a importância da alimentação na gestação. “Quando a mãe tem hábitos alimentares salutares nesse período, ela também cuida da dentição do seu filho, já que os dentes de leite têm seu início de formação ainda no período de vida intrauterina.”
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